Capítulo 4

2371 Words
Joana e Caio ficaram naquela sala de cinema, trocando beijos e carícias sem se importar com o que estava aparecendo na tela. Passando o estranhamento do primeiro beijo, a moça deixou o rapaz ditar a evolução, sua inexperiência lhe deixava insegura. — Caio. — Joana colocou uma das mãos em seu ombro e o empurrou de leve. O rapaz continuou a beijá-la e acariciá-la por debaixo de sua roupa. — Caio... — Sussurrou mais uma vez o empurrando um pouco mais forte. — Oi! — Caio voltou a se sentar em sua poltrona. Fechando os olhos tentando controlar seus impulsos. Calma cara, não vá com muita sede ao pote. Ela não é uma das garotas com que você está acostumado a sair. — Que tal sairmos daqui e ir comer alguma coisa. — Depois de se acalmar, o rapaz sussurrou no ouvido de Joana: — Vamos. — Concordou Joana. Os dois se levantaram e se esgueirar em direção a saída. Do lado de fora Joana pediu para ir ao banheiro. Ao entrar caminhou até a primeira pia e se olhou no espelho. Seu rosto e pescoço em um tom rosado, seus lábios inchados e um brilho diferente em seu olhar. Segurando os cabelos com uma mão e com outra molhou o rosto para refrescar. — Bem, foi bom, não é? — Perguntou para o seu reflexo no espelho. — Vamos fazer uma lista. — Joana fechou a mão em punho. — Gostei dos beijos, mas e o Caio? Fiz certo? Talvez sim, senão não teria pedido por mais. — Céus, Joana, foi só alguns beijos, para de surtar. Saia desse banheiro e vá curtir, deixa de pensar em mil problemas. Retocando o batom, Joana respirou fundo mais algumas vezes antes de sair do banheiro e voltou para o corredor. Caio a esperava encostado em uma parede olhando para seus tênis com as mãos nos bolsos do jeans. Caminhando até ele a moça parou a centímetros de seu corpo. — Me desculpe. — Caio disse. — Eu... — Por que me pede desculpa? — Joana encarou os olhos bonitos. — Acho você linda desde o primeiro dia que te vi mergulhada em um livro na biblioteca, queria conhecer a menina nova, dar uns beijos nela, então fui tentar a chance e alguém me esnobou. — Os lábios de Joana começou a ser curvar. — Se tornou um desafio para mim. — Caio balançou a cabeça. — A mocinha começou a me encantar, com as ideias arrojadas, com seu jeito meigo, sua bondade, lealdade com os amigos, você é única senhorita Jojo. — Jojo? — Caio fez que sim com a cabeça. — Fiquei encantado e o desafio se tornou desejo. — Caio elevou sua mão até o rosto de Joana e vez um carinho. — Quando me beijou pareceu que tudo se encaixou... — Você gostou? — Joana baixou o olhar, passou as mãos suadas em suas roupas e prendeu a respiração. — Está de brincadeira, não é? — Quando o rapaz viu as bochechas dela ficarem mais rosadas foi que ele percebeu o seu embaraço. — Foi o melhor beijo da minha vida, e não estou mentindo, eu não sei ao certo como explicar só... — Foi bom. — Joana o abraçou pela cintura e encostou seu queixo no peito musculoso. — Foi perfeito, tirando que a senhorita se aproveitando de mim. — Caio tirou as mãos do bolso e a puxou para mais perto. — Não fiz isso... vi o lanterninha e lembrei que minha amiga disse: para se livrar de ser pega por entrar em uma sessão agarrei meu namorado e o beijei, pessoas tendem a desviar os olhos de demonstração de afeto. — Sei, só uma desculpa. — Caio deu um beijo em seu pescoço. — Você dois, não podem ficar aqui. — Um funcionário do cinema veio caminhando na direção dos dois. — Estamos saindo. — Joana se soltou do abraço e entrelaçou os dedos com o de Caio. Ambos caminharam para a praça de alimentação do shopping, pediram os lanches e depois de uma pequena discussão de quem iria pagar, a moça ganhou o argumento, pagando daquela vez. — Vai ser sempre assim? — perguntou Caio ao sentar ao lado de Joana. — Você vai brigar comigo para ver quem vai pagar a conta. Joana fez que sim com a cabeça e pegou uma batatinha da bandeja dele e comeu. — Vou roubar suas batatas também. — O mínimo que você deve fazer é namorar comigo, assim não posso te acusar de ladra de batatas. — Isso só funciona com casados, Caio. Vai ter que tentar outra coisa. — Ai meu Deus! Vou ser pedida em namoro. — Vou pensar em argumentos melhores, pois, para convencer seu pai vai ser difícil. — Joana parou sua mão no ar e encarou Caio de olhos arregalados. — Estou pensando em  mostrar meu boletim, todas as minhas medalhas, pedi