Capitulo34

817 Words

Cinco horas em ponto: na mansão Wessex, o ponteiro do relógio parecia obedecer a Ava. Sempre que a matriarca estalava os dedos, o casarão prendia a respiração e o mundo lá fora ficava em suspensão — era hora do chá. O salão, amplo como um salão de baile, exibia paredes cor de manteiga, lambris brancos e janelas ogivais por onde a luz do fim da tarde se deitava preguiçosa sobre os tapetes persas. Ao centro, uma mesa redonda de mogno lustroso reluzia; sobre ela, porcelana tibetana pintada à mão, biscoitos de lavanda em torre, geleia de damasco em potinhos de cristal. Ava, impecável em um tailleur lavanda, pousou a colher de prata na pires e inalou o vapor do chá escuro — Darjeeling com uma gota de creme, jamais açúcar. Na poltrona à esquerda, Rudolf fingia ler o Financial Times. Na verdade

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