02

1899 Words
|Dom| No final do dia, recebi uma ligação do Miguel, fiquei meio surpreso, quando ele falou que a patricinha já estava no morro, no começo não acreditei, mas pelo jeito nervoso dele falar era verdade. Mandei ele levar ela pra minha casa, só ele tinha a chave de lá, além de mim. Subi na moto indo pra casa rapidamente. Minutos depois já tinha chegado, no portão, estava o Carlos e outros dos moleques, rindo e olhando pra dentro da minha casa, quando cheguei pararam logo de rir . - Qual a graça, tem palhaço aí dentro ?.- Pergunto sério . - Nao patrão, já ta sabendo que a mina ta ai ?.- Carlos diz todo assanhado. - To ligado .- Digo desligando a moto e descendo dela . Entro em casa vendo o Miguel e o Maick de costas pra porta, na frente do sofá . - Cadê ela ? .- Pergunto jogando as chaves na mesa. Eles saem da frente, e vejo uma menina deitada no sofá, morena e muito bonita por sinal . - Oque houve com ela ?.- Pergunto chegando mais perto . - Ainda esta desacordada por causa do remédio .- Miguel diz mais calmo. - Não sabia que ela era tão gata .- Carlos diz entrando e observando a menina de cima a baixo . - Quem mandou você entrar Carlos, acho que não te chamei .- Digo irritado de braços cruzados . Ele logo sai, fazendo o Miguel e o Maick rir dele. - Levem ela pro porão, e amarrem ela, não quero problemas quando ela acordar .- Digo indo pro meu quarto . Já estava meio receoso com isso, nunca tinhamos sequestrado alguém, e pelo jeito viriam atrás dela rapidamente, estava estampado na cara dela que ela era bem mais rica do que estavamos pensando. Tomei um banho e fui pro porão, só estava o Miguel jogado na cadeira, esperando a garota acordar. - Falei pra amarrarem ela, mas também não precisava exagerar né Miguel .- Digo olhando ela sentada na cadeira toda amarrada, desde os pés ao pescoço e ele rir . Me sento em uma cadeira também, e jogamos conversa fora por uns minutos, até que ouvimos ela resmungar e abrindo os olhos devagar. Olhamos um pra cara do outro, já pensando no que íamos falar . - Que lugar é esse...onde eu to ?.- Ela resmunga com um pouco de dificuldades. Ela observa o lugar com os olhos meio fechados. Chego a minha cadeira próximo a ela e a encaro sério . - É o seguinte, você acabou de ser sequestrada, e se seus queridos pais não pagarem seu resgate, você vai morrer, entendeu ou preciso dizer novamente ?.- Digo fazendo o Miguel me olhar assustado . - Eu oque ?.- Ela diz confusa me olhando . - Já vi que isso vai demorar .- Digo sem paciência .- É só você ligar pra eles, e fica tudo bem com você .- Digo estendendo o telefone pra ela . - Como vou ligar se minha mão está amarrada ?.- Diz me encarando. O miguel solta um riso, mas para na hora, quando dou uma olhada mortal pra ele. Miguel logo solta uma mão dela, que pega o telefone da minha tremendo, ela disca uns números e fica calada na linha, retorna a ligar e nada. - d***a .- Ela diz com medo . - Oque foi, não tenho a vida toda.- Digo impaciente . - Tinha me esquecido, eles...eles foram viajar .- Diz gaguejando . - Manda eles voltarem agora .- Diz irritado já de pé . - Esse é o problema, eles foram a negócios .- Diz com os olhos lacrimejando .- Uma campanha, sobre viver sem a tecnologia .- Diz sem parar de tremer . - Que tipo de campanha é essa ?.- Miguel diz nervoso . - Quando voltam ?.- Pergunto a encarando . - Daqui a... três semanas . Olho pra Miguel que já estava vermelho, subo novamente pra sala deixando ela lá sozinha, o Miguel logo me segue . - E agora ? porque não viram isso antes ?.- Digo nervoso . - Como íamos saber Dom ? - Eu quero saber oque vamos fazer com ela agora ?.- Suspiro pensativo. - Vamos mante-la aqui até eles voltarem dessa tal viagem .- Diz me encarando . - Você ta louco ? claro que não, que idéia Miguel .- Digo estressado . - Cara é o único jeito .- Diz nervoso . - Ela é uma patricinha mimada, então provavelmente deve ter algum cartão dos pais, ou sei lá, vamos pegar e mandar ela vazar daqui .- Digo indo novamente pro porão com ele. - Ta legal, você provavelmente deve ter algum cartão dos seus pais, sei lá .