Caliope repousava exausta na cama, ao lado de Ângelo, cujo corpo ainda carregava os resquícios das batalhas da noite anterior. Ela se deitara depois de mais um dia turbulento – um dia em que o peso de escolhas e silêncios insistia em acompanhá-la. Ao seu lado, o sono de Ângelo era profundo, interrompido apenas pela respiração irregular que dela lhe lembrava que ele ainda estava vivo, mesmo depois de tantas cicatrizes. Seus pensamentos vagavam entre memórias e esperanças, e por um breve instante ela se permitiu sonhar com um futuro onde a dor cederia lugar a novos começos. Quando os primeiros raios de sol perfuraram as cortinas leves do quarto, o ambiente foi invadido por uma luz suave e reconfortante. O som distante da cidade, antes abafado pelo silêncio da madrugada, começou a marcar o r