para o técnico e o time de basquete falar sobre mim, talvez me ache um bom rapaz? — Primeiro você precisa saber minha opinião, não é? — Quero muito pular no colo dele agora e enchê-lo de beijinhos. Se comporte, Joana, encare a lady existente em você. — Caio? — Os pensamentos de Joana foi interrompido com a imagem do rapaz se ajoelhando perto dela e pegando sua mão. — Minha doce, difícil, adorável, linda, gostosa, inteligente, divertida, Jojo. — Joana não sabia se ria ou se chorava de emoção ou uns tapas. — Aceita namorar comigo? Prometo deixá-la roubar minhas batatinhas, ir em filme chato e não dormir, brigar e ganhar o direito de pagar a conta, sozinho… — Vai sonhando. — Joana desistiu de ficar séria, seu rosto corado se iluminou. — Sim, eu aceito. Caio levantou em uma rapidez e puxou Joana para um abraço seguido de um longo beijo. Ficaram na praça de alimentação em sua bolha de felicidade até o último momento, Joana tinha hora para chegar em casa e Caio não queria desagradar seu Manoel. Ao chegar na casa de Joana, Caio pediu para falar com seu pai. A moça reclamou um pouco, mas por dentro queria sair pulando de alegria pelo o rapaz não achar aquilo antiquado, era importante para ela o aceite, sua mãe seria fácil, mas seu Manoel, nem tanto assim, afinal ser filha única, garantia uma dose a mais de p******o dentro da sua família. Manoel e Caio ficaram conversando por quase uma hora, na garagem, enquanto Joana pedia para todos os santos a abençoar. Quando finalmente terminou e o pai entrou na sala, a moça saiu correndo para ver o namorado. — E? — Joana olhou para rosto pálido e olhos arregalados de Caio. Torceu as mãos atrás das costas e esperou pela resposta. — Fui ameaçado, questionado, alertado e aceito. — Joana deu um gritinho e se jogou nos braços de Caio. — Agora é oficial, estamos namorando? — Sim, sim, sim, mil vezes sim. — Caio levantou Joana do chão e começou um beijo onde ele despejava todos seus sentimentos pela menina. Caio só pensava naquele momento mágico. Ela é especial, agora sei o que os poetas pensam quando faziam vários e vários poemas para suas amadas. Como queria sair gritando para os quatro ventos que Joana é minha namorada. Se despediram em seguida com a promessa de se ver no domingo. *** A primeira coisa que Erick viu ao chegar no corredor da escola onde ficavam os armários foram Caio encostado em seu armário com uma Joana sorridente ao lado dele. Antes de prosseguir seu caminho respirou fundo, precisava se controlar e não chamar a atenção. Colocou sua máscara e foi na direção dos dois colegas. O final de semana foi de muito trabalhoso para Erick, ele precisou ir a vários lugares em busca de maçãs, precisa de mais ou menos cento e cinquenta frutas para tirar suas sementes e as triturar. Em seus estudos na área de química, descobriu a dosagem certa, se usasse uma quantidade certa poderia causar náuseas, vômito, cólicas estomacais, tonturas, fraqueza, confusão mental, dores de cabeça e até a morte. Erick queria a morte dos populares ou apenas uma humilhação pública, qualquer uma seria boa para ele. Primeiro pensou em batizar o suco especial do treinador, uma bebida energética totalmente natural com base de frutas e guaraná, com laxante, mas seria fácil achar o comprador do remédio nas farmácias locais e demoraria muito tempo para fazer o efeito desejado. Então optou pelo veneno, difícil de ser detectado por alguém leigo e presente em uma simples fruta, só precisava percorrer vários locais, daria trabalho, mas sua motivação era maior. Assim que saiu do cinema, passou em um mercado comprou quilos da fruta, tanto quanto seu dinheiro desse. Voltou ao colégio levando sua carga para o laboratório de química, as chaves que fez cópias de seus pais, sempre andava com ele. Abrir as maçãs, retirar as sementes e separar algo monótono feito no silêncio do daquela sala vazia, cheirando a produto químico. Cada semente era uma humilhação que tinha sofrido. Entrou no colégio a dois anos atrás, estava animado por estudar na melhor escola do país, estudou dia e noite até chegar o dia da prova de entrada, fez o teste e ficou em primeiro lugar, saiu em todos os jornais por ter gabaritado o questionário é feito a maior pontuação na redação, foi comparado a alunos de vestibular. Uma escola vinda do exterior, Academy of Knowledge, ofereceu uma bolsa