IDADE MÉDIA
Domínios de Lorde Jonh.
A bela viúva Hildegard, ao se contemplar no espelho não via a ainda bela mulher de cabelos claros, de rosto delicado e feições perfeitas, tinha vinte oito anos, á muito passara da idade casadoura, era uma mulher, cheia de cicatrizes internas, porém estas mesmas dores que formaram as marcas na sua alma a tinham feito forte, decidida a ser uma mulher poderosa.
Sabia que apenas a posição social e o dinheiro a preservariam de novas dores, a menina amedrontada forçada a casar com um e******o homem com idade de ser seu avô, não existia mais, a criança órfã de mãe, que pensou ter encontrado uma nova mãe aos cinco anos era apenas um fantasma entre tantos que de vez em quando vinham para assombra-la as noites.
Lembranças de estar presa em porões escuros, ou de surras que levou, as humilhações que sofreu, tinham- na ensinado, que não havia misericórdia para os fracos, os três anos que passou casada com o velho Brooks a ensinaram que não tinha nada, nem mesmo controle sobre seu corpo, ainda tinha ânsias de vômito em lembrar-se do velho bruto, possuindo seu corpo e matando sua alma.
Lembrou-se da felicidade em saber que o ** de beladona a tinha livrado daquele d***o, nunca havia matado antes, e por Deus se é que ele existia a perdoasse do prazer que sentiu quando no meio do ato o velho sucumbiu ao veneno.
Hildegard estava apenas com a roupa intima se observando, agora admirando uma beleza intacta apenas marcada por uma cicatriz em forma do brasão de sua família, em seu ombro direito um lembrete amargo do passado.
Havia sido marcada pela louca da madrasta que a castigou por ter descido as cozinhas, após a festa de bodas do segundo casamento do seu pai, poucas semanas depois da morte da sua mãe, religiosos hipócritas um pouco mais de ouro e o tempo de luto foi abreviado, ela só tinha cinco anos mas as lembranças eram tão ou mais amargas, aprendeu desde então, como o ser humano é c***l e m*l com o passar do tempo entendeu que era apenas uma mulher e propriedade da família.
Quando a mãe morreu, o pai egoísta casou-se novamente, afinal precisava de um herdeiro, e sua mãe morreu tentando.
Darios seis anos mais novo que ela herdou tudo, inclusive a ambição da mãe e o egoísmo do pai que antes de morrer arranjou-lhe um marido, ou melhor, foi negociada pela casa Brooks, por alguns acres de terra, forçada a casar com o velho tio da família Brooks velho amigo e comparsa de seu pai, só tinha quinze anos.
Felizmente o velho não durou muito, mas seu inferno ainda durou três anos o desgraçado era tão ou mais bruto que seu irmão e pai juntos, Hildegard aprendeu a duras penas que só o poder a protegeria.
sua salvação foi ser despachada como dama de companhia de Elisabeth, o enteado outro demente bruto se livrou da potranca nova do pai como ele disse e da própria filha do primeiro casamento.
Hildegard apenas três anos mais velha que a neta do finado marido não passava de um peso sua situação era precária.
Jonh e sua esposa grávida as acolheram, ficou surpresa ao ver como o Lorde tratava sua esposa, Amor? Será que realmente existiria? Violet foi como a irmã que nunca teve ambas da mesma idade e Jonh apesar de só ter vinte anos provara ser um bom homem.
Os bons não durão muito e violet morreu no parto, ela, Hildegard nunca arriscaria sua vida para satisfazer um homem, Elisabeth foi Vendida e agora Hildegard estava determinada a casar com lorde Jonh se tornaria duquesa, teria poder e se não o amor que presenciara pelo menos a amizade do marido, sabia que não era capaz de amar, seu coração endurecera a muito tempo teria enfim segurança e nada nem ninguém lhe roubaria a oportunidade.
Uma batida na porta tirou lady Hildegard de seus devaneios, recolocou o vestido no lugar cobrindo a cicatriz e vestindo sua máscara de dama irrepreensível, nascida para ser a dona daquele lugar, respirou fundo e seguiu para a biblioteca.
---Milady, lorde Jonh a aguarda!--- A criada anunciou da porta.
Hildegard entrou na biblioteca na hora que Elisabeth acabava de ler a infame carta
---Não Jonh, não há nada que possa fazer?---Elisabeth, ainda segurando a carta ou melhor intimação do pai nas mãos perguntou ao primo , mais por desespero porque lia no olhar do quase irmão a frustração da negação, sentia-se egoísta Jonh já tinha preocupações bem maiores como o sequestro das irmãs e da esposa do administrador, dizia-se a boca pequena que seu honorável futuro marido Barão Never tinha feito tal vilania.
