capitulo37

1644 Words

A noite estava espessa, quase viscosa, quando Calíope decidiu voltar ao apartamento de Ângelo. Não havia planejado a visita – apenas sentira uma urgência ardendo no peito, um chamado que não soube explicar. Tomou um táxi da residência estudantil até o bloco industrial onde ele morava e, o caminho inteiro, a chuva martelou o vidro como se quisesse derrubar o carro da estrada. Em cada clarão de relâmpago, ela via o próprio reflexo: olhos fundos, cabelo preso às pressas, a sombra do medo atravessando‑lhe o rosto. Subiu os três lances de escada com o coração na garganta. O corredor cheirava perfume frances e a fritura do restaurante do térreo mas Calíope m*l notou. Parou diante da porta 3‑B e ergueu a mão para bater; hesitou. Ele podia não querer vê‑la depois do adeus - que tiveram – ou podia

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