ARCANJOS - Indo ao encontro dela. (Elias).

2200 Words
CAPÍTULO 4 Isabelli Costa Chego ao restaurante do meu pai para mais um dia de trabalho. As coisas andam bem agitadas por aqui nas últimas duas semanas. Muitos funcionários da empresa Mariano investimentos passaram a almoçar ou pedir o almoço no nosso restaurante. Meu pai está super feliz. Até contratou mais duas pessoas. Eu agora trabalho no período da manhã até o meio da tarde para ajudar com tudo que posso. — Filha, preciso que vá buscar uns temperos no senhor Genaro. Já está tudo pago. — Vou agora mesmo, meu pai. Saio do restaurante e sigo pelas ruas de Roma. Amo esse lugar. É vibrante, cheio de turistas, lugares históricos, monumentos lindos. Mas é mais que isso. É meu lar. Minha referência. Meu celular toca na bolsa, porém não atendo. Já estou chegando na loja de temperos. Entro e aceno para o senhor Genaro. Pego o celular e ele volta a tocar. — Alô! — Alô, Isa? É assim que atende o seu namorado? — Oi Tomy! Como está sua mãe? — Melhor! Chegarei hoje a tarde Isa e quero te ver. Estou morrendo de saudades. — Não conseguirei te ver hoje. — Ainda está chateada? Te expliquei o que aconteceu e pedi desculpas. — Tomy, estou pegando algumas encomendas para meu pai. Lhe disse que estamos trabalhando muito no restaurante, falo com você a noite. E não tem como mesmo nos vermos hoje. — Entendi Isa! Beijo. Tenho que ir para o aeroporto. — Faça uma excelente viagem. — Obrigado! — Ele desliga. Volto para o restaurante pensando. A viagem de uma semana do Tomy com os pais durou quatro semanas. Nas duas primeiras semanas ele nem me ligava, só mandava mensagem. Nessas duas últimas semanas passou a me ligar. Explicou-me que ficou mais tempo porque no início o pai teve dificuldade com os negócios na América do Sul e depois sua mãe pegou uma doença típica dos trópicos e precisou de repouso. Claro que isso não justificou ele não me ligar. Então ele disse que o fuso horário o confundia e as mensagens eram mais fáceis. Fiquei muito chateada com ele. Ainda estou, mas doença é algo que não controlamos. E mãe é especial. Sei bem porque não tenho mais a minha comigo. Paro em frente ao restaurante e olho em volta, sinto uma sensação como se alguém estivesse me observando. Olho e não vejo nada. Entro e sigo para cozinha. — Cheguei pai. Aqui estão os seus temperos. Vou lavá-los! — Isa, onde está seu anel de compromisso? — Meu pai pergunta olhando para minha mão. — O tirei. Com o trabalho aqui e eu andando pelas ruas de Roma achei mais seguro. .......... No horário do almoço separo as quentinhas com o almoço para 15 pessoas. O pedido veio da empresa Mariano. Tudo pronto e pontualmente no horário marcado dois homens fortes e sérios entram no restaurante. Meu pai conversa com eles e pede um minuto. Ajudo meu pai a entregar as sacolas e vejo de relance uma arma com um deles quando ele estende a mão para pegar a sacola, com terno aberto consegui ver. Não me ousei a olhar no rosto deles, agora tenho certeza que são mafiosos. — Mafiosos com certeza não é, pai? — Sim, filha. Fique longe deles. Não quero problemas com eles, nem você com o seu namorado. — Assenti e voltamos ao trabalho. No final da tarde recebo uma visita inesperada no restaurante. — Tomy! O que está fazendo aqui? — Pergunto realmente surpresa. — Vim direto do aeroporto. Precisava te ver Isa! — Ele me abraça e tenta me beijar na boca. Viro o rosto e vejo meu pai nos encarando. Olho para o Tomy e ele aproveita para me dar um selinho demorado. — Olá, senhor Giussepe. Espero que esteja bem. Cheguei de viagem e vim ver sua filha, mas ela ainda está brava comigo porque passei tantas semanas fora. Não queria Isa. Aconteceu. — Boa tarde, Tomy. Confio na minha filha, ela sabe o que fazer. Com licença. — Tomy, está louco? Envolver meu pai nesse assunto? — Isa, só quero um beijo e te entregar seus presentes. Vai! Não sentiu saudades? Estou aqui agora linda. — Ele me encara e respiro fundo o olhando. — Claro que senti saudades. Mas você foi um péssimo namorado. Não vou perdoá-lo assim tão fácil. — Mas vai?! — Ele