DIAS ATUAIS-Vanessa
Vanessa olhava para o atual namorado sem palavras, ele a tinha levado em um restaurante requintado e de forma discreta colocou a caixinha de veludo preto a sua frente, ela ficou sem ação por alguns segundos.
---P-pra mim? --- Pegou a caixinha com as mãos trêmulas
---Quer casar comigo? --- Vanessa não acreditava no que estava ouvindo
Entre beijos e abraços ele a levou para seu apartamento, iriam assistir a um filme e depois... Cada um com seus planos para Vanessa, era de que estava quase lá, em sua lua de mel, seria para sempre dele(Mas porque não estava emocionada como achava que seria o certo?) Para Lúcio enfim conseguiria seguir em frente, depois de algumas semanas terminariam e seriam bons amigos.
O luxuoso apartamento do jovem advogado estava as escuras, ele de forma misteriosa com olhar sorridente e enigmático a levou para o quarto que estava iluminado a luz de velas, puxou a agora noiva para si beijando-a de forma sensual, Vanessa se deixou levar, fechou os olhos, por que não? ---Imagens dela e de Valéria brincando partilhando sonhos de contos de fadas, felizes para sempre... Valéria morta vitima de violência sexual... ---Empurrou o noivo--- Lúcio não, eu... Eu preciso pensar...
--- Vamos casar.--- Falou tentando continuar, mas a jovem se afastou---As vezes penso que não me ama!--- Falou frustrado.
---Você não entende! ---A vendedora de produtos naturais, sentia, não sabia, estava confusa, ele era tudo o que uma garota poderia querer, bonito, atencioso, só não conseguia... Estava algo terrivelmente errado...
---O que você quer, me diga? O que preciso fazer? Amo você, ficamos noivos, não é nenhuma religiosa, que sei, é natural transarmos...--- vendo a dúvida nos olhos da noiva, aproximou-se tentando mordiscar lhe o pescoço.
Afastou-se novamente, foi até outra parede, tinha uma foto de Lúcio com pessoas que não conhecia.
---Quem são essas pessoas?
O advogado, suspirou
---Meus pais.--- Respondeu sem entender
---O que sabe sobre mim?
---Que é minha noiva, que sou louco por você... ---Tentou se aproximar dela por traz, ela se afastou
--- È isso! --- Falou encontrando a resposta para o inexplicável
---Isso o quê?
---Não conheço sua família...
---E o que tem haver com nós, amor? Também não conheço a sua família... --- O coração da moça bateu de forma irregular, como não viu antes?! seu relacionamento era feito apenas de pequenos flertes e uma profunda ânsia de seu namorado dormir com ela.
As evidências assim tão explicitas, logo estaria de férias, iria rever o túmulo de Valéria--- Resolveu naquele instante. Iria rever antigos conhecidos, levar presentes, lembrancinhas pras crianças do orfanato onde cresceu, lá tinha uma garotinha s***a, que provavelmente iria crescer entre aqueles muros, se tivesse condições, a adotaria.
Precisava pensar, rever o seus sentimentos sabia que ficar com Lúcio significava segurança, possibilidade de ter e fazer parte de uma família.--- Saiu do quarto sem olhar para o belo rosto do noivo, pegou a bolsa e seguiu para a porta.
---Vou viajar, voltar na minha cidade por uns dias!---Anunciou da porta para um atônito e frustrado noivo.
---E a festa do Réveillon, voltará a tempo?---Lúcio perguntou a primeira coisa que veio em mente,qual era o problema daquela garota?!
---Não sei, preciso pensar sobre eu, você, nós.
---Não quero conversar, quero... --- A noiva o deixou falando sozinho, maldita. Pegou a agenda e ligou para uma amiga bem menos complicada.
NO DIA SEGUINTE...
Vanessa sorrindo, desligou o celular, seu agora noivo tinha acabado de surtar novamente, com a historia de sempre, prova de amor, sim ele a tinha pedido em casamento, porém não tinha certeza, não sabia o que estava procurando, tinha uma certeza louca de que saberia o que procurava, quando encontrasse.
