O nublado céu noturno e as nuvens carregadas, certamente não assustariam os jovens cariocas ou qualquer outro cidadão de bem e merecedor de descanso no Rio de Janeiro.
Sei que pode parecer estranho para quem não é daqui, mas aquele cheiro de terra molhada combina e de temporal alarmante, certamente combina com qualquer ritmo que visse da caixa de som se fosse molhado com uma cerveja gelada.
Noite, Cêveja, resenha e loucuragem. É tudo o que alguém que sai à noite pelas ruas do Rio, procura.
Pra combinar com o clima do lugar e o tom noturno, nossa banda favorita toca tudo o que sabe, conseguindo assim, encantar nossos personagens que possuem lembranças boas com as músicas.
O clima e o cenário, além da banda e as pessoas, culminavam numa maravilhosa cena de jovens se aglomerando cada vez mais. Existia algum segurança na entrada, que depois, passou a cobrar entradas. Um promoter, amigo de Castanhari, começou a trazer gente e em poucos minutos, a festa caiu na internet. Laura e Valentim estavam incomodados, mas eles não eram os únicos.
— O que tá olhando? — questionou Castanhari.
— Você sabe bem o que olho! — rebateu Renata.
Os dois cruzam os braços um para o outro. Essa dupla combina mais do que você pode imaginar.
Como a mesma história tem dois lados, preciso mostrar o que cada um dos personagens pensam segundo o seu próprio ponto de vista.
Ponto de vista de Valentim.
Como ela não reclamou, tenho certeza de que está gostando do ambiente. Também pudera, né? O Castanhari tem tudo, vai ver é por isso que ela não me dá uma chance. Eu não me comparo à ele, não sou como os namorados das amigas dela, tão pouco me pareço com o vocalista da banda.
Pra dizer a verdade, eu nem de longe tenho dinheiro pra sair com ela. Se a gente namorasse, certamente passaria vergonha.
O que eu tô falando?
Ela tá linda hoje, queria ao menos me confessar, nem que fosse pra tomar um fora. A Laura me viu com a Renata, deve ter ficado irritada, talvez se eu falasse algo, ela me daria um fora.
Tem gente demais aqui, qual a probabilidade dela querer ficar comigo? Nossa!
Valentim era bem confuso e nenhum pouco confiante em si, mas Laura não era tão distante assim.
Ponto de vista de Laura.
Nossa, eu não acredito que ele gosta de um tumulto desses. Tudo o que eu queria era ficar com ele e as minhas amigas, nada mais do que isso.
E cara? Ele veio com a Renata. Que nojo. Ela já ficou com a metade dos garotos desta festa. Eu só queria assistir um filme daqueles bem clichês com aquele i****a. Ainda por cima veio de Uber com ela. Que raiva que eu tô.
Será que eles ficaram? Será que ela deu encima dele? Será que ele deu encima dela? Ai, d***a. Eu quero ir pra casa, tô zoada, quero beber. É, talvez eu beba, aí eu dou encima dele e a gente coloca a culpa na bebida. — Laura dá um sorriso de lado.
Espero que hoje aconteça algo!
Enquanto a mente de nossos personagens voava por todo o lugar, o clima fechava ainda mais e a chuva apertava.
A mudança brusca do tempo afetou e assustou a banda, mas eles não perderam tempo. Entre uma piscada de luz e outra, graças ao gato de energia, eles começaram a tocar músicas antigas dos anos 90 e 2000.
— Essa é pra quem quer dançar juntinho. — disseram.
O olhar entre eles foi inevitável. Laura e Valentim realmente estavam atraídos um pelo outro. Enquanto isso,, Renata e Castanhari, estavam completamente irritados com a situação que vinha se construindo.
Enquanto o clima mudava, o celular de Laura tocava, eram nossos novos personagens.
— Estão por onde?
— Chegando, estamos de carro, daqui à uns cinco minutinhos estamos do seu lado. — respondeu a voz feminina.
— O Bê e a Fê estão com vocês? — questionou Laura.
— Não tinha espaço no carro, mas eles virão juntos e de Uber, pode relaxar.
— Eu estava passando, mas vamos aproveitar que estou aqui e que tal bater um papo? — questionou Castanhari.
