ARCANJOS

ARCANJOS - Seguindo a vida. (Elias / Isabelli).

CAPÍTULO 5

Isabelli Costa

Sabe aquela sensação de que conhece alguém, porém não consegue se lembrar de onde? Foi exatamente o que senti dias atrás quando vi um homem saindo do restaurante do meu pai.

Estava falando com um dos garçons e ele já estava na porta saindo. E desde então fiquei com essa sensação de que já o conhecia. Mesmo não vendo seu rosto.

Nos últimos dias Tomy tentou de tudo para se aproximar e voltar a sermos como antes.

Jantamos juntos no restaurante do meu pai. Ele me explicou os diversos motivos que teve para ficar longe e não me ligar nas primeiras semanas.

Dei um gelo nele esses dias. Mesmo ele aparecendo para me ver todos os dias não aceitei sair com ele. Não estou mais magoada, porém o farei sentir como me sentir. Abandonada e esquecida.

Conversei com ele e pedi que ele fizesse os exames de DST’s. Nada mais justo já que fiz também. A princípio ele disse que não era necessário, que tinha feito meses antes. Mas para me agradar cedeu.

Os dias passaram numa velocidade incrível. Como diz meu pai, quando temos muitas tarefas e ocupações os dias correm.

2 semanas depois

Com a insistência do Tomy, seu comportamento carinhoso e romântico o perdoei.

Ele é meu namorado. O homem para quem me entreguei.

Hoje vamos passar a tarde juntos no apartamento dele. Ele queria comemorar nossos 6 meses de namoro. Já deixei claro que o mês que ele ficou fora foi o máximo de falta de respeito e atenção que vou suportar e perdoar.

Ele veio me buscar e seguimos para o apartamento dele. Almoçamos e conversamos. E logo depois transamos novamente. Algumas vezes. E foi melhor. Ele me ensinou a chupá-lo, não gostei muito e não consegui engolir o esperma dele quase vomitei. Transamos no chuveiro e na cama. Como o Tomy me entregou seus exames fizemos sem camisinha no banheiro e ele disse que gozou fora.

........

Dias depois

Tomy tem insistido para dormir com ele no seu apartamento. Depois da tarde que passamos juntos não voltamos a t*****r. E ele quer ficar sozinho comigo.

Mas para dormir com ele preciso contar ao meu pai que não sou mais virgem e por algum motivo não me sinto segura para dividir isso com ele ainda.

Continuo trabalhando com meu pai até achar um trabalho na área do jornalismo.

No fim da noite Tomy está me esperando na saída do restaurante. Saio com meu pai que o cumprimenta e se vira para trancar a porta.

— Vim te buscar para dormir comigo Isa. — Ele diz naturalmente e arregalo os olhos. — Diz sim, linda.

Viro e vejo meu pai me encarando. Ele abaixa a cabeça e respira fundo. Antes que me justifique Tomy continua a falar.

— Sabe que vou viajar com meu pai para a vistoria anual das unidades da nossa empresa em outros países. Vem dormir comigo Isa!

Olho para ele com lágrimas nos olhos e digo magoada.

— Não vou! Irei para casa com meu pai. Desejo uma boa viagem para você e seu pai. — Ele me olha incrédulo. Se aproxima e toca meu rosto.

— Tem certeza? Isa, queria matar saudades de você.

— Chega Tomy. Respeite meu pai e a mim. — Ele assentiu e beijou minha boca.

Não correspondo e ele encerra o beijo.

— Te vejo em quatro semanas quando estarei de volta. Boa noite senhor Giussepe.

Ele vai embora e me viro para meu pai.

— Paii! Me perdoe. Eu devia ter lhe contado. — Ele me abraça e diz.

— Conversamos em casa Isa.

Seguimos em silêncio e assim que entramos em casa peço ao meu pai.

— Fale comigo pai. Por favor! Diga alguma coisa.

— Você já é uma mulher Isa. Ele é seu namorado. E só quero que você seja feliz. Mas por que sinto que não me contou porque no fundo não tinha certeza se era o certo a fazer? — Olho para ele e mordo o lábio.

— Não sei! Pai... — Ele me abraça e diz.

— Vai ficar tudo bem minha filha. Vamos dormir!

1 mês depois

Acordo me sentindo cansada. Não estou me sentindo bem ultimamente. Hoje vou ao médico. Estou mais magra e me sentindo cansada.

Me arrumo e desço para o café da manhã. Meu pai já saiu, hoje é dia de ir ao mercado de peixes e ele faz isso logo ao amanhecer.

Termino minha refeição e sigo para o hospital. Minha ginecologista atende lá. É um hospital particular de pequeno porte.

Após fazer a ficha espero uns minutos e logo sou chamada pela médica clínica geral. Ela me faz várias perguntas e me examina. Pede que espere alguns minutos e sai da sala. Ela volta com a minha ginecologista e olho para elas confusa.