Uma mulher vestida com um vestido longo de estampas indianas, cabelos longos, loiro amarrado numa trança m*l feita, carregava com sigo um tabuleiro cheio de colares artesanais, entrou na loja e foi até Andréia a outra vendedora, Andréia, não era uma má pessoa, também não era das mais fáceis ou agradáveis, a aparência e a conta bancária era a primeira qualidade que via, principalmente nos possíveis clientes que entravam.
--- Quanto custa essa caixa de chá de hibisco?---A pretensa cliente perguntou
--- Os preços estão nos produtos, pode olhar--- A vendedora falou sem sair do balcão que estava escorada, de braços cruzados respondeu com má vontade olhando com superioridade a mulher m*l vestida que pegou a caixa, conferiu o preço, colocou novamente na prateleira.
---Está muito caro, não tenho dinheiro, quer trocar comigo um dos meus colares por uma caixa do seu chá?--- Mais duas clientes, bem vestidas entraram na loja, Andréia deixou a mulher sozinha e sem dar a mínima satisfação seguiu para as outras, com um sorriso no rosto e extrema gentileza.
Vanessa odiava esse tipo de atitude foi até a vendedora ambulante e falou sorridente, com a mesma gentileza destinada a qualquer possível comprador que entrasse na loja.
---Posso ajudar?--- A mulher olhou para ela, tinha olhos de um azul tão claro.
---Queria uma caixa de chá de hibisco, mas não tenho dinheiro, trocaria comigo por um colar?
---Não podemos trocar nada por nada, meus patrões só aceitam dinheiro ou cartão. --- Viu a decepção naqueles suaves olhos azuis.---Mas espere um momento, volto já, pegou a caixa que a mulher a pouco tinha recolocado da prateleira, foi até o caixa que ainda estava livre, pagou, colocou na sacolinha com slogan da loja, foi até a mulher que esperava em pé na porta.--- Tome um presente.
--- Obrigada querida. --- A mulher colocou a sacolinha na sua bolsa de tecido colorido. Olhou para Vanessa que estava com o longo cabelo n***o preso num r**o de cavalo, a franja recém cortada, reta na testa dava-lhe um ar exótico.
--- Procure querida direito, o que realmente importa--- A mulher falou voltando-se com atenção para o tabuleiro, tirou um colar onde a corrente lembrava ouro envelhecido e o pingente era uma imitação de um rubi quadrado emoldurado em filigranas dourado. --- Se algum dia quiser estar em outro lugar, fale as palavras mágicas--- falou sussurrando como se fosse um grande segredo enquanto retirava o colar do mostruário.
---Palavras mágicas?--- A jovem vendedora perguntou sem entender
---Atrás do pingente, não mostre a ninguém mais, promete?---A estranha mulher, falou, fechando o colar na mão de Vanessa
--- Prometo!--- Vanessa achou melhor não contrariar a bela mulher, provavelmente tinha problemas mentais.--- a mulher sorriu --- Posso colocar o colar em você,queria ver como fica, a moça consentiu, a mulher um pouco mais alta que ela colocou o colar no pescoço da jovem, ficou de frente a admirando,sorriu e seguiu seu caminho.
IDADE MÉDIA- Elisabeth
---Não! Não pode ser! --- Lady Elisabeth lamentou-se, sabia que o pai não gostava dela, mas odiá-la ao ponto de arrumar que viva presa para sempre ao inimigo da casa do tio, pior, havia suspeitas que tivesse sido ele o responsável pela morte dos tios, um homem de conhecida crueldade com suas esposas anteriores, ouvira até que tinha escravas trazidas de além mar, para satisfazê-lo.Precisava pensar numa saída!
DIAS ATUAIS-Vanessa
Vanessa olhava para o atual namorado sem palavras, ele a tinha levado em um restaurante requintado e de forma discreta colocou a caixinha de veludo preto a sua frente, ela ficou sem ação por alguns segundos.
---P-pra mim?--- Pegou a caixinha com as mãos trêmulas
---Quer casar comigo?--- Vanessa não acreditava no que estava ouvindo
Entre beijos e abraços ele a levou para seu apartamento, iriam assistir a um filme e depois... Cada um com seus planos para Vanessa, era de que estava quase lá, em sua lua de mel, seria para sempre dele(Mas porque não estava emocionada como achava que seria o certo?) Para Lúcio enfim conseguiria seguir em frente, depois de algumas semanas terminariam e seriam bons amigos.