---Mandarei Hildegard e uma escolta com você.
Elisabeth olhou para a dama de companhia e amiga, que acabava de entrar, sabia que a grande maioria não a tinha como uma pessoa amigável, no entanto, Hildegard era forte e doce, mesmo que a maior parte do tempo não demonstrasse, era uma pessoa endurecida pela vida.
A jovem Elisabeth foi abandonada pela casa do pai, porém havia sido acolhida, criada, protegida e amada no seio da família do seu tio que foi o pai zeloso e amável que não teve, recebeu da esposa dele os carinhos maternos, teve o calor dos laços fraternos com os primos, posteriormente contou com o carinho de uma irmã mais velha na esposa de Jonh e na própria Hildegard.
Olhou para o quadro de família, Violet ! Em sua breve vida fora muito importante para ela e todos no castelo, ao contrário de sua amiga Hildegard uma pessoa que apenas conheceu as desventuras de ser um estorvo na família obrigada a casar com um velho c***l que mesmo em seu resto de vida atormentou a jovem esposa, ficou nas mãos do enteado (pai de Elisabeth) este era tão m*l quanto o falecido pai.
Viu a angústia nos olhos de Hildegard, a amiga não queria partir. Ali foi tratada, se não como da família mais com humanidade e como uma amiga, eterna acompanhante de Elisabeth, Violet gostava muito de Hildegard e Elisabeth esperava que os desejos secretos da amiga virassem realidade, casar com Jonh. Tomou uma decisão
---Não Jonh. Enfrentarei meu destino, não me obrigue a levar em minha consciência algum dano que esse crápula possa infringir a Hildegard, a mim ele nada poderá contra minha vida abertamente, afinal serei a senhora do castelo, uma baronesa. ---Falou tentando silenciar seus próprios temores.
Jonh abraçou sua pequena prima, a tinha como uma irmã.
---Pensarei em uma forma de te livrar!---Prometeu
---Jonh se for verdade que as meninas estejam presas lá?
---Você será viúva. Tudo dará certo, pequena--- Abraçaram-se.
Hildegard em silêncio respirou aliviada, sentia o último vestígio dos laço de sentimentos que havia no mundo estava sendo levado, sua irmãzinha, sua protegida Elisabeth, ambas protegiam-se antes na casa vil da família de Elisabeth, a nova senhora a madrasta da menina as atormentava terrivelmente, já tinha sido abusada, humilhada as pessoas eram más.
Então houve Violet, e a morte a levou, porém tinha Elisabeth que agora...partiria, ela própria precisava ganhar logo Jonh, aquela declaração de manda-la sem se quer consulta-la deixava claro quanto sua posição era precária.
Hildegard sentia-se sozinha, as irmãs do lorde damas mimadas, os criados eram só os criados, não tinha com que contar.
Jonh deixou as duas damas na biblioteca, precisava de ar e saber o que seu espia tinha descoberto sobre o sequestro das suas irmãs.
Hildegard e Elisabeth abraçaram-se em chorosa despedida.
---Cuide-se Beth, se preciso for mate-o.
---Case-se Hildegard, se preciso for amarre meu primo e case-se!---Terminaram sorrindo, Hildegard sentia que talvez fosse seu último riso, Elisabeth tinha esse poder de extrair luz até da escuridão. ---Vou me despedir do jardim, as ordens são claras amanhã por estas horas, estarei a caminho da minha nova vida.
Elisabeth sentou-se diante do poço, aquela parte do jardim esquecido era seu predileto, costumava brincar na casa do jardim, às vezes gostava de imaginar que uma fada morava ali, olhou para o céu recebendo os últimos raios da tarde no rosto, uma lágrima escapou, pediu perdão aos céus, mas não suportaria metade do que Hildegard tinha sofrido, preferia a morte, nos domínios do m*l, ali findaria com tudo, ajudaria as primas a fugir e depois partiria para a eternidade que Deus a perdoasse...
---Talvez não precise, desperdiçar o dom da vida menina---Elisabeth sobressaltou-se Runa uma mulher misteriosa, diziam que ela nunca envelhecia e aparecia de tempos em tempos ela mesmo lembrava que a mulher envergava o mesmo belo rosto, os mesmos olhos azuis tão claros como uma manhã de verão de quando a viu no enterro de Violet. Tirou um colar do bolso.
---Talvez tenha para onde fugir. Veja as palavras da sua liberdade. Permita-me, colocou o colar--- Quando achar que é a hora querida use as palavras, elas são poderosas, mais poderosas que o tempo, criança não chore. --- Falou e desapareceu diante dos olhos incrédulos de Elisabeth.