Ao ver que Laura estava com Castanhari, Valentim pegou o telefone para se distrair e não dar bandeira para os ciúmes. Foi nesse momento que o seu chefe do trabalho, lhe mandou uma mensagem no w******p, contudo, Renata foi mais ágil e esbarrou em seu ombro.
— Poderia fingir que foi sem querer, mas vim na intenção de me agarrar contigo hoje, que tal? — questionou Renata.
Já tivemos a perspectiva dos nossos protagonistas, mas é aquilo, né? Se a história sempre contada pela chapéuzinho vermelho, o lobo m*l sempre será o vilão. Veremos as perspectivas de nossos antagonistas.
Ponto de vista de Renata.
Eu queria guardar o Valentim num potinho, ele é tão trouxa que não consegue ver a puída da Laura lhe enrolando. Se ela realmente quisesse algo, certamente estariam juntos. Porque ele não me enxerga?
Ponto de vista de Castanhari.
Porque a Laura não me enxerga? O que aquele escroto sem teto do Valentim tem que eu não tenho? Eu realmente não consigo entender o porquê dela não me dar bola.
É, nós realmente não sabemos o que passa na cabeça de alguém, não é mesmo? Nunca vamos conhecer alguém tão bem assim, nós iremos conhecer apenas o que eles querem.
Como a chuva deu uma amenizada, a banda voltou com as músicas rápidas, fugindo das amorosas e melancólicas. O clima de balada estava de volta.
Enquanto a banda tocava tudo o que podia, uma nova aglomeração se formava na entrada da festa. Aquilo realmente estava saindo do controle de Castanhari e ia de encontro ao que Laura não queria.
Aqui, quero dizer que teremos uma chuva de personagens novos, mas não tão novos assim, pois se você está de cabeça neste universo, saberá quem são apenas pelos novos. Logo, eu que vos narro, não irei mencionar sobre as aparências físicas deles, ok?
Vindos de de um carro de luxo preto, muito chamativo, dois casais entram em cena.
O primeiro que passa pela porta, são dois amantes fervorosos. Um sente grande paixão pelo outro. Falo da encantadora Lilian que nesse momento está mais radiante do que nunca. Sempre acompanhada de seu agora namorado, Felipe, aquele antigo webnamorado.
O casal finalmente se juntou, deixou as diferenças de lado e se entregaram à paixão e ao amor que sentem um pelo outro.
— Quem diria que você me trouxesse num lugar deste.
— Como assim? — questionou Lilian.
— Numa festa ué.
Lilian sorriu com o seu lindo batom vermelho enquanto aproximava seu rosto lentamento da orelha de Felipe.
— Se eu pegar alguma mulher olhando pra você ou suspeitar que pensou em outra, você já sabe, né?
Felipe arregalou os olhos de medo.
— O que fará?
— Dormirei de calça pelos próximos trinta e cinco dias. — brincou.
— Você é má comigo!
O outro casal que mencionei, estava estacionando o carro, pois o homem era o motorista. Pra falar a verdade, eles não são bem um casal típico, mas são um casal, me entende? Eles não fazem de tudo o que um casal faz, mas são um casal. Tá confuso? Espera que piora. Estou falando da encantadora Valentina, mais pequena do que nunca. E do poderoso Pedro, ríspido como sempre.
— Até que enfim, viu?
— Você reclama muito para quem é minúscula.
— E você demora muito.
Pedro deu a mão para Valentina que se assustou.
— Ué?
— Não se acostume. — brincou.
Os dois caminharam de mãos dadas até a entrada da festa. O casal chama atenção, seja pela beleza de nossa personagem feminina ou pelos músculos do nosso personagem masculino.
— Um momento. — disse um segurança.
Pedro lhe encarou.
— Está armado?
— E por acaso acha que eu preciso de arma pra me defender?
O segurança saiu sem graça enquanto Valentia ria.
— Que bom que vieram meninas! — disse Laura.
— Você nem precisava da gente, né? — brincou Lilian.
— NÉ? Mano, olha esse povo, você chamou todo mundo! — exclamou Valentina.
— Bom, isso foi meio que culpa do Castanhari, não era bem o que eu queria.