O luxuoso apartamento do jovem advogado estava as escuras, ele de forma misteriosa com olhar sorridente e enigmático a levou para o quarto que estava iluminado a luz de velas, puxou a agora noiva para si beijando-a de forma sensual, Vanessa se deixou levar, fechou os olhos, por que não? ---Imagens dela e de Valéria brincando partilhando sonhos de contos de fadas, felizes para sempre... Valéria morta vitima de violência sexual... ---Empurrou o noivo--- Lúcio não, eu... Eu preciso pensar...
--- Vamos casar.--- Falou tentando continuar, mas a jovem se afastou---As vezes penso que não me ama!--- Falou frustrado.
---Você não entende! ---A vendedora de produtos naturais, sentia, não sabia, estava confusa, ele era tudo o que uma garota poderia querer, bonito, atencioso, só não conseguia... Estava algo terrivelmente errado...
---O que você quer, me diga? O que preciso fazer? Amo você, ficamos noivos, não é nenhuma religiosa, que sei, é natural transarmos...--- vendo a dúvida nos olhos da noiva, aproximou-se tentando mordiscar lhe o pescoço.
Afastou-se novamente, foi até outra parede, tinha uma foto de Lúcio com pessoas que não conhecia.
---Quem são essas pessoas?
O advogado, suspirou
---Meus pais.--- Respondeu sem entender
---O que sabe sobre mim?
---Que é minha noiva, que sou louco por você... ---Tentou se aproximar dela por traz, ela se afastou
--- È isso! --- Falou encontrando a resposta para o inexplicável
---Isso o quê?
---Não conheço sua família...
---E o que tem haver com nós, amor? Também não conheço a sua família... --- O coração da moça bateu de forma irregular, como não viu antes?! seu relacionamento era feito apenas de pequenos flertes e uma profunda ânsia de seu namorado dormir com ela.
As evidências assim tão explícitas, logo estaria de férias, iria rever o túmulo de Valéria--- Resolveu naquele instante. Iria rever antigos conhecidos, levar presentes, lembrancinhas pras crianças do orfanato onde cresceu, lá tinha uma garotinha s***a, que provavelmente iria crescer entre aqueles muros, se tivesse condições, a adotaria.
Precisava pensar, rever o seus sentimentos sabia que ficar com Lúcio significava segurança, possibilidade de ter e fazer parte de uma família.--- Saiu do quarto sem olhar para o belo rosto do noivo, pegou a bolsa e seguiu para a porta.
---Vou viajar, voltar na minha cidade por uns dias!---Anunciou da porta para um atônito e frustrado noivo.
---E a festa do Réveillon, voltará a tempo?---Lúcio perguntou a primeira coisa que veio em mente,qual era o problema daquela garota?!
---Não sei, preciso pensar sobre eu, você, nós.
---Não quero conversar, quero... --- A noiva o deixou falando sozinho, maldita. Pegou a agenda e ligou para uma amiga bem menos complicada.
NO DIA SEGUINTE...
Vanessa sorrindo, desligou o celular, seu agora noivo tinha acabado de surtar novamente, com a historia de sempre, prova de amor, sim ele a tinha pedido em casamento, porém não tinha certeza, não sabia o que estava procurando, tinha uma certeza louca de que saberia o que procurava, quando encontrasse.
Uma mulher vestida com um vestido longo de estampas indianas, cabelos longos, loiro amarrado numa trança m*l feita, carregava com sigo um tabuleiro cheio de colares artesanais, entrou na loja e foi até Andréia a outra vendedora, Andréia, não era uma má pessoa, também não era das mais fáceis ou agradáveis, a aparência e a conta bancária era a primeira qualidade que via, principalmente nos possíveis clientes que entravam.
