CAPÍTULO 1

1839 Words
- Ana... - Riller. Balanço a cabeça de forma frenética, sentindo todo aquele transtorno dentro de mim, me lembrando um pesadelo daqueles que se acorda gritando no meio da noite, que você se levanta e vê que você está sozinha e vem o pânico imediato e lascivo. O rosto molhado de Riller fez as coisas ficarem difíceis pra mim, fez com que eu sentisse tudo mais forte que nunca, meu coração batia rápido, dessa vez não era por algo muito bom, apenas as palavras do meu pai se reproduziram na minha cabeça, junto com a imagem de Riller. Se reproduziram como CDs arranhados, repetindo a mesma parte ou apenas paralisando a cena toda, meu pai me olhando e dizendo aquela coisa r**m, eu precisava tirar aquilo de mim. Riller era filho de Heid, assim como eu. Riller era filho do cara que ele culpava pela morte daquele que ele achava ser o pai dele. Riller era meu irmão por parte de pai. Me perguntava ali no chão, diante ele e a chuva se Louise sabia disso, mas possivelmente não sabia. Eu não sabia em quem eu pensava, se eu pensava em mim, no meu pai que escondeu isso por todos esses anos, em Riller, Louise ou apenas em como me enfiei nessa história que parecia só aumentar e ficar ainda mais r**m. Me levantei do chão e dei um passo para mais longe de Riller, os dois estava molhados e eu agora entendia ele e algumas coisas que aconteceram nas últimas semanas, todo aquele comportamento estranho e r**m dele, o jeito que ele me encontrava. Ele sabia daquilo. Pelos céus, ele sabia desde aquela noite! Então soube que ele também não havia reagido nada bem, não conseguia nem sequer imaginar a cabeça dele, o que se passava nela e como ele se sentia sobre isso. Se a situação fosse diferente estaríamos juntos, mesmo ele sabendo disso, eu estaria do lado dele. Mas agora, bem, estávamos quase no mesmo barco, estávamos na verdade nos bote salva vidas, no mesmo, nada de separação. Os dois lados estava r**m. E o capitão do barco era meu pai. Ele não iria ganhar medalha de honra, ele não iria ganhar mérito nenhum, na verdade ele iria ficar conhecido como um péssimo capitão, um que decretou algo r**m para algumas pessoas, mas que estão tentando ficar bem. E teríamos que fazer isso. Mas ainda não sabia como. Eu nem sabia se eu me sentia culpada por t*****r com ele, não sabia nem como iria deixar de imaginar ele sem roupa na minha cabeça ou ele no meio das minhas pernas. Sem essas informações já era difícil tirar ele da cabeça, agora vai ser difícil e errado. Pelos céus, eu estava ferrada. - Vem comigo - A voz dele veio grave e seria, mas balancei a cabeça como resposta, não queria em hipótese nenhuma estar próxima demais de Riller. - Devo imaginar a m***a que está sua cabeça. Eu ri, vi alguns carros passarem por nós e desacelerar para poder entender a cena entre mim e Riller, fiquei parada, olhei para baixo e tentei me localizar e colocar minhas pernas para funcionar. Mas não adiantou. Estava paralisada, parecia que todas as forças que eu tinha estava dentro do meu peito e dentro da minha cabeça. Estava em choque. Não iria falar que tudo aquilo era uma mentira, parecia que realmente não era, era algo muito sério pra se mentir, além de meu pai e Cristina omitir isso por tanto tempo de todos nós. - Eu... Eu vou embora, tá lega? Eu - Senti os olhos arder com a chuva e com a vontade imensa de chorar. Fechei as mãos com força com raiva e decepção. Eu não tava bem. Estava em crise e só imaginava eu me enfiando em um buraco antes de fazer m***a ou aproveitando um daqueles carros que passava. - Ana, me deixe - Balancei a cabeça, já havia escutado coisa demais. - Tudo isso não estava nos meus planos, meu pai e você, aquela mulher - Eu dei um passo na direção de Riller, encarando os olhos dele, bem no fundo, vendo ali a noite que passamos juntos, cada parte dele, com alguns flesh de câmera lenta. - Transamos Riller, eu transei com meu irmão, caramba! Você, isso tudo.... Não, está muito r**m agora, está péssimo na verdade e eu nem estou fazendo drama, nada. Meu estômago se revirou, balancei a cabeça com a imagem de Riller na minha frente, tentei não pensar no que sentia por ele, mas parecia tudo tão mais difícil agora. Sentir e pensar e ter a sensação de não poder e nem dever. Riller era presente na minha cabeça, mas agora parecia que eu devia expulsar ele, não apenas deixar o tempo fazer isso, mas eu mesma fazer isso. Mas como? Eu nunca precisei fazer isso com ninguém, ainda mais nessa perspectiva r**m. Inferno! - Não sabíamos de nada, a culpa não é sua, nem minha. Se eu pudesse voltar atrás eu... - Não teria ficado comigo? Corta essa, agora já aconteceu, eu tô - Fechei os olhos com força. - Eu estou sem estruturas para pensar nisso e resolver algo, eu preciso sumir e colocar a cabeça no lugar rápido. Antes que eu pudesse falar ou pensar em algo, eu vi Riller me puxar, seus braços me envolveram e eu pude perceber que ele me acolheu ali, no meio da chuva. Pensei na minha mãe e na história dela com Heid, eu quis voltar naquele restaurante e acabar com ele e aquela mulher. Pensei no