me abraça e beija minha testa. — Venho te buscar amanhã nesse mesmo horário. Vamos passar um tempo juntos e te conto tudo que realmente aconteceu. Tudo bem assim? — Assenti e ele me beija com outro selinho. — Tomy! — Ele gargalha e me entrega uma sacola enorme. — Seus presentes. Espero que goste. Ele vai embora e fico ali segurando aquela sacola. Abro e tem algumas bijuterias e um chapéu de palha lindo. Há uma bolsa de praia com uma pintura e escrito Brasil. Gostei de tudo. Guardo no armário e volto ao trabalho. Elias Galli As nossas novas rotinas são intensas. O Lorenzo e os irmãos estão se familiarizando com tudo que é deles. Empresas, cargos na máfia, dinheiro, ameaças e tudo mais. Nesses primeiros meses eles ficarão mais a frente das empresas. E nós os seus arcanjos os acompanharemos como sombras. Dias depois Os trigêmeos estão trabalhando muito. Mas também curtindo muito as noites de solteiros. Eles sempre nos liberam para também ficarmos com mulheres. Mas todos nós arcanjos concordamos que isso não é prudente. Estamos a serviço e qualquer descuido pode custar a vida de um deles ou as nossas. Do Hugo Raffael não. Esse é como nós e não se distrai em ‘serviço’. Saímos em mais uma manhã para a sede da máfia e de lá seguimos para a empresa Mariano investimento. Estou dirigindo o carro, Tiziano no banco do carona e os trigêmeos no banco de trás. Dom Ângelo está tentando a todo custo colocar na cabeça deles que não é seguro andarem juntos. Mas eu até prefiro em alguns casos. Como líder dos arcanjos consigo ficar de olho nos três ao mesmo tempo e não só no Lorenzo. — O restaurante que vocês tanto falam nas últimas semanas é aquele mais a frente? — Pergunto ao Tiziano. — É, Elias. Acho que só você ainda não experimentou a comida de lá. — Assenti para o Tiziano e voltei a atenção para estrada. Olho para calçada em frente ao restaurante e vejo uma mulher linda colocando os cabelos longos e castanho escuro para um lado do pescoço. Ela tem um rosto lindo. Olhos marcantes e um corpo moreno que é um pecado. Ela está com uma calça jeans e uma camiseta preta. Vejo uma sacola com condimentos no chão e penso. “Ela trabalha no restaurante. Quem será essa mulher?” — Elias. — Lorenzo me chama e olho para ele pelo espelho interno. — Passaremos o dia na empresa. E a noite iremos ao meu apartamento e depois iremos para boate. — Sério? Toda noite isso Lorenzo? — Hugo Raffael indaga sem paciência. — Hoje é a trabalho fratello. — Valentim avisa. Enquanto eles conversam fico pensando naquela mulher linda. Chegamos a empresa. Os irmãos vão para algumas reuniões e nós ficamos pelos corredores de prontidão. Na hora do almoço Mário e Fausto vão ao restaurante buscar nossos almoços. Pensei em me oferecer para ir junto. Mas seria suspeito demais esse interesse repentino. Sou o único que nunca fui almoçar lá dos arcanjos. Não posso de uma hora para outra sair correndo para lá. Sou discreto e paciente. Se aquela mulher realmente trabalha lá vou vê-la de novo em breve. Saímos já a noite da empresa e vejo que o restaurante ainda está aberto e com um bom movimento de clientes. A comida realmente é muito boa. A próxima vez que estivermos nesta empresa darei um jeito de almoçar lá. A imagem daquela mulher não saiu da minha cabeça o dia inteiro. Dias depois Acordo mais cedo e decido malhar. Os últimos dias foram cansativos. O Lorenzo e os irmãos negociaram carregamentos de drogas nas últimas três noites em boates. O que significam que no fim da noite seguiram com mulheres para hotéis e nós os arcanjos m*l dormimos. Assim como o Valentim e Lorenzo. Hugo Raffael não costuma passar as noites com mulheres. Sorte do Mário, Magno e Fausto. Malhar me ajuda a aliviar o estresse e espantar o cansaço mental. Termino meus exercícios na academia de casa e sigo para cozinha para beber um suco. — Oi filho! — Ela fala surpresa demais. — Oi mãe! O que aconteceu dona Camile? Por que está surpresa em me ver? Ah não! Mãe, você e o meu pai estavam... na cozinha — Ela gargalha. — Me respeita Elias. Só não vi você passar para academia. E só