capitulo33

625 Words

Oxford, 02h17. O beco atrás da Biblioteca Radcliffe era um corredor de pedras úmidas e sombras densas. Ângelo recostou‑se no muro, sentindo a humidade atravessar o tecido do casaco preto de capuz — o mesmo casaco que agora se tornara evidência ambulante. A polícia passava pente‑fino em cada dormitório, interrogava porteiros, vasculhava câmeras. Qualquer estudante ou funcionário com um moletom escuro virava suspeito. E ele, o verdadeiro predador, precisava mover‑se sem deixar pegadas. Malditos refletores. Maldita saudade. O humor de Ângelo estava mais sombrio que a noite. Não bastava o aperto no peito desde que se afastara de Calíope; agora cada esquina parecia prestes a cuspir um policial armado. Ele tragou o cigarro até o filtro, como se a nicotina pudesse queimar a lembrança do rosto

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