06 - Stella

978 Words
Ivan tinha enfrentado o inferno antes de chegar onde estava, foi traído pela noiva e pelo irmão, não era um homem inocente, estava encobrindo negócios ilegais da família de Stella e o Grupo Bianchi também era usado, muitas vezes para lavar dinheiro da máfia. Era leal a Hermes, o líder de uma organização criminosa com braços na América latina e alguns países europeus. Ivan era o que chamava de associado, não pertencia a máfia, mas tinha seus benefícios e prestava favores específicos, normalmente quando Hermes não queria se expor, um associado agia e o presidente do Grupo Bianchi tinha uma personalidade vantajosa para o capô, Ivan era violento, gostava de sangue e não tinha medo de matar, as vezes se pegava pensando que era uma espécie de vício, mas jamais tinha ferido um inocente. Stella era noiva de Ivan antes de ele conhecer a atual esposa e se uniu a Joseph, irmão de Ivan para derrubá-lo. Quando o plano foi posto em prática, a noiva o drogou para que o empresário não fosse capaz de reagir e Joseph usou um dos carros da empresa para atropelá-lo. Seria o plano perfeito se Sara não tivesse aparecido e usado os benefícios de filha de Alexandre Lakesi para conseguir um socorro rápido. Muitas coisas aconteceram desde o acidente de Ivan e ele deixou de ser o homem admirado por todas as mulheres, para alguém que causava repulsa. No entanto, o empresário não tinha se preocupado com isso até o dia em que viu Sara, se interessar pelo melhor amigo e subchefe da máfia. Ivan sentiu o seu mundo desmoronar, amava a esposa com loucura e não conseguia conceber a ideia de ser traído outra vez, não por Sara, não pela mãe de sua filha. Quando o empresário voltou para o condomínio que coordenava desde que tinha assumido a posição de capô não conseguiu resistir aos apelos de Sara e por alguns minutos, pensou que a vida encontraria a tranquilidade, mas foi surpreendido por uma mensagem decodificada que deixava claro que Joseph estava agindo novamente, seu irmão o queria morto, não importando o que precisasse fazer para conseguir. Ivan não sabia, mas o plano de Joseph estava caminhando há algum tempo, Stella também estava ajudando o ex-cunhado e dessa vez tinham um aliado poderoso, o líder do Cartel de Sinaloa os ajudaria nos intentos da dupla. A noiva de Ivan tinha se envolvido com Joseph há muito tempo, não era amor, mas tinha seus benefícios. Ayla e Marco tinham acabado de chegar na empresa quando Lia pediu que a menina fosse buscar um café, a secretária de Marco não deveria fazer esse tipo de serviço, não era subordinada a Lia, mas não era da sua natureza criar confusão. Organizou as próprias coisas e foi buscar o lanche e o capuccino que a colega pediu. Esperava pela entrega quando uma mulher incrivelmente bonita se aproximou. - Yael Ayla? - Yes? (sim? Stella tinha um inglês perfeito, havia feito intercâmbio e adquirido fluência na língua com nativos, então não teve nenhuma dificuldade para se comunicar com a israelense. Mostrou a fotografia da família de Ayla na sinagoga. - Sei que veio com meu noivo para o Brasil, quero encontrá-lo e você vai me ajudar. - Posso ligar para o senhor Ivan e pedir para que ele venha encontrá-la. - Não será assim, quero saber tudo sobre ele, o endereço, onde esconde a mulher, quem está o ajudando e você vai me dar o que preciso ou terá que conviver com isso. A ex-noiva de Ivan mostrou uma foto de Alitza, mãe de Yael e esposa de Abner, a mulher estava ferida, mas parecia bem. - É minha mãe! - Olha! Tem memória, mas eu não preciso saber da sua árvore genealógica, sei os nomes e ocupações de cada um deles e vou mandar matá-los que nem moscas se não me trouxer algo útil e sem que ninguém fique sabendo. Stella deixou um aparelho de celular sobre o balcão da cafeteria e se despediu. - Quando eu chamar, atenda, ou vai voltar para o seu país para o velório da sua família, p*****a. Espero que esteja se divertindo com meu noivo, ele era excelente na cama. A mulher saiu deixando Ayla tremendo e com um sentimento de angústia e impotência que brotaram nos olhos em forma de lágrimas. Não esperou pelo pedido, apenas retornou para o escritório, sentia-se protegida naquele espaço, passou direto por Lia e se abrigou na sala de Marco. - Onde está o que pedi? Ayla passou direto e entrou no escritório do chefe sem bater. - O que precisa, Ayla? Está pálida! Sente alguma coisa? Marco se levantou e caminhou até a secretária, mas ela se abraçou a ele e começou a chorar. - Hei, menina, o que houve? O que aconteceu? O empresário estava realmente preocupado, mas quando sentiu o perfume que Ayla usava foi transportado para um oceano de sensações, já tinha sentido aquele cheiro no próprio paletó, não sabia de onde vinha, mas adorava, quando soube que era o perfume da israelense pediu a um amigo perfumista para descobrir a marca e lhe trazer um frasco, mas ao receber, achou que o amigo tivesse se enganado, era bom, parecido, mas o cheiro que Ayla deixava no ar era mais fresco, suave... Arnaldo disse a Marco que o perfume muda de aroma em contato com a pele, se mistura ao cheiro de quem o usa e por isso a diferença, mesmo assim, Marco não entregou o presente, deixou em seu armário. Naquela manhã soube que o amigo estava certo, com o abraço o cheiro do perfume e dos cabelos de Ayla se misturaram em suas narinas fazendo com que ele esquecesse que deveria consolar a menina, se perdeu nas próprias sensações e quando Ayla se afastou ele precisou voltar para trás da mesa a fim de esconder sua excitação.
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