— O que está acontecendo? — Pergunto, mas logo entendo. — Acham que estou grávida? — Elas assentiram.

— Tomou a injeção contraceptiva na data correta?

Ela me faz algumas perguntas que m*l consigo ouvir direito.

Só faço movimentos com a cabeça para negar ou afirmar.

— Vamos fazer um teste de gravidez e também o exame de sangue. Tudo bem, Isabelli? — A doutora pergunta e assenti.

Uma enfermeira entra e retira meu sangue. Depois me acompanha até outra sala e me orienta como fazer o teste de gravidez. Ela fica comigo até o teste estar pronto. Mesmo em silêncio total sinto-me acolhida por ela.

— Senhorita, quer que eu olhe o resultado do teste? — Sorrio fraco e assenti.

Minha cabeça está girando. Tantos pensamentos. Ela segura em minha mão e diz.

— Parabéns! Você será mamãe. Vou deixá-la sozinha agora para assimilar a notícia. — Ela coloca o teste em minha mão e sai.

Uma emoção enorme me invade. Vou ser mãe. Sorrio e choro ao mesmo tempo. Coloca minha mão em meu ventre e agradeço pela vida que cresce dentro de mim.

Volto para a recepção e aguardo quase duas horas. Assim que o exame de sangue fica pronto sou direcionada para sala da minha ginecologista.

— Parabéns Isa! Sei que foi uma surpresa, mas você vai ficar bem e seu filho também! — Abro um sorriso enorme. — Aqui seu exame. Está com um pouco mais de um mês. Precisa começar as consultas de acompanhamento. Se quiser seguir comigo lhe atenderei com prazer.

— Quero sim! Vou marcar a primeira consulta assim que passar na recepção.

Ela me passa algumas instruções básicas e já pede alguns exames.

Saio do hospital depois de marcar os exames e consultas para próxima semana. Só depois de algumas horas passeando por um parque decido ir para o restaurante. Estou muito feliz.

Tomy me liga e só então penso nele como pai.

“Qual será a reação dele?”

Atendo e marco de encontrar com ele a noite no apartamento dele.

Ele chegou hoje e não nos vimos ainda. Não quero encontrar com ele no restaurante. Por isso marquei em seu apartamento a noite.

.....................

Elias Galli

Logo depois que sair do restaurante do pai daquela mulher linda, conversei com Lorenzo e ele me informou que faríamos algumas viagens a partir dos próximos dias. A vida na máfia exige muito de nós. Muitas horas por dia. Nunca sabemos ao certo quando poderemos descansar ou entrar em combate.

Cheguei em casa a noite e decidi olhar os arquivos das investigações do restaurante. Não fiz isso antes porque o meu pai como consigliere e chefe dos arcanjos ficou responsável por essas investigações. Eu estava de folga.

Claro que olhei o parecer do senhor Nicolas e estava tudo certo. Mas agora eu quero e preciso saber as informações pessoais do dono e da sua filha. Pois acredito que ela é filha dele.

— Pai! Depois do jantar pode me dar a pasta sobre o restaurante perto da Mariano Investimentos? — Ele me olha avaliando-me.

— Por que, Elias? Aconteceu algo? Algum perigo?

— Calma consigliere. Não é nada. Tive lá hoje e conheci o dono. Só quero mais informações a respeito dele.

Meus pais trocam olhares desconfiados e Lavínia me olha.

— Acho que está no meu escritório, filho. Pode pegar quando quiser. E como estão os trigêmeos?

— Fazendo um excelente trabalho, pai. O senhor e o Dom Ângelo os ensinaram bem.

— Aposto que Lorenzo é o melhor. — Minha irmã diz empolgada demais e meu pai fica sério.

— Filha, lembre-se quem é o Lorenzo. Ele é o futuro Dom. Não um de seus amigos.

— Nicolas, a Lavínia não disse nada demais. Mas concordo com seu pai filha. Tenha em mente sempre quem é o Lorenzo.

— Eu sei. Ele será o Dom! — Ela diz com um brilho no olhar e isso me entristece.

Minha irmã é fascinada pelo meu amigo e futuro Dom. Espero que isso passe.

Terminamos o jantar e peguei a pasta no escritório do meu pai. Me despeço deles e vou para meu quarto.

Sento em minha cama e começo a examinar os papeis.

Ele realmente tem uma filha. Isabelli Costa. Sorrio.

— Gostei do nome.

Olho todas as informações dela. Estudante de jornalismo. Ou melhor, acabou de se formar já que estava no último semestre, quando essas informações foram levantadas, 21 anos, solteira e linda.

Não tem nada que indique algum relacionamento sério dela, nas redes socias. No final há uma foto dela.

— Nossa! Cazzo! Como é linda. E esses olhos esverdeados?! Put@ merd@.