de estudos, ela começava suas operações no país, procurando as mentes mais dotadas para seu programa de líderes do futuro. Poucos dias depois de o convite ter sido realizado, foi retirado sem justificativa alguma. Toda a escola ficou sabendo do fato, e começaram a chamar Erick de “cabeção”. — Lá vai o zé orelha. — Erick falou colocando uma semente em um vidro. — Olha o geniosinho. — Mais uma. — O puro osso, cabeça de nós todos, o magrelo, espantalho, baixa renda, vamos colocar o Erick no lixo vai ser super engraçado. Que tal tirar as calças dele, na frente de todo mundo? — A mão de garoto tremeu fazendo com que a semente caísse em cima do tampo de mármore. — Vai ser engraçado marcar um encontro do dia dos namorados e depois deixar o Erick esperando por duas horas, enquanto riem dele. — Pegando mais uma maçã vermelha elevou acima a analisando. Sua simetria perfeita, a cor viva, o lembrava do filme da branca de neve. — Colocar cola na cadeira, pôr o pé para tropeçar, derrubar seus livros, imitar a sua voz, não se preocupe, Erick, agora eles vão ver que você é capaz. Erick pegou o dinheiro da APM  do colégio, assim conseguiria mais maçãs, saiu e voltou até ter sementes o suficiente para envenenar todo o time de basquete, o ataque aconteceria naquela semana, no jogo no colégio, seria fácil colocar o ** na garrafa, ninguém saberia de nada, já que as câmeras de toda escola estavam sendo manipulada por ele. Voltando sua atenção para o corredor, os lábios dele se curvaram em um sorriso malicioso, em sua mente via o menino de ouro se curvando na frente de todos na preciosa quadra dele, vomitando o defecando na frente de todos. — Erick. — Benta apareceu na frente dele desviando seu olhar do casal conversando animado. — Eu preciso entregar essa carta para você. — O rapaz olhou para o envelope pardo e ergueu uma sobrancelha. — É da Jo. — Sussurrou Benta. — Ela me pediu para entregar em segredo, pois está morrendo de vergonha sobre o conteúdo. Erick se inclinou para a direita no mesmo momento em que Joana olhava para ele e colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha, seu rosto corado e o sorriso tímido que dava em sua direção fez com que a suspeita sentida por ele, com qualquer coisa oferecida pelos populares recuasse. — Por que ela não entregou pessoalmente? — Perguntou Erick ainda parado e tentando se decidir sobre pegar ou não. Benta revirou os olhos, e bufou, fingindo. — Erickinho. Nossa Joana é tímida é… — Benta levou o envelope até o nariz. — Tem cara de ser algo romântico. Vamos, vamos, abra, adoro gestos de amor, tudo bem que prefiro os caras fazendo isso, mas Jo é estranha assim, toda mulher pode tudo e blá, blá, blá… — Está bem, me dar isso. — Erick pegou o envelope da mão dela e tentou continuar seu caminho. — O que foi? — Não vai abrir? — Benta queria pular de alegria, Shiro estava a esperando, tinha dito a ela que se falhasse teria consequência. — Jo estava tão nervosa quando me entregou, me pediu para não contar para ninguém e pediu para você ser discreto, acabei ficando com a pulga atrás da orelha para saber. — Então eu aconselho a você a comprar inseticida para c****a, assim mata a pulga. — Erick desviou dela e seguiu seu caminho. Se sentia mais confiante a cada passo que dava. Logo, logo eles não vão mais existir. — Boa menina. — Shiro foi até a namora e a puxou para um abraço, ambos viram Erick pegar o corredor para a sala de aulas e desviar do casal nos armários. — Foi difícil? — O viadinho me chamou de c****a… — De quem estamos falando. — Regina chegou naquele momento. — E conseguir todo o equipamento para fazer o vídeo, falei para o meu pai que iria fazer uma produção no colégio e ele me entregou sem perguntas. — É tão bom ter um pai cineasta. — Ayrton colocou o braço ao redor da menina. — Shiro, você está certo de não envolver o Caio, acabei de ouvir ele chamando Joana de namorada. — Mentira. — Regina olhou para o rapaz de olhos arregalados. — Então eles estão ficando. — Shiro apontou para o casal vindo na direção deles de mãos dadas. — O sorriso de bocó de Caio entrega os fatos. — Maldita, eu quero a cabeça dela. — Regina trincou os dentes. — Regina, Regina, Regina. — Shiro balançou a cabeça afirmativamente. — Podemos usar o nosso pequeno plano para atingir duas pessoas.
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