--- Quanto custa essa caixa de chá de hibisco?---A pretensa cliente perguntou
--- Os preços estão nos produtos, pode olhar--- A vendedora falou sem sair do balcão que estava escorada, de braços cruzados respondeu com má vontade olhando com superioridade a mulher m*l vestida que pegou a caixa, conferiu o preço, colocou novamente na prateleira.
---Está muito caro, não tenho dinheiro, quer trocar comigo um dos meus colares por uma caixa do seu chá?--- Mais duas clientes, bem vestidas entraram na loja, Andréia deixou a mulher sozinha e sem dar a mínima satisfação seguiu para as outras, com um sorriso no rosto e extrema gentileza.
Vanessa odiava esse tipo de atitude foi até a vendedora ambulante e falou sorridente, com a mesma gentileza destinada a qualquer possível comprador que entrasse na loja.
---Posso ajudar?--- A mulher olhou para ela, tinha olhos de um azul tão claro.
---Queria uma caixa de chá de hibisco, mas não tenho dinheiro, trocaria comigo por um colar?
---Não podemos trocar nada por nada, meus patrões só aceitam dinheiro ou cartão. --- Viu a decepção naqueles suaves olhos azuis.---Mas espere um momento, volto já, pegou a caixa que a mulher a pouco tinha recolocado da prateleira, foi até o caixa que ainda estava livre, pagou, colocou na sacolinha com slogan da loja, foi até a mulher que esperava em pé na porta.--- Tome um presente.
--- Obrigada querida. --- A mulher colocou a sacolinha na sua bolsa de tecido colorido. Olhou para Vanessa que estava com o longo cabelo n***o preso num r**o de cavalo, a franja recém cortada, reta na testa dava-lhe um ar exótico.
--- Procure querida direito, o que realmente importa--- A mulher falou voltando-se com atenção para o tabuleiro, tirou um colar onde a corrente lembrava ouro envelhecido e o pingente era uma imitação de um rubi quadrado emoldurado em filigranas dourado. --- Se algum dia quiser estar em outro lugar, fale as palavras mágicas--- falou sussurrando como se fosse um grande segredo enquanto retirava o colar do mostruário.
---Palavras mágicas?--- A jovem vendedora perguntou sem entender
---Atrás do pingente, não mostre a ninguém mais, promete?---A estranha mulher, falou, fechando o colar na mão de Vanessa
--- Prometo!--- Vanessa achou melhor não contrariar a bela mulher, provavelmente tinha problemas mentais.--- a mulher sorriu --- Posso colocar o colar em você,queria ver como fica, a moça consentiu, a mulher um pouco mais alta que ela colocou o colar no pescoço da jovem, ficou de frente a admirando,sorriu e seguiu seu caminho.
IDADE MÉDIA- Elisabeth
---Não! Não pode ser! --- Lady Elisabeth lamentou-se, sabia que o pai não gostava dela, mas odiá-la ao ponto de arrumar que viva presa para sempre ao inimigo da casa do tio, pior, havia suspeitas que tivesse sido ele o responsável pela morte dos tios, um homem de conhecida crueldade com suas esposas anteriores, ouvira até que tinha escravas trazidas de além mar, para satisfazê-lo.Precisava pensar numa saída!
IDADE MÉDIA
Domínios de Lorde Jonh.
A bela viúva Hildegard, ao se contemplar no espelho não via a ainda bela mulher de cabelos claros, de rosto delicado e feições perfeitas, tinha vinte oito anos, á muito passara da idade casadoura, era uma mulher, cheia de cicatrizes internas, porém estas mesmas dores que formaram as marcas na sua alma a tinham feito forte, decidida a ser uma mulher poderosa.
Sabia que apenas a posição social e o dinheiro a preservariam de novas dores, a menina amedrontada forçada a casar com um e******o homem com idade de ser seu avô, não existia mais, a criança órfã de mãe, que pensou ter encontrado uma nova mãe aos cinco anos era apenas um fantasma entre tantos que de vez em quando vinham para assombra-la as noites.
Lembranças de estar presa em porões escuros, ou de surras que levou, as humilhações que sofreu, tinham- na ensinado, que não havia misericórdia para os fracos, os três anos que passou casada com o velho Brooks a ensinaram que não tinha nada, nem mesmo controle sobre seu corpo, ainda tinha ânsias de vômito em lembrar-se do velho bruto, possuindo seu corpo e matando sua alma.
