DOIS – FIESTA LOCA

679 Words
Eu fui a uma festa, mas isso não é o principal aqui nessa conversa. Eu gostei de ir a uma festa. Eu concordei e ir a uma festa com Bernard no calor do momento, mas no meio do caminho eu comecei a me arrepender amargamente da minha decisão quando eu percebi que não sabia como funcionava uma festa muito menos sabia me comportar em uma. Comecei a hiperventilar e entrar em pânico e Bernard acabou percebendo meu pequeno surto. – O que está errado? – Bom, acontece que eu nunca fui a uma festa. – Che diavolo? Que tipo de pessoa é você? Ninguém nunca te convidou para ir em uma, e o seu namorado? Nunca fugiu de casa para ir a uma festa com as suas amigas? – Noivo. – Corrijo no calor do momento e ele arqueia a sobrancelha em questionamento. – Quer dizer, ex noivo. Eu já fui convidada, não fui por que não quis. Ele me olha como se estivesse nascendo outra cabeça em meus ombros e eu entendo o seu olhar. – Achava que isso acabaria com o meu futuro e eu queria um bom casamento, muitas vezes me perguntei se valeria a pena um dia. Quando soube do noivado, eu comemorei horrores e fiquei feliz afinal meu esforço tinha valido a pena. Agora tudo que consigo sentir é que fui i****a e me privei de muitas coisas boas por nada. – Bom, agora é a hora de tirar todo o atraso. Hoje eu vou te mostrar como se curte uma festa de verdade. Você confia em mim? – Normalmente eu não confiaria de jeito nenhum em ninguém, mas hoje é outro dia, outras circunstancias, outros sentimentos. Tudo que eu quero é me sentir bem, não importa com quem seja. Eu assenti com a cabeça e ele sorriu. Aberto. Leve. Despreocupado. E eu me perdi em seus olhos e sorriso. Passamos a noite inteira numa balada bebendo, dançando e rindo de situações que eu nem me lembro mais e foi ÓTIMO. Ali não eramos filhos de mafiosos e sim apenas nós mesmos livre dos nossos problemas e preocupações por uma noite. Bernard e Kelyne, sem rótulos. Infelizmente, como nos contos de fadas, tudo tem hora para acabar e o meu acabou pela manha. Quando vi o sol nascer na calçada com Bernard, eu sabia que precisava voltar para casa e resolver a bagunça que estava na minha vida. Quando cheguei na entrada de casa, parecia que nada daquilo que aconteceu ontem tinha sido verdade, que tinha sido apenas um pesadelo e que logo eu voltaria a minha rotina normal. Infelizmente, assim que eu entrei em casa a bolha estourou quando vi minha mãe me esperando no pé da escada. – Acordada essa hora? – Onde você estava? O que pensa que está fazendo saindo sem a minha permissão? – Eu subo as escadas e ela sobe atrás de mim como um cão. – Precisava apenas esfriar a cabeça. – Bebendo e chegando e casa de manhã. Você não é assim, porque fez isso? Ande logo, tome um banho e durma algumas horas pois vamos receber seu noivo para o almoço. – Quero acreditar que estou com problemas nos ouvidos e não estou ouvindo uma coisa dessas. Eu paro na escada. – Noivo? Eu não tenho noivo. – Respondo calmamente e começo a andar. – Não vai desistir do casamento por causa de uma besteira daquelas, você é ingenua e não entende mas eu sei o que é melhor para você. O casamento continua de pé, afinal, ele até já pediu desculpas a você. – O preço de ter a audição as vezes é caro demais. – Não vou me casar com ele. Nunca. – Respondo o mais calmo que posso. – Isso é o que vamos ver. Vai casar com ele, papo encerrado. Vá para o seu quarto e descanse. Ela some e eu fico paralisada na escada olhando um ponto fixo na parede. Bernard tinha razão, fui ingênua em pensar que eles estariam ao meu lado. Mas eu já sei o que fazer.
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