Eu não sabia o que estava fazendo. Ou talvez soubesse… mas não queria admitir. A bebida ainda me deixava quente, tonta, corajosa demais. O beijo no baile, a briga, o sangue... tudo tinha sido demais. E ver o Herus sair daquele jeito, machucado, com o olhar partido, me quebrou. O cheiro dele me deu um soco no estômago. Tudo ali gritava Herus. As paredes, o silêncio, a raiva no ar. O medo. Meu peito parecia apertado por uma corda invisível. — Herus? — minha voz saiu fraca, insegura, igual a mim. Ouvi a água do chuveiro antes da resposta dele. Arrastada, emburrada: — Sophia, me deixa em paz... Mas eu não consegui. Era como se algo maior que eu me puxasse. Empurrei a porta do banheiro com cuidado. Ela só estava encostada. A água caía forte, o vapor subia pelas paredes frias. O som