Lembrou-se da felicidade em saber que o ** de beladona a tinha livrado daquele d***o, nunca havia matado antes, e por Deus se é que ele existia a perdoasse do prazer que sentiu quando no meio do ato o velho sucumbiu ao veneno.
Hildegard estava apenas com a roupa intima se observando, agora admirando uma beleza intacta apenas marcada por uma cicatriz em forma do brasão de sua família, em seu ombro direito um lembrete amargo do passado.
Havia sido marcada pela louca da madrasta que a castigou por ter descido as cozinhas, após a festa de bodas do segundo casamento do seu pai, poucas semanas depois da morte da sua mãe, religiosos hipócritas um pouco mais de ouro e o tempo de luto foi abreviado, ela só tinha cinco anos mas as lembranças eram tão ou mais amargas, aprendeu desde então, como o ser humano é c***l e m*l com o passar do tempo entendeu que era apenas uma mulher e propriedade da família.
Quando a mãe morreu, o pai egoísta casou-se novamente, afinal precisava de um herdeiro, e sua mãe morreu tentando.
Darios seis anos mais novo que ela herdou tudo, inclusive a ambição da mãe e o egoísmo do pai que antes de morrer arranjou-lhe um marido, ou melhor, foi negociada pela casa Brooks, por alguns acres de terra, forçada a casar com o velho tio da família Brooks velho amigo e comparsa de seu pai, só tinha quinze anos.
Felizmente o velho não durou muito, mas seu inferno ainda durou três anos o desgraçado era tão ou mais bruto que seu irmão e pai juntos, Hildegard aprendeu a duras penas que só o poder a protegeria.
sua salvação foi ser despachada como dama de companhia de Elisabeth, o enteado outro demente bruto se livrou da potranca nova do pai como ele disse e da própria filha do primeiro casamento.
Hildegard apenas três anos mais velha que a neta do finado marido não passava de um peso sua situação era precária.
Jonh e sua esposa grávida as acolheram, ficou surpresa ao ver como o Lorde tratava sua esposa, Amor? Será que realmente existiria? Violet foi como a irmã que nunca teve ambas da mesma idade e Jonh apesar de só ter vinte anos provara ser um bom homem.
Os bons não durão muito e violet morreu no parto, ela, Hildegard nunca arriscaria sua vida para satisfazer um homem, Elisabeth foi Vendida e agora Hildegard estava determinada a casar com lorde Jonh se tornaria duquesa, teria poder e se não o amor que presenciara pelo menos a amizade do marido, sabia que não era capaz de amar, seu coração endurecera a muito tempo teria enfim segurança e nada nem ninguém lhe roubaria a oportunidade.
Uma batida na porta tirou lady Hildegard de seus devaneios, recolocou o vestido no lugar cobrindo a cicatriz e vestindo sua máscara de dama irrepreensível, nascida para ser a dona daquele lugar, respirou fundo e seguiu para a biblioteca.
---Milady, lorde Jonh a aguarda!--- A criada anunciou da porta.
Hildegard entrou na biblioteca na hora que Elisabeth acabava de ler a infame carta
---Não Jonh, não há nada que possa fazer?---Elisabeth, ainda segurando a carta ou melhor intimação do pai nas mãos perguntou ao primo , mais por desespero porque lia no olhar do quase irmão a frustração da negação, sentia-se egoísta Jonh já tinha preocupações bem maiores como o sequestro das irmãs e da esposa do administrador, dizia-se a boca pequena que seu honorável futuro marido Barão Never tinha feito tal vilania.
---Mandarei Hildegard e uma escolta com você.
Elisabeth olhou para a dama de companhia e amiga, que acabava de entrar, sabia que a grande maioria não a tinha como uma pessoa amigável, no entanto, Hildegard era forte e doce, mesmo que a maior parte do tempo não demonstrasse, era uma pessoa endurecida pela vida.
