Não sei dizer exatamente o que mais doeu. Se foi ouvir da boca do meu próprio pai que ele não me queria mais namorando nem indo no morro... ou se foi o jeito que ele falou, sem nem pensar duas vezes, como se eu fosse um peso, uma vergonha. Tava tudo engasgado. Aquele nó na garganta que nem água desce. Depois que minha irmã me abraçou, tentando me consolar, fui direto pro meu quarto. Nem quis ver mais ninguém. Me tranquei lá, sentei na beira da cama, e fiquei olhando pro nada por um tempo. A cabeça fervilhando. E por mais que eu tentasse me segurar... as lágrimas vieram. Silenciosas, pesadas, mornas. Apoiei os cotovelos nos joelhos, enterrei o rosto nas mãos e chorei. Eu, um cara feito, maior de idade, chorando igual moleque por conta de um pai que parece que nunca me entendeu. Pensei em