Valentina e Lilian se olharam.
— Já lhe disse para dar um jeito nele, né?
— Se você não fizer agora, amanhã pode ser tarde demais.
Um pouco distante, separados por algumas pessoas e muito barulho, os garotos conversavam.
— Lugarzinho podre esse que você arrumou, hem? — afirmou Pedro.
— Em São Paulo não é assim mano. — respondeu Felipe.
— Caras, eu não queria nada disso, o Castanhari que deu a ideia.
Felipe revirou os olhos. Pedro colocou a mão no rosto.
— Por quanto tempo mais você irá deixar o Castanhari fazer tudo? — questionaram Pedro e Felipe.
Valentim balançou a cabeça sem graça.
Nesse momento, o questionável deus do Destino veio pregar uma peça novamente e colocou nossos quatro personagens para tomarem suas atitudes ao mesmo tempo.
— Meninas, esperem um pouco? Preciso ir ao banheiro.
— Sem problemas.
— Tranquilo.
Seria muito bom se Valentina e Lilian tivessem acompanhado sua amiga, visto que no exato momento que Laura se separou das duas, Castanhari, que estava de olho, cutucou Renata e disse.
— Essa é a minha deixa, bebê.
Ele tratou de se aproximar dela sem que ela percebesse, tomou conta da frente do banheiro, não deixando nenhuma outra menina passar. E na hora em que Laura estava de saída, se deparou com Castanhari sorridente, bem em sua frente.
Ele segurava uma longneck de cerveja na mão esquerda e na outra, passava seu cabelo para trás, completamente molhado. Seu físico, um tanto avantajado chamava atenção. Mas não para Laura, nossa protagonista só tinha olhos para outra pessoa.
Ali perto, como bem disse, Valentim era quem se afastava dos amigos.
— Vou tomar mais uma, ok?
— Trás pra mim! — disse Felipe.
— Se tiver Vodka, trás uma garrafa. — afirmou Pedro.
Valentim olhou para o céu balançando a cabeça.
— Se queria, porque não foram pegar?
Os dois riram.
Ao ver aquela cena, Renata não pensou duas vezes.
"É a minha vez bebê".
No momento exato em que tocou na porta da geladeira, sentiu o leve toque das mãos molhadas de Renata em seu braço, bem como os s***s avantajados dela em suas costas. É claro que algo dentro de si levantou.
Ao se virar, encarou Renata, incrivelmente seduzente com aqueles olhos chamativos e o corpo fora do comum. Qualquer um se renderia aqueles olhos, mas Valentim, só enxergava outra pessoa.
Castanhari se aproximou perigosamente de Laura que já esperava pelo pior.
"d***a, vou ter que empurrá-lo aqui, isso causará um escândalo e o Valentim vai se aborrecer comigo". — pensou.
— Laura, eu... — Castanhari colocou a mão em sua cintura.
Foi nesse momento que uma garota aleatória esbarrou violentamente nele, derrubando e amassando um copo de cerveja em suas costas ao entrar no banheiro.
— Eu não acredito que estamos em pleno 2021 e ainda tem homem escroto que espreita mulher no banheiro. — confrontou Fernanda.
Castanhari ficou extremamente sem graça enquanto Laura se sentiu aliviada. Nossa personagem feminina favorita e filha de Edmundo, apareceu.
Bem próximo de lá, outro acontecimento se desenrolava.
Valentim, um tanto bobo, tentava sair da frente de Renata, que visivelmente o esbarrava de propósito enquanto abria seu lindo sorriso conquistador.
"Tenho um pavor da Laura ver a gente junto e pensar o que não deve de nós. Assim, eu terei de me explicar, mas ela não vaia creditar". — pensou.
Mas, para salvar o dia, um rapaz ligeiramente mais velho que ele, apareceu por trás de Renata, quase que sarrando nela.
Renata se vira assustada e sem graça.
— É sério que ainda existem mulheres que dão encima de garotos visivelmente comprometidos? — confrontou Bernardo.
Rentara recuou um passo para trás enquanto Valentim abria um sorriso. Nosso personagem masculino favorito e filho de Edmundo, apareceu.
Como essa história se desenrolará?