Minha menina

6.2- O que procuras - parte 2

Na verdade, eu tenho conhecimento de que intimido os residentes, não porque sou má com eles, mas porque tenho a idade de um interno, e já sou especialista. Além disso, sou um pouco rigorosa, gosto que as coisas sejam feitas corretamente. Não tolero erros estúpidos que poderiam ser evitados. Mas também sou uma boa professora, por isso os residentes também me respeitam e sempre querem estar no meu serviço.

Quando terminamos a última cirurgia, já estava tarde. Desta vez, saí junto com Josh para dar o relatório. Fiquei surpresa ao ver Fernando. Ele tentou falar comigo, mas antes que ele pudesse, dei a ele um olhar para que ficasse em silêncio. Antes de falar com os familiares dos meus pacientes, lancei um olhar mais empático e terminei de informá-los. Então olhei para Fernando.

-Tudo bem, Fernando, tenho 5 minutos para você. O que você quer falar?

-Não falaremos aqui, vamos para outro lugar - de alguma forma, ver Isabella com uniforme cirúrgico, touca e um jaleco solto nos ombros me fez pensar que ela estava muito bonita. Fiquei surpreso com a rapidez com que ela transformou seu olhar frio em um caloroso para falar com os familiares de um paciente. - Eu tenho esperado há horas, nem sequer comi.

-Não pedi para você me esperar, você quis fazer isso, mas tudo bem, vamos para a cafeteria.

-Você espera que eu coma na cafeteria de um hospital, Isabella?

-Ou você aceita ou você deixa, tenho coisas para fazer, decida.

-Tudo bem - o que aconteceu com a tímida garota do casamento? Isabella soltou seu cabelo escuro e tirou o jaleco, colocando tudo em um carrinho de roupas. E ela me fez segui-la.

Pedi um sanduíche para mim quando virei para ver o que Fernando ia pedir, ele não estava lá. Procurei-o com os olhos e o vi sentado em uma mesa. Me aproximei com a minha bandeja, ele olhou para a minha comida com uma expressão desprezível, coloquei-a na mesa e continuei comendo. Fiquei surpresa com o que ele disse.

-Onde está a minha comida, Isabella?

-Não sei, me diga você.

-É assim que você trata o seu marido?

-Sim, é assim que trato o maldito infeliz do meu marido. Se você está com fome, vá para a fila e peça. Você tem um minuto antes que feche.

-Ontem você era uma esposa carinhosa.

-Ontem havia jornalistas. Em particular, nós dois sabemos que nem nos conhecemos. Estamos casados porque um papel diz isso. O que você quer falar, Fernando? O tempo está passando.

-Por que você voltou? O que você quer, dinheiro?

-Voltei porque me ofereceram esse trabalho, é um salário tentador, então eu aceitei. Dinheiro? Nunca precisei de você, por que precisaria agora? Meu sobrenome é Castrioti, não Robinsón. Eu não sou a Paola que precisa do seu dinheiro.

-Então, o que você quer, Isabella? Por que você fez todo aquele teatro ontem? Você sabe dos problemas que causou com essa foto.

Ele pega o celular e vejo a foto do nosso beijo ao sair do evento.

-De você, nada além do divórcio. E quanto à foto, não vi você oferecer resistência quando eu te beijei.

-Ainda não posso te dar o divórcio, e o que você queria que eu fizesse com todas as câmeras em cima de nós?

-Tenho um pouco de pressa com o primeiro assunto, então me diga o que você quer para eu me dar o divórcio.

-Não pode me dar o que eu quero, Isabella. Apenas espere um pouco e eu te darei.

-O que significa "um pouco", Isabella?

-Não sei, Isabella, um pouco. Você acha que eu não quero me divorciar de você? E por que você o quer agora, já conseguiu um novo marido?

-Quem usa a imaginação são vocês, não é da sua conta por que eu quero. E enquanto você não assinar os papéis do divórcio, vai me ver mais do que imagina.

-Você não pode simplesmente desaparecer como antes?

-Não, estou com um pouco de pressa, para dizer a verdade.

-Não, você está grávida de um bastardo e é por isso que você está com pressa, certo? Eu não vou ser motivo de riso na sociedade por causa de uma esposa leviana.

Isso me ofendeu, mas mantive a compostura. O pior é que, em meus 24 anos, nunca tive relações sexuais.

-Não, mas se isso me garantir o divórcio, não me custaria nada engravidar.

-Isabella, não estou brincando.

-Eu também não, Fernando. Agora, se me dá licença, o seu tempo acabou. Tenho coisas a fazer.

Levantei e saí deixando-o sozinho.