06

2130 Words
Tobby soube da pior maneira possível que não poderia simplesmente comprar balas em uma loja legalizada sem ter o registro da arma no seu nome. Em todas as três lojas que ele visitou e disse que queria balas de calibre pequeno, todos os vendedores lhe olharam de forma estranha e pediam a documentação da arma, e quando ele dizia que não havia levado, os atendentes ficavam mais estranhos ainda. Tobby revirou os olhos de saiu de todas as lojas antes que a sua irritação o fizesse comprar alguma briga. Aqueles caras lhe olhavam como se colocar balas nas mãos de um rapaz preto fosse um atentado a segurança mundial, o que só o fez ficar com mais raiva ainda. Ele xingou mentalmente aqueles racistas de merda e fez uma nota mental de procurar as balas na internet ou pedir para John comprar (o seu amigo conseguiria comprar até uma bomba nuclear se o dinheiro fosse dado à ele, porque além de ter uma lábia absurda, ele era branco). Tobby voltou para casa antes das cinco horas da tarde, de mãos vazias, bastante irritado e ainda com medo daquele cara. Ele olhou para os dois lados meia dúzia de vezes enquanto abria o portão e atravessava o bosque, pedalando o mais rápido que conseguia, mesmo que soubesse que seu stalker não iria tentar absolutamente nada durante a luz do dia. Tobby poderia não ter as balas (por enquanto), mas ter uma arma poderia ser uma vantagem caso ele ficasse cara a cara com aquele sociopata, nem que fosse apenas para blefar. O rapaz trancou a porta assim que entrou em casa, antes de tirar o seu celular do bolso, mandar uma mensagem para John e depois dar uma checada nas câmeras para saber se alguém tinha ido até alí enquanto ele estava fora, mas graças ao bom Deus, ninguém apareceu nas filmagens. Tobby soltou um suspiro de alívio e subiu para o seu quarto, pretendendo tomar um bom banho antes que Jackson chegasse, embora ele só fosse aparecer por volta de umas sete horas da noite. [•••] Depois do banho, Tobby voltou para o quarto e percebeu que seu celular estava tocando em cima da cama. O sol já estava se pondo, iluminando completamente o quarto com os últimos raios de sol amarelados que atravessam a parede de vidro. O rapaz caminhou até a cama, onde seu celular estava, antes de sentar no colchão e pega-lo rapidamente. Ele esperava que fosse Jackson ou John ligando, mas a tela quebrada do celular brilhava com um grande "NÚMERO DESCONHECIDO" verde, com letras maiúsculas e fluorescentes. A primeira reação de Tobby foi soltar o celular e dar um pulo para longe da cama, como se seu stalker fosse sair de dentro da tela caso ele chegasse perto o suficiente. Tobby considerou esperar a chamada cair na caixa postal, mas então ele respirou fundo e tomou coragem de pegar o celular novamente. Ele sabia sobre o stalker, e o stalker sabia que já havia descoberto, talvez encara-lo de frente fosse a melhor alternativa, não é? Com os dedos trêmulos, Tobby deslizou o botão verde para cima, embora tenha se arrependido um milissegundo após a ligação ser atendida e o mostrador de segundos da chamada começar a conta-los. Os primeiros segundos da chamada foram uma completa tortura, fazendo um arrepio subir pela coluna de Tobias, que conseguia ouvir a respiração da pessoa do outro lado, assim como tinha certeza de que o seu stalker conseguia escutar a sua também, que provavelmente estava nervosa e descompassada. Apenas quando o contador de segundos chegou em quatorze que a pessoa do outro lado falou: — Oi, Tobby. — Ronronou a voz masculina, fazendo os pelos da nuca de Tobby se eriçarem. Ela era extremamente rouca, não de um jeito que a de um fumante era (apesar de seu stalker fumar), ela era rouca de uma forma provocante, grave e compassada. Era como se aquele homem estivesse acabado de f***r, com o orgasmo ainda reverberando pelo seu corpo. Tobby prendeu a respiração e colocou o celular em cima da cama, não confiando nos seus dedos para segura-lo. — Q-quem é você? O que quer comigo? — Gaguejou o rapaz, fechando os punhos e sentindo um formigamento