CAPITULO 03-QUE TENHAMOS FÉ!IDADE MÉDIA- ELISABETH
Lady Elisabeth via a paisagem tão querida ficar para trás, um futuro aterrador se descortinava a sua frente, por mais que tentasse se conformar não conseguia aceitar seu destino, talvez por isso, neste momento alisou o colar, aquele presente inesperado.
O pai pedira, ou melhor, ordenara seu casamento com o Barão Never. Seria uma baronesa. Como ela, apenas uma mulher, poderia negar o desejo de seu pai?
Queria ter nascido homem. Eles eram donos de seu próprio destino ser mulher era ser um pouco melhor que um e*****o, uma moeda de troca, o pai ganharia status e o futuro marido ganharia as terras adjacentes, as terras do seu primo Jonh. E ela? Seria a máquina de parir herdeiros para o Barão, um homem conhecido por sua crueldade, o desgraçado tinha até escravas sexuais, assim seguiam os rumores.
A última esposa por não ter filhos misteriosamente apareceu morta. Seu pai, tio de Jonh. Lorde Etham Holmes odiava e tinha inveja do sobrinho. Porém, Elisabeth nunca imaginara que o pai fosse tão baixo. Ingrato, injusto, tinha vergonha de ser filha de quem era! Elisabeth, filha do primeiro casamento do pai, mandada para o tio ainda pequena porque a segunda esposa não gostava dela.
Elisabeth chegou até a estalagem que seu pai e madrasta a aguardava, um misto de ódio e desespero causava-lhe ânsias de vômito, depois de tantos anos, aguardando uma palavra, uma visita, um gesto de carinho. O tempo, ele junta mas também afasta, laços se criam outros esvanecem, a jovem lady não sentia nenhum vínculo com as pessoas que a aguardava, fez uma mesura para aquele que se nomeava seu pai, não retribuiu o sorriso daquele que dizia seu irmão, desconhecidos do mesmo sangue apenas!
DOMÍNIOS DO BARÃO NEVER-Castelo Start Black
Era um castelo suntuoso, tudo transpirava riqueza, os convidados já haviam chegado,o séquito do seu pai foi recebido com toda a pompa, foi recebida pelo futuro marido, Elisabeth ao descer da carruagem o viu, feições duras, olhar aguçado, de uma beleza c***l, o sorriso jamais chegou aos olhos, fez uma mesura, olharam-se nos olhos e Elisabeth entendeu que sua vida havia acabado de qualquer forma, não seria daquele homem e de nenhum outro que não desejasse.
---Espero que não me decepcione, futura esposa.--- Never falou.
---Espero que não me decepcione, futuro marido--- Elisabeth rebateu sorridente,os presentes jamais saberiam as primeiras palavras dos noivos.
---Não me desafie.--- Elisabeth não se intimidou por ele ser bem mais alto, ou deixou transparecer medo quando seus dedos foram apertados até sentir que um pouco mais quebrariam dentro da luva par do seu luxuoso vestido de viajem. O brilho de desafio não abandonou o rosto delicado nem mesmo após a mesura. Uma salva de palmas acompanhou a noiva e seu séquito até adentrar o salão do castelo.
Elisabeth foi levada até seu quarto contíguo ao do lorde, um batalhão de criadas se dispunham realocando-a naquele que deveria ser seu lugar para sempre, aflita foi até a janela, buscando apoio, alisou o colar, estava inquieta com o sonho que tivera.
Nele Runa explicava como chegar até as masmorras e também dizia onde a chave reserva ficava escondida na arca de roupas intimas do seu futuro marido que ficava aos pés da cama dele, no sonho tão realista a orientava em outros assuntos, ao se ver sozinha, dizendo para si que estava louca, resolveu averiguar a veracidade do seu louco sonho qual foi sua surpresa quando encontrou a tal chave,escondeu em seu vestido e voltou para seu quarto a tempo da porta abri-se, indignada viu seu futuro marido entrar com arrogância.
---Não é adequado senhor que entre aqui antes das bodas...
---O castelo é meu, você é minha eu decido as regras, e você minha cara tem que aprender e entender que a partir de agora sou seu dono.--- avançou para a pequena tigresa e beijou-a com brutalidade,Ela o empurrou.
---Ainda não sou sua.--- Never deu-lhe uma bofetada no rosto
---Terei diversão por um tempo, até que aprenda---O noivo falou olhando-a caída no chão massageando o rosto com um brilho de ódio e altivez no olhar, lembrou da desgraçada que jazia no chão do quarto dourado, esperava que morta a bruxa estivesse!
Era um assunto que precisava tratar com discrição, tudo estava pronto, seria um dia perfeito o dia das suas bodas, o dia seguinte seria repleto, sem contar que esperava com ansiedade a burrice honrada que o lerdo John faria para salvar suas irmãs. Sorrindo saiu deixando Elisabeth assustada, porém resoluta, não tinha nada a perder, seguiu as instruções do louco sonho.