A jovem Elisabeth foi abandonada pela casa do pai, porém havia sido acolhida, criada, protegida e amada no seio da família do seu tio que foi o pai zeloso e amável que não teve, recebeu da esposa dele os carinhos maternos, teve o calor dos laços fraternos com os primos, posteriormente contou com o carinho de uma irmã mais velha na esposa de Jonh e na própria Hildegard.
Olhou para o quadro de família, Violet ! Em sua breve vida fora muito importante para ela e todos no castelo, ao contrário de sua amiga Hildegard uma pessoa que apenas conheceu as desventuras de ser um estorvo na família obrigada a casar com um velho c***l que mesmo em seu resto de vida atormentou a jovem esposa, ficou nas mãos do enteado (pai de Elisabeth) este era tão m*l quanto o falecido pai.
Viu a angústia nos olhos de Hildegard, a amiga não queria partir. Ali foi tratada, se não como da família mais com humanidade e como uma amiga, eterna acompanhante de Elisabeth, Violet gostava muito de Hildegard e Elisabeth esperava que os desejos secretos da amiga virassem realidade, casar com Jonh. Tomou uma decisão
---Não Jonh. Enfrentarei meu destino, não me obrigue a levar em minha consciência algum dano que esse crápula possa infringir a Hildegard, a mim ele nada poderá contra minha vida abertamente, afinal serei a senhora do castelo, uma baronesa. ---Falou tentando silenciar seus próprios temores.
Jonh abraçou sua pequena prima, a tinha como uma irmã.
---Pensarei em uma forma de te livrar!---Prometeu
---Jonh se for verdade que as meninas estejam presas lá?
---Você será viúva. Tudo dará certo, pequena--- Abraçaram-se.
Hildegard em silêncio respirou aliviada, sentia o último vestígio dos laço de sentimentos que havia no mundo estava sendo levado, sua irmãzinha, sua protegida Elisabeth, ambas protegiam-se antes na casa vil da família de Elisabeth, a nova senhora a madrasta da menina as atormentava terrivelmente, já tinha sido abusada, humilhada as pessoas eram más.
Então houve Violet, e a morte a levou, porém tinha Elisabeth que agora...partiria, ela própria precisava ganhar logo Jonh, aquela declaração de manda-la sem se quer consulta-la deixava claro quanto sua posição era precária.
Hildegard sentia-se sozinha, as irmãs do lorde damas mimadas, os criados eram só os criados, não tinha com que contar.
Jonh deixou as duas damas na biblioteca, precisava de ar e saber o que seu espia tinha descoberto sobre o sequestro das suas irmãs.
Hildegard e Elisabeth abraçaram-se em chorosa despedida.
---Cuide-se Beth, se preciso for mate-o.
---Case-se Hildegard, se preciso for amarre meu primo e case-se!---Terminaram sorrindo, Hildegard sentia que talvez fosse seu último riso, Elisabeth tinha esse poder de extrair luz até da escuridão. ---Vou me despedir do jardim, as ordens são claras amanhã por estas horas, estarei a caminho da minha nova vida.
Elisabeth sentou-se diante do poço, aquela parte do jardim esquecido era seu predileto, costumava brincar na casa do jardim, às vezes gostava de imaginar que uma fada morava ali, olhou para o céu recebendo os últimos raios da tarde no rosto, uma lágrima escapou, pediu perdão aos céus, mas não suportaria metade do que Hildegard tinha sofrido, preferia a morte, nos domínios do m*l, ali findaria com tudo, ajudaria as primas a fugir e depois partiria para a eternidade que Deus a perdoasse...
---Talvez não precise, desperdiçar o dom da vida menina---Elisabeth sobressaltou-se Runa uma mulher misteriosa, diziam que ela nunca envelhecia e aparecia de tempos em tempos ela mesmo lembrava que a mulher envergava o mesmo belo rosto, os mesmos olhos azuis tão claros como uma manhã de verão de quando a viu no enterro de Violet. Tirou um colar do bolso.
---Talvez tenha para onde fugir. Veja as palavras da sua liberdade. Permita-me, colocou o colar--- Quando achar que é a hora querida use as palavras, elas são poderosas, mais poderosas que o tempo, criança não chore. --- Falou e desapareceu diante dos olhos incrédulos de Elisabeth.