estranho. Ele olhou através da parede de vidro inutilmente, como se esperasse ver o seu stalker lá fora. — Não sou ninguém importante, Ratinho. — respondeu a voz rouca, antes do homem rir baixinho. O som da risada indecente fez outro arrepio cruzar o corpo de Tobby, que ficou um pouco irritado por causo do apelido. Ratinho?! Quem aquele cara pensa que é?! — Eu vou chamar a polícia se você não me deixar em paz! — Ambos sabemos que você não vai fazer isso, Baby. Envolver os tiras só vai complicar as coisas para nós dois. Além disso, eu jamais machucaria você. — Respondeu o homem, fazendo Tobby soltar um rosnado de raiva. — Por que eu deveria acreditar em você?! Você tem vigiado e invadido a minha casa!! Acha que eu não percebi?! Você mexeu na minha cama, na minha geladeira, no meu notebook!! Foi assim que você encontrou meu número, não foi?! — ele Exclamou, repassando mentalmente tudo o que tinha no seu notebook para saber se não havia mais nada que pudesse prejudica-lo nas mãos desse doente. — Foi um m*l necessário, Ratinho. Eu não tenho culpa de você deixa as informações tão fáceis para mim. — O homem riu de novo, claramente se divertindo com a situação. — Só... Me deixa em paz, por favor. Eu não tenho nada que possa interessar à você. Não tenho dinheiro, não tenho nada. — É aí que você se engana, Ratinho. Você é a pessoa mais interessante que eu já conheci. — A-a gente se conhece, então? — Tobby buscou na memória alguém atlético e branco que tenha conhecido nos últimos anos, mas ninguém se encaixava no perfil daquele homem. — Eu não diria isso. Conheço você, mas você provavelmente nunca me viu. — O homem respondeu casualmente. — V-você... Me quer então? Vai me forçar? — A voz de Tobby falhou, enquanto sua visão embaçou com o simples pensamento. O seu stalker soltou um rosnado furioso, deixando a animação para trás e assumindo um tom irritado. — Posso ser muitas coisas, ratinho. Mas não sou um estuprador de merda, se é isso que você tá pensando. Se fizermos alguma coisa, você vai ter que querer também. — E-entāo me deixa em paz! Eu nunca vou querer nada com um sociopata como você! — Tobby rosnou, quase espumando de raiva. — É o que veremos, Baby. — O homem riu daquela maldita forma extremamente provocante, antes de desligar a ligação, deixando Tobby completamente atônito, ainda enrolado na toalha. [•••] Já eram quase oito da noite quando Jackson finalmente chegou, dirigindo o seu belo SW4 prata. Tobby soltou um suspiro de alívio ao ver o amigo descer do carro em passos tranquilos e travar o carro, fazendo aquele típico "plim plim" ecoar pelo ar. Jackson estava vestindo uma calça de moletom que deixava suas pernas longas bastante visíveis; a parte de cima da sua roupa era uma camiseta branca. — Oi, Tomtom.— Jackson abriu um sorriso largo e bonito, subindo os degraus do hall da casa e abrindo os braços. — Oi, Jackson. — Tobby respondeu, cruzando a pequena distância que os separavam e dando um abraço forte no outro, enterrando o rosto no seu peitoral e envolvendo o seu corpo. Jackson tinha quase 1.90 de altura e tinha uma pele n***a retinta. Tobby sempre achou o amigo deslumbrante, e Jackson tinha total ciência da sua beleza (e talvez por isso ele fosse um pouquinho irritante as vezes). — Sentiu saudades de mim, Tomtom? — Jackson provocou, envolvendo o corpo do menor com os dois braços. — Nah. Nem um pouquinho. — Mentiu Tobby, revirando os olhos. Jackson abriu um sorriso maroto de quem sabia muito bem que não era verdade, então Tobias agarrou a sua mão e o puxou para dentro de casa, enquanto Jackson continuava fazendo provocaçõezinhas. — Vamos assistir alguma coisa? — Tobby perguntou quando entraram na sala, fechando a porta logo atrás deles. — Claro, o que você sugere? — Na verdade não tenho nada em mente. Você pode escolher, enquanto vou caçar algumas bebidas na cozinha. — Explicou Tobby, apontando para o controle em cima da mesinha de vidro, antes de começar a caminhar até a cozinha. Ele não tinha o costume de beber cerveja, mas tinha algumas na