6.1- O que procuras - parte 1

1033 Words
A festa com Fernando foi como planeamos, só me faltava um grande fechamento, um que fizesse a Paola se enfurecer. No momento em que saímos, os fotógrafos nos interceptaram, eu dei um puxão no braço de Fernando quando ele olhou para mim, coloquei a minha mão em seu rosto e dei-lhe um beijo. Tive que ficar na ponta dos pés mesmo usando saltos altos, era difícil alcançá-lo. Ele ficou surpreso no início, achei que ele iria me afastar, mas pelo contrário, ele correspondeu ao meu beijo. Não durou muito, ao nos separarmos, sorri para ele e o fiz continuar andando, sabia que em poucos minutos aquela imagem estaria em todos os lugares. Diante da mídia, ele é um cavalheiro, então não hesitou em me ajudar a entrar em seu carro enquanto ele entrava pela outra porta. Peguei meu telefone e disse ao meu motorista para nos seguir, ele entrou e mantive meu sorriso enquanto as câmeras continuavam nos fotografando até que o carro partiu. Quando não vi mais fotógrafos, umas três quadras depois, minha expressão se tornou séria e fria, me afastei dele e pedi ao seu motorista que parasse. Claro que Fernando não poderia ficar calado. - O que você está fazendo, Isabella? E por que está parando o carro? - Nada, eu tenho que ir para casa, já está tarde e amanhã trabalho - quando estava prestes a sair, ele me segurou pelo braço - Fernando, você me surpreende, não me diga que agora está preocupado com sua esposa. - Não, mas você e eu temos muito o que conversar. - Será em outra ocasião, querido, hoje estou muito cansada e amanhã tenho que trabalhar. - E você acha que eu não estou cansado? Além disso, passar o dia inteiro fazendo compras não é trabalho. - Esse é o "trabalho" da Paola, querido, não o meu. O meu é mais sério, já te expliquei antes, sou cirurgiã e preciso dormir, amanhã tenho alguns cérebros para operar. - Deixe o jogo de lado, Isabella. - Olha, Fernando, acho que você tem mais problemas para resolver quando chegar em casa. Deixemos essa conversa para depois, pode ser? - Ele me soltou, seu semblante era frio. - Não franza tanto a testa, já estão aparecendo algumas rugas, ainda sou jovem e não quero que digam que meu marido é um velho, querido - falei antes de fechar a porta do carro. Fui para o meu carro e entrei, Fernando foi embora e eu fiz o mesmo. Ao chegar ao meu apartamento, não pude deixar de me sentir satisfeita, tudo tinha saído como planejado. Na manhã seguinte, ainda estava de bom humor. Precisava falar com meu sogro e contar tudo para ele, mas primeiro tinha que terminar algumas coisas antes de subir para vê-lo. Cheguei, vesti meu uniforme, minha bata, e meu localizador tocou. Tinha um paciente na emergência, um acidente de carro. Fui lá, o avaliei e pedi exames, aparentemente ele precisava de cirurgia. Estava conversando com um residente enquanto saía da sala de tomografias. -Josh, peça uma sala de cirurgia, você me ajudará. Enquanto dizia essas palavras, alguém segurou meu braço com força. Olhei para cima e era Fernando. -O que você está fazendo aqui, este não é um lugar onde particulares podem entrar. -Eu não sou um particular, Isabella, temos que conversar, você não faz ideia dos problemas que causou ontem, você viu as notícias? -Fernando, eu não sei como as coisas funcionam nas suas empresas, mas isso é um hospital, não o seu playground. Neste momento, tenho trabalho a fazer, vou entrar em contato com você para conversarmos em outro dia. -Vou esperar você terminar, tenho certeza de que é algo rápido. -É um cérebro que vou abrir, mas tudo bem, querido, espere se quiser, mas será como os outros na sala de espera. Dito isso, fui com Josh. Essa cirurgia poderia levar pelo menos algumas horas, se não houvesse complicações, e depois faria mais algumas cirurgias pendentes. Vamos ver quanto tempo ele é capaz de esperar, de acordo com meus cálculos, eu poderia ficar até 18 horas na sala de cirurgia. Terminei minha primeira cirurgia e, para evitar encontrar Fernando, enviei Josh para informar os familiares do paciente. Quando ele voltou, aparentemente ele tinha uma mensagem para mim. -Doutora, aquele senhor há um tempo disse que espera você sair. - Josh, você é um residente do terceiro ano, sei que aquele senhor parece intimidador, mas você é meu residente, se preocupe com o que eu te pedir, não com ele. Se ele quiser esperar, que espere. Agora, vamos continuar nosso trabalho. Minha próxima cirurgia levou mais tempo que a anterior, e como fiz antes, mandei Josh informar, mas desta vez eu queria ver se Fernando ainda estava lá, e lá ele estava. Eu me escondi em um lugar onde ele não pudesse me ver, mas eu podia vê-lo, assim que Josh saiu, ele tentou interceptá-lo. -Ei, você, diga a Isabella para sair agora mesmo, a menos que queira que eu vá até lá. Josh o ignorou, mas disse a ele para fazer isso e prosseguiu para entregar o relatório aos familiares do paciente que tínhamos operado, mas isso irritou Fernando. -Ei, você! Você não sabe quem eu sou, eu disse para chamar a Isabella. Nem eu esperava pela resposta de Josh. -De fato, senhor, eu não sei quem você é, e não me interessa. Este é um hospital, então pare com a confusão se não quiser que eu o expulse daqui. A Dra. Castrioti virá falar com o senhor quando estiver disponível. Se quiser, pode continuar esperando, se não, pode ir embora. Dito isso, Josh o deixou parado lá, quando ele se aproximou de onde eu estava, eu deveria lhe dar um prêmio. -Josh, você fará a próxima cirurgia. -Sério, doutora? -Claro que sim, você mereceu isso. -Com todo respeito, doutora, espero que o que eu disse não a faça voltar atrás. O homem de fora é intimidador, como você disse, mas já lidei com familiares de pacientes como ele antes. Não sei qual é a sua relação com ele, mas entre vocês dois, tenho mais medo de você. -Boa, Josh, muito bem, vá se preparar para a sua cirurgia.
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