para você saber seu pai e eu temos nosso quarto. — Ela pisca para mim e balanço a cabeça em negação. Meu pai entra na cozinha e diz. — E ele é aprova de sons! Para sua sorte! — Pai! — Cuspo a água que estava bebendo. — Quero ver vocês falarem assim na frente da Lavínia. — Sabe que ela é uma menina ainda. Meu pai diz e minha mãe ergue as sobrancelhas e depois disfarça mexendo nos cabelos. — Vou tomar um banho e me arrumar. — Beijo o rosto da minha mãe e saio da cozinha. Me visto pensando que hoje iremos para a Mariano investimentos e vou me fazer de convencido pela insistência dos arcanjos e vou almoçar lá naquele restaurante. Espero ver aquela mulher e matar logo minha curiosidade. ............ Estou dirigindo concentrado quando vejo a mulher que ocupou meus pensamentos esses dias. Ela anda apressada, mas cumprimenta a todos pelo caminho e sorri. — Algum problema Elias? Por que reduziu a velocidade? — Renzo sussurra ao meu lado. Só então percebo o que estava fazendo e volto a acelerar depois de olhar para o Renzo e negar com um gesto. Passo pela mulher e ela balança a cabeça para retirar os cabelos que o vento jogou em seu rosto. “Linda!” A olho pelo espelho retrovisor e vejo ela entrar no restaurante. — Elias vamos embora depois da reunião das 14:00 horas. Deixe tudo organizado. — Entendido Lorenzo. Estaciono na vaga reservada para o CEO e desço com os arcanjos para fazer a verificação de segurança. Após acompanhamos os irmãos Mariano até o andar da presidência. — Elias, vamos pedir comida ou almoçar naquele restaurante? — Tiziano, vocês falam tanto do lugar que fiquei curioso. Vamos almoçar lá. Organizem as duplas e eu irei sozinho por último. — Tem certeza que vai sozinho? — Renzo me indaga. — Sim. Somos 9. E não se preocupe Renzo, ficarei bem. — Falo segurando em seu ombro e fazendo uma cara de apaixonado. — Vá a merd@ Elias. Ele diz antes de sair. Gargalhamos. No meio da manhã peço autorização ao Lorenzo e saio do prédio para uma varredura na nossa localização. Mário me acompanha. Andamos pela rua atentos a tudo e Mário comenta. — Temos que nos certificar de não fazer dessa empresa uma rotina estabelecida dos trigêmeos. Pode ser perigoso. — Verdade Mário. Rotina é igual a previsibilidade. E isso pode ser um ponto fraco. — Ele assentiu e andamos mais alguns metros. Vejo a porta do restaurante se abrir e ela, a mulher que queria ver, sai para conversar com umas pessoas. Acredito que sejam colaboradores ou fornecedores do restaurante. Mário percebe que estou observando antes que eu desvie o olhar, mas não diz nada. Voltamos para a empresa e espero o momento de ir almoçar. Finalmente todos os arcanjos retornam do almoço e posso ir. Retiro minha gravata e abro dois botões da minha camisa. Sigo apressado o horário comum de almoço já passou. Entro no local e olho tudo em volta, não a vejo no salão. “Será que ela trabalha na cozinha?” Sento e faço meu pedido. Aguardo tentando parecer um cliente comum. Mexo no celular enquanto espero. Sou servido pelo proprietário do lugar. Um homem simpático e com orgulho aparente por ser dono e chefe deste lugar. Elogio sua comida e ele dá um meio sorriso e put@ merd@, seus traços me lembram a jovem que vi. Ele pede licença antes que eu pergunte qualquer coisa e se afasta. Termino meu almoço e não a vi. Peço a conta e um dos garçons me traz. — Pode ficar com o troco. — Falo já me levantando. Ando até a porta e vejo no reflexo do espelho das janelas na entrada, ela. Simplesmente ela. Me viro e a vejo conversando com um garçom e aquilo me incomoda de um jeito que nunca senti. Decido sair daquele lugar. “O que estou pensando? Nunca fui assim. De ver uma mulher bonita e ir atrás para saber quem ela é. Não sou assim. E essa sensação estranha só por vê-la conversando com um homem. Não fod& Elias! Não fod& tudo agora.” Volto para empresa e resolvo usar o que o Mário disse para justificar ao Lorenzo que evitemos voltar nesta empresa nas próximas semanas. Assim vou esquecer aquela mulher e questão resolvida.
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