parte de baixo da geladeira, que eram especificamente para Jack e John. O rapaz pegou uma cerveja e um refrigerante, voltando para a sala a tempo de ver Jackson terminando de tirar a calça de moletom e a camiseta, deitando no sofá só com uma boxer branca logo em seguida. Tobby revirou os olhos e se aproximou, colocando as latinhas em cima da mesa de vidro. Jackson agarrou o mais novo pela cintura e o puxou para cima dele, fazendo Tobby deitar em cima do seu corpo marrom escuro e bonito. Tobias vestia apenas outro pijama xadrez super fino. Ele soltou um suspiro enquanto apoiava a cabeça no peitoral de Jackson, que envolveu o seu corpo com os dois braços, abrindo levemente as pernas para acomodar o corpo de Tobby entre elas. — Quer assistir um filme de terror? — Jackson sugeriu, apontando para a TV. — Não. Terror não. — Tobby riu, esfregando levemente a bochecha contra o peito de Jackson. Enquanto procurava uma posição mais confortável em cima do corpo lindo do amigo, ele sentiu uma movimentação suspeita dentro daquela Boxer branca, enquanto o que tinha lá dentro crescia e ficava pressionado contra a sua própria virilha. — Ação, então. — Jackson disse, inclinando a cabeça para cima e roubando um beijo rápido de Tobby, que soltou um suspiro e agarrou o cabelo do rapaz abaixo dele, que também era crespo como o seu, apesar de ser bem mais escuro. Tobby acariciou aquele cabelo macio e deu outro beijo nos lábios de Jackson, movendo os seus próprios lábios com calma contra os dele. Jackson soltou um grunhido baixinho e agarrou a b***a de Tobby sobre a calça de pijama, moendo a sua virilha contra a dele de forma lenta, buscando um pouco mais de fricção. Tobias sentiu a língua quente do amigo pedir passagem para entrar na sua boca, mas antes que ele desse passagem, o seu celular começou a tocar em cima da mesinha. Não era um toque contínuo, mas sim um toque rápido, que parava rapidamente e depois continuava de novo, como se a pessoa tivesse ligando e desligando repetidas vezes. — E-eu... Vou ver quem é. — Tobby gaguejou, sentindo o seu coração dar um salto enquanto levantava rapidamente do sofá, pegava o celular e caminhava em direção a cozinha. Ele não precisava olhar para saber quem era, mas Tobias só atendeu quando estava longe o suficiente de Jackson. — O que você quer, desgraçado? — tisk tisk... — ele ouviu seu stalker estalar a língua. — Não gosto de compartilhar meus brinquedos, ratinho. — D-do que você tá falando? — Não chegue perto do cara que entrou na sua casa, ratinho. Transe com ele e a próxima coisa que você vai receber é o p*u dele numa caixa de presentes. — Respondeu aquela voz rouca, fazendo Tobby ficar completamente assustado e olhar rapidamente para a porta da cozinha. Se o stalker sabia sobre Jackson, isso significava que ele estava vigiando naquele exato momento, não é? — Vá se danar, seu desgraçado. — Tobby rosnou, antes de desligar a ligação e o celular logo em seguida. Ele precisou de alguns segundos para se acalmar, então tomou um bom gole de água e voltou para a sala, onde Jackson estava exatamente na mesma posição. — Quem era, Tomtom? — Ele perguntou, dobrando os cotovelos e apoiando a cabeça nos antebraços. — A minha chefe, dona da cafeteria. — Tobby mentiu, não querendo envolver o amigo naquilo. Ele soltou um suspiro e voltou a deitar em cima de Jackson, que envolveu a sua cintura de forma automática novamente. Tobby apoiou a cabeça do peitoral do amigo, que claramente ainda estava e******o, com seu m****o duro pressionado contra a virilha dele. — Você quer...? — Jackson sugeriu, agarrando a b***a de Tobby e erguendo uma das sobrancelhas grossas. — S-será que a gente pode só trocar uns beijos e dormir hoje? — Tobby gaguejou meio sem jeito, erguendo o rosto para encarar Jackson, que apesar de ser um pouquinho irritante as vezes, definitivamente não era escroto para ficar zangado com aquilo . — Claro, Tomtom. — Respondeu ele, dando um rápido beijo na ponta do nariz de Tobby.
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