Desceu até as masmorras pela estreita escada em caracol. Esperava encontra-las se estivessem realmente ali, na cela imunda estava as duas primas, uma delas com o bebê, a mulher do administrador e outra garota que não conhecia. Todas com aparência faminta.
---Elisabeth?---lady Isolda aproximou-se das grades com a criança no colo.
---Meu Deus, que crápula!--- Elisabeth sussurrou, sem acreditar em seus olhos.teria que subir,depois... Seria o fim
---O que faz aqui?--lady Ilana irmã mais nova do lorde John perguntou também se aproximando das grades, no olhar medo e esperança.
---Mi-milady é também prisioneira?---kira a mulher do administrador sussurrou.
Elisabeth alisou a cabecinha da criança por entre as grades.
---É uma longa história, meu pai me entregou a esse monstro. Vou mandar uma missiva para John dizendo o local onde vocês estão. Rogo que tenham fé.--- Elisabeth correu de volta pela escada sentindo o peso do desespero Ela também caricia de fé e força para acreditar na ajuda mais impossível de todas. Pensou em quanto voltava pela passagem secreta do quarto do futuro marido, assim que entro no próprio quarto, escutou as batidas insistentes e a voz irritante da sua madrasta.
----Elisabeth, abra agora---a madrasta batia na porta, a jovem lady fechou a porta de ligação e abriu a pesada porta de carvalho para a madrasta e a horda de criadas entrarem.
---Precisamos prepara-la para as primeiras comemorações, iniciará com o jantar logo mais...---A madrasta viu a mara no rosto da enteada,m*l guardou um sorriso de satisfação.--- Como pode ser tão desastrada, caiu e bateu o rosto na mesinha,camareira prepare um véu que combine com o vestido dela assim disfarçará um pouco.
Elisabeth aproveitou o burburinho de pessoas e entregou uma missiva para um dos homens de Jonh que estava disfarçado entre os inúmeros convidados e criados da festa, dando a localização exata das garotas, fez o papel da noiva cordata e cabeça de vento que todos esperavam.
O dia seguinte, era seu último dia, que Deus a perdoasse, não deixaria que matassem seu espírito, preferia a morte, até mesmo o purgatório que viver ou deixar aquele demônio ser chamado seu marido, pularia para a morte das escarpas, só esperava a hora certa para que sua morte causasse o alvoroço necessário para John salvar as garotas, só queria se despedir, esperou hora oportuna e seguiu pela passagem secreta que era um corredor que serpenteava todo aquele lugar.
Havia pequenas frestas, o doente poderia ter acesso a qualquer cômodo, mas um, o último o mais alto que era onde o corredor iniciava a descida para as masmorras chamou-lhe a atenção, uma mulher nua, terrivelmente machucada imóvel deitada no chão próximo a cama, sufocou um grito, dando-lhe mais forças para prosseguir as últimas horas de sua vida, resoluta decidiu , não seria mais uma vitima daquele monstro.
As prisioneiras se aproximaram em silencio e cautelosas da grade.
---Estejam prontas o socorro virá esta noite, Tomem cuidado!
---E você prima?
---Esta tudo certo, partirei antes do casamento, não irei com vocês seria traição contra o rei, vou passar um tempo longe, irei pelo mar--- Abraçaram-se como puderam através das barras em meio a poucas palavras e muitas lágrimas.
... Elisabeth se olhava no espelho de corpo inteiro. Os cabelos loiros com uma coroa de flores o vestido verde ressaltava a cor dos seus olhos. Que devido às lágrimas estavam mais brilhantes.
"Perdão Senhor! Perdão Senhor." Orava em pensamento pelo sacrilégio que cometeria dali a pouco, se observou no espelho de corpo inteiro, caminhou até ele acariciou o próprio rosto admirando os tons arroxeados que apareciam, claramente a marca de dedos, teve ânsias de vômito ao olhar para o leito nupcial.
A rica e espaçosa igreja estava lotada da mais fina nata da corte,todos estavam em seus postos, sacerdotes, convidados e o próprio Barão Never já estava diante do altar...
---Saiam!--- A noiva ordenou para as criadas dali alguns minutos o pai seu pior algoz a entregaria ao seu carrasco ---Saiam--- gritou, exasperada, as criadas relutante obedeceram. Elisabeth abriu a janela subiu pularia assim que o pai abrisse aquela maldita porta se o encantamento não servisse a morte a abraçaria com certeza.
Passou a mão no colar que Runa a feiticeira encantou, uma atitude desesperada para se livrar de seu c***l destino.