que eu nunca saberia se não tivesse aqui em Nova York. Pensei em nunca ter conhecido Riller e agora não está me sentindo tão m*l, me sentindo enganada, frustrada e com receio até de pensar em Riller. Não dava, era tanta coisa, me veio as vezes que fiquei sozinha enquanto meu pai passava dias longe. Pela primeira vez eu senti raiva dele, entendendo a raiva de Riller completamente e vendo que Riller também estava ferrado na história toda, assim com eu e Louise. Era um inferno. Eu deixei que as lágrimas saíssem. Chorei. Chorei como uma menina. Desesperada. Magoada. Eu chorei ali nos braços dele, abracei ele e senti meu corpo fraco demais para correr dali ou me afastar de Riller rápido, respirei fundo e apenas me mexi, devagar e consciente que o cara na minha frente também estava m*l com aquilo tudo, que éramos vítima de um sistema que começou antes de nós mesmos. Que agora não podíamos fazer muito. Mas eu iria e devia fazer algo, eu não sabia quem era os piores da história, mas eu imaginava, eu desconfiava, tinha vontade de fazer algo a respeito e aquilo estava Era tudo verdade sobre meu pai, parecia que eu havia abrindo a caixa de pandora, parecia que eu não sabia quem ele era ou o que ele escondia de mim, agora as coisas ficava estranhas. Imaginei mamãe, imaginei e me perguntei se ela sabia de Louise e Riller, mas não sabia dizer, talvez soubesse ou talvez nem imaginasse. Cristina havia sido amante do meu pai e ele dela, eles havia destruído dois casamentos com isso, arriscava dizer que machucou demais dias pessoas e decepcionou outras. - Não precisa sumir, eu posso apenas estar do seu lado? Eu sei que você não tem nada haver com tudo aquilo, minha vida desandou de novo Analu, mas eu não quero que a sua também desande. Se eu não tivesse insistido, p***a, teríamos evitado pelo menos... - Esquece isso, eu não quero pensar nisso, não devo é nem quero - Me afastei dele e encarei os olhos escuros, dei um sorriso fraco pra ele e ele se mexeu, tentando se aproximar, ergui a mão e pedi para que ele ficasse na dele, podia ver a preocupação dele, meu coração ficou apartado e uma raiva me subiu. Uma revolta que eu não conhecia, mas sabia que podia estourar. Riller estava ferrado. Eu não iria ajudar nisso falando ou fazendo algo naquele momento, apenas pegaria um resfriado r**m e possivelmente ficaria ainda mais r**m nos próximos dias. - Vamos... - Eu vou me virar e vou embora, não me siga ou venha atrás, eu preciso estar sozinha pra poder organizar tudo isso, está meio bosta as coisas aqui - Falei, apontando para minha cabeça. - Acho que isso é o melhor pra mim. - Eu não quero deixar você, eu estou preocupado. - Acho que a pior parte já aconteceu, agora eu só - Fiquei calada. O que eu precisava fazer agora? Tinha um manual pra isso ou era só seguir e deixar as coisas acontecerem? Não era possível que eu estava passando por isso. Já havia tido tanta coisa nova e agora mais essa. Ótimo destino, está me dando as reviravoltas de 18 anos atrasadas? Parcelamento parece viável e não tudo de uma vez só. - Vamos sair daqui - Riller estava insistindo, eu tinha que deixar ele quieto e na dele, sem preocupar ele. Por algum minuto deixar ele tranquilo sobre mim parecia a coisa mais sensata a fazer em respeito ao que ele também estava passando. - Eu vou ficar bem, se eu precisar eu vou ligar pra você, nem que seja pra conversar - Eu quis falar algo mais, falar que iria ficar tudo bem, mas Riller não era o tipo de cara que gostaria de ouvir a frase mais fajuta de consolo. Ele não queria escutar que tudo ficaria bem. Não era o tipo de coisa que acalmava ele ou deixava ele tranquilo. Fixar do lado dele, sim, talvez isso. Ele não disse nada depois das minhas palavras, apenas balançou a cabeça sutilmente e ficou parado me olhando, o cabelo molhado e o jeito que me olhou foi duro e intenso. Eu queria saber o que se passava na mente dele, mas isso me assustou demais. Riller tinha coisas marcantes nele, acho que o jeito de pensar faz parte disso. Dei as costas pra ele, senti o gelado atravessando meu corpo todo, suspirei fundo, nada estava certo na minha cabeça, então ergui a mão e passei nos olhos, secando lágrimas e as gostas de chuvas, não adiantou muito, meus olhos continuaram molhados. A raiva estourou e naquele momento eu soube que eu iria me afastar do meu pai, mas antes eu iria cuidar da honra da minha mãe comigo, depois eu não queria mais ver ele. Se ele não teve consideração comigo, bem, havia chegado a hora de ser recíproco e me afastar daquela zona toda. Minha vida havia virado um circo e eu, sinceramente, não seria o palhaço ou a atração principal. Bay, Bay papai. Precisava ser dura como pedra pra enfrentar ele, aquele não era o pai que se apresentou e se impôs na minha vida. Eu nem sabia quem era aquele homem. Mas já não era alguém que tinha minha simpatia e que eu usaria como reflexo ou referência. ----- Começamos essa história maravilhosaaa todo dia um capítulo sensacional!!!! Riller e Analu estão de volta! Vamos nessa.....
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