Calíope estava deitada de barriga para cima, olhos fixos no teto como se ali houvesse respostas. Fones de ouvido despejavam a voz rasgada de Adele — cada grave era uma facada nova, e as lágrimas escorriam pelo canto dos olhos, perdendo‑se nos cabelos espalhados sobre o travesseiro. A batida na porta soou baixa. — Não enche, Eleni! Eu ainda tô viva! — gritou, sem mover um músculo. A maçaneta girou. Uma cabeça grisalha surgiu na fresta. — Se fosse a Eleni, ela não bateria — disse Alferes, um sorriso tímido no canto da boca. Calíope soltou um riso molhado. — Você tem razão, pai. ela nunca bate! Ele entrou devagar, fechando a porta com o cotovelo. Nos braços, um buquê de peônias cor‑de‑rosa e uma caixa de chocolates suíços — ordens diretas de Lady Ava. Sentou‑se na beira da cama, pouso