Olho cada detalhe da foto e me sinto bem. Eu preciso conhecer essa mulher. Sinto que com ela será algo diferente. Não é uma atração s****l apenas.

Semanas depois

Hoje voltamos a empresa perto do restaurante do pai da Isabelli.

Estou indo até lá com o Mário. Buscar nossos almoços. Escolhi ir mais cedo para tentar encontrar a garota. Se ela estiver lá vou inventar um motivo para me ausentar por algumas horas e vou me aproximar dela.

Andamos pela rua e quando nos aproximamos do restaurante vejo uma cena que é como um soco em meu rosto.

Um i****a sai do restaurante segurando a mão dela e a puxa para lateral. Olho com raiva para aquela cena e o pior vem. Ele a beija.

Travo os dentes para não xingar. Mário olha a cena e balança a cabeça em negação. Olho para ele com indagação.

— Aquele cara é um i****a. Só de olhar para ele dá para saber que não vale nada e não merece a filha do Giussepe. É um típico riquinho que se acha dono do mundo.

— Pode ser. — Falo tentando conter minha raiva. — Mas para mim parece que ela o aceita bem e gosta. Só acho estranho que no relatório não conste que ela tem um namorado.

— Era algo quase oculto. Só descobrimos isso quando seu pai e os arcanjos do Dom Ângelo tiveram no local para acertar com o dono.

— Entendo. E o que sabemos desse namoro? — Assisto o homem ir embora em seu carro e ela voltar para dentro do restaurante.

— Pouco mais de 4 meses na época do acerto com o pai dela.

Faço as contas e eles já devem ter 6 meses de namoro agora.

— Eram colegas de faculdade. Ele não é um risco para a máfia, para os trigêmeos ou para nós.

“Mas pode ser para ela.”

Penso antes de assentir. Continuamos a nos aproximar do restaurante e meu celular toca. Olho e é o Lorenzo. Começamos a voltar antes que eu atenda.

Lorenzo diz que vamos sair agora. Houve um problema com um carregamento de drogas e vamos resolver. Essa foi a ordem do Dom Ângelo.

......

Estou socando um dos ratos que prendemos. Desconto nele a raiva e frustração que estou sentindo por saber que que a Isabelli tem namorado.

Percebo os arcanjos me encarando e olho o homem desfalecido. Eu o matei com os meus socos. Estava o segurando pelo colarinho da camisa.

Jogo seu corpo sem vida no chão e levanto-me. Coloco as mãos no quadril e respiro fundo. Sei que todos esperam uma explicação para meu ataque de fúria, mas não terão.

Eles começam a limpar a sala de tortura.

Os trigêmeos cuidaram da maioria dos ratos que tentaram nos roubar e enganar, deixaram apenas dois para nossa diversão.

De um, eu cuidei sozinho.

Tiziano se aproxima e fica ao meu lado em silêncio. Olho para ele e o mesmo explode em uma gargalhada.

— Não queria estar na pele do filho da put@ que está lhe deixando neste estado de fúria. Pois sabemos que não foi esse merda aí. — Ele aperta meu ombro e se afasta.

......

Semanas depois

As semanas passaram e eu continuava irritado. Tentava distrair o pensamento, mas ela estava lá todos os dias. Me dediquei ao trabalho. Lorenzo me chamou para conversar e disse a ele apenas que estava lidando com uma frustração pessoal.

Vi a Isabelli algumas vezes de longe. E a sensação que tinha algo errado, um perigo próximo a ela só aumentava.

Por isso comecei a investigar o tal namorado dela. Ele é um merd@. Filho da put@ traidor. A traí o tempo todo. Principalmente quando está em suas viagens como agora.

Outro dia observei a Isabelli na rua. Ela é tão alegre que me pergunto como não percebe que não precisa daquele cara para nada.

Eu poderia dar um jeito dela descobrir tudo, enviar anonimamente as provas para ela. Mas e depois?

Ela nem me conhece. Não sei o que ela vai sentir quando me conhecer. E se me aproximar e destruir o relacionamento dela, será que ela confiará em mim depois?

Fui informado por um soldado que o filho da put@ do Tomy está em uma das boates dos Mariano.

Durante a investigação descobri que ele é cliente assíduo de algumas boates dos Mariano e deixei os homens encarregados de me avisar quando ele aparecesse.

Não sei ao certo o que vou fazer. Mas preciso fazer alguma coisa.

Ela não sai da minha cabeça. Desde que a vi só transei com uma mulher, e foi depois que a vi com o namorado. Estava com raiva.

Me jogo na cama exausto e mando uma mensagem para o soldado. Quero fotos e vídeos do Tomy com a mulher que ele se envolver hoje. E sei que ele vai. Ele sempre faz isso.

O maldito acabou de chegar na cidade e não procurou a namorada. Uma mulher linda como Isabelli. Hoje mesmo foi atrás de sex0 casual.

"Tenho que fazer alguma coisa."