O beijo

1136 Words
Júlia seguiu para a cozinha, seu corpo estava quente, sua mente distante, ainda na deliciosa cena que havia presenciado. Júlia foi até o armário, pegou um copo em seguida pegou uma jarra com água na geladeira e o preencheu, tomando um generoso gole, na ideia de aquilo acalmasse aquela chama ardente que havia despertado dentro de si, mas a água do copo acabou saciando sua sede, mas aquele calor permaneceu, Julia levou a jarra de volta a geladeira e caminhou em direção a pia para colocar o copo, mas aquela voz firme e sedutora surgiu ali. — Júlia...— ela que não o esperava ver ali, se assustou e deixou o copo cair o fazendo se estilhaçar. — Heitor...aí meu Deus. — ela rapidamente agachou, na tentativa de recolher os cacos, mas tudo que conseguiu foi cortar o dedo. — Júlia, você se cortou. — desculpe...eu, eu acabei me assustando. — ela disse um tanto desconcertada, então ele se aproximou e a retirou de perto dos cacos de vidro, tratando logo de verificar aquele ferimento. — tudo bem Júlia, acontece, parece que não foi profundo, mas é bom limpar, está doendo? — ele perguntou enquanto acariciava o rosto dela, ela estava completamente fora de si, apenas encarava os lábios dele, sem dizer uma única palavra. — Júlia, está tudo bem? — Heitor questionou, estava estranhando a forma a qual ela estava agindo, a forma a qual ela o encarava, a única reação que Júlia teve, foi ceder ao desejo, então ela ficou na ponta dos dedos, o segurou pela nuca e o beijou de forma intensa, Heitor piscou os olhos algumas vezes, mas não se esquivou, ao contrário, se permitiu beijar e retribuiu, a segurando com firmeza pela cintura, os lábios deslizavam um pelo outro, as línguas se acariciavam, o beijo era delicioso demais para ser encerrado, então se deixaram levar, mas o ar acabou, os afastando, Júlia encarou os olhos dele, vendo a pupila dilatada, os lábios vermelho que se abriram, ousando dizer algo, foi aí que Júlia voltou a si e tomou noção do que havia feito. — Heitor...senhor Heitor, me desculpe, não sei o que deu em mim, perdão. — ela disse nervosa, então se afastou, mas ele a segurou pela mão a impedindo de pisar nos cacos de vidro, mas com isso apertando o dedo machucado, a fazendo gemer. — aí. — desculpe, não queria te machucar...Júlia, preciso limpar isso, está sangrando. — eu limpo, não precisa se preocupar. — disse ela claramente nervosa, temia mais uma vez perder o controle. — Júlia, eu limpo, vem, tenho uma caixa de primeiros socorros no meu escritório. — Júlia apenas assentiu, então o seguiu até o escritório, ao passar pela porta, ela paralisou, olhando o sofá e o lugar exato que Heitor estava sentado a minutos atrás. — senta. — ele pediu, ela assentiu, então caminhou até o sofá e sentou no mesmo, Heitor por sua vez, foi até o armário, pegou a caixa, caminhou até ela e sentou a seu lado, de dentro da mesma ele retirou algodão que usou para limpar o o dedo dela. — senhor Heitor, desculpe pelo que fiz...não sei o que deu em mim. — disse ela, mas sabia bem, só não podia e nem tinha coragem de contar. — tudo bem Júlia, acontece... — disse ele um pouco sem graça. — não deveria, mas desculpe mesmo. — Júlia você está passando por um momento difícil, está triste, carente, buscando apoio, você apenas reagiu de uma forma...de uma forma. — disse ele tentando justificar o ocorrido. — de uma forma errada. — disse ela, então fez uma careta ao sentir um líquido ser colocado sobre o corte. — ardeu? — ele questionou de forma doce e preocupada. — sim, um pouco. — já estou acabando, só falta fazer um curativo. — ela assentiu com a cabeça, então ficou em silêncio até o momento em que ele terminou. — acabei, como se sente? — pergunta do machucado? — ele acariciou a mão dela com delicadeza e disse. — de tudo. — ela suspirou, então respondeu. — cansada, com sono, acabada mentalmente, fisicamente e envergonhada. — ela disse baixando a cabeça. — é muita coisa, mais vai passar. — como vou conseguir te olhar depois do que fiz? — ela questionou demonstrando o quão envergonhada estava, suas bochechas estavam até vermelhas. — com os mesmos olhos de sempre, só vamos esquecer o que aconteceu ok? — ela assentiu com a cabeça e suspirou, ele não fazia ideia que os olhos que ela o olhava a anos, eram de desejo e paixão. — o que fazia na cozinha a essa hora? — estava sem sono, então decidi tomar uma água, desculpe estar perambulando pela sua casa a essa hora. — Ju, não seja boba, você é de casa, e de coração, espero lhe ter mais vezes por aqui, eu e Jade queremos muito lhe ajudar neste momento difícil. — obrigada, você é um homem incrível, exemplar, por isso Jade é essa amiga tão incrível, uma irmã, o senhor é um exemplo, de tudo. — ela disse demonstrando sua admiração, ele sorriu, então acariciou o rosto dela a fazendo suspirar de forma apaixonada. — melhor deitar, está bem tarde, mesmo que não consiga dormir, pelo menos estará com o corpo descansado pela manhã. — tudo bem, obrigada. — Júlia seguiu para o quarto de Jade, já Heitor, ficou no escritório, ele deslizou as mãos pelo cabelo de forma exasperada e suspirou, pensando em porque havia se deixado beijar por Júlia, o beijo havia sido delicioso, não podia negar, mas só isso não lhe servia como justificativa, tinha visto Júlia crescer e ter cedido a tal coisa estava lhe causando certos conflitos, ainda que, na frente dela tivesse agido com naturalidade e compreensão, havia ficado mexido pelo beijo e pela situação. — ela é só uma menina carente passando por um momento difícil. — disse ele, mas ao levanta-se do sofá na intenção de ir para seu quarto, notou a ereção marcando em sua calça, havia ficado duro pensando naquele beijo, o que o deixou ainda mais desconfortável e preocupado, não queria deixar de vê-la como a melhor amiga de sua filha. Júlia deitou-se na cama ao lado de Jade que seguia dormindo, então soltou um longo suspiro e levou os dedos até os lábios, os tocando lentamente, aquele beijo havia sido tão intenso que ainda podia sentir os lábios dele ali, tinha sido o beijo mais delicioso de sua vida e se pudesse, repetiria outras mil vezes, mas infelizmente tinha impedimentos "ele me vê como uma garotinha, a melhor amiga da filha" Júlia disse em seus pensamentos, então se resignou e fechou os olhos na tentativa de dormir, mas tudo que lhe surgiu a mente foi a deliciosa imagem dele se masturbando.
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