- Miguel diz calmo.- Então, nos entrega, e tudo fica bem. - Eles não são dos pais que me dão cartões, só dinheiro vivo .- Ela diz confiante e eu já estava ficando irritado com toda sua confiança, sem mostrar nem um pingo de medo. - Eu não to pra brincadeira sua patricinha i****a .- Digo gritando, já irritado . - Calma Dom, a mina ta falando a verdade .- Miguel diz me segurando. O Miguel conhecia muito bem as pessoas, ele sabia quando era verdade ou não . - Eu acho melhor vocês me soltarem, e prometo que não vou contar a ninguém .- Ela diz baixo . - E eu acho melhor você calar essa sua boquinha linda, antes que eu cale pra você .- Digo alto, e ela logo se cala encarando o chão. - É o seguinte, você vai ficar aqui até seus pais voltarem .- Miguel diz me fazendo o olhar rapidamente . Olho pra ele com raiva, ele sabia como eu odiava quando ele tomava alguma decisão, sem minha permissão. Ele percebe meu olhar e suspira . - Tem uma ideia melhor ?.- Pergunta me encarando .- Ou você solta ela e ela nos entrega pros cana, ou ela fica aqui até conseguirmos a grana, ou acaba com ela .- Diz tirando sua arma da cintura me dando. Ela logo arregala os olhos assustada . - Ah meu Deus .- Ela grita desesperada .- Por favor, não faz isso . - Cala a boca .- Grito a encarando irritado .- Ta legal, ela fica até pergarmos o dinheiro. Toma e liga pro seu motorista, diz que passará um tempo na casa de alguém, não quero ninguém te procurando .- Digo dando o telefone a ela novamente. Ela liga pra ele e o Miguel fica com a arma na cabeça dela pra ela não vacilar falando besteira. Ela fala com ele que ficará na casa de uma amiga e desliga com os olhos cheios de lágrimas. E por fim, ela despeja suas lágrimas de uma vez. Seus olhos eram tão verdes, que pareciam que suas lágrimas desciam na mesma cor . - Vamos .- Digo pro Miguel, já subindo as escadas. Ele fica um tempo a encarando pensativo . - Vamos Miguel !.- Grito da escada e ele logo vem atrás de mim. O Miguel nem parece ser bandido, ele era muito sentimental, e se ele ficasse lá com ela mais um segundo, ele seria capaz de soltar ela, e mandar ela ir embora . - Será que foi uma boa ideia Dom ?.- Pergunta quebrando o silêncio entre nós dois . - Agora já ta feito, não da pra voltar atrás .- Digo prestando atenção na tv . Ele fica mais um tempo aqui, e logo vai embora, já ia dar 19:00hrs. Me levantei indo até a cozinha, tirando algumas comidas congeladas da geladeira e botando no micro-ondas, depois de alguns minutos me lembrei da garota, e coloquei mais um prato no micro-ondas. Arrumei o prato e levei pra ela no porão . - Toma .- Disse entregando o prato a ela, e ela me olhou assustada .- Não botei veneno, relaxa . Soltei seus braços e ela encarou o prato com cara de nojo. - Carboidratos ?.- Diz me olhando. - Eu to fazendo dieta, não como carboidratos .- Diz dando um sorrisinho deboxado, oque me irritou muito . - Ou come, ou passa fome, não to nem ai .- Digo e subo novamente deixando ela lá . Pego meu prato na cozinha e me sento no sofá. Ouço um barulho chato de celular tocando, olho pro lado vendo um IPhone no sofá, junto com um brilho labial rosa, pego olhando o visor, escrito "Lisa", desligo a ligação e desligo o celular de vez, o jogando em uma gaveta da estante . ... Acabei adormecendo depois do jantar, e acordo com um barulho muito alto, encaro minha casa tentando saber de onde vinha, logo ouvi novamente e descobri, era do porão. Me levanto bufando, indo até o porão, desço e procuro ela, olho pro chão vendo a cadeira caída, e ela amarrada tentando se levantar. Ri com a cena dela, parecendo um peixe fora d'agua, se debatendo no chão. - Dá pra me ajudar aqui ?.- Diz toda nervosa . - Não sigo ordens de ninguém, aqui quem manda sou eu .- Digo sério . Ela se debate contra o chão tentando levantar e fica nisso um bom tempo, e eu ? Fico assistindo a cena. Logo ouço um barulho mais alto, mando ela ficar quieta e tento saber oque era. Logo ouço tiros, e automaticamente ponho a mão na cintura achando minha pistola . - Fogos ?.- Ela pergunta e eu a ignoro e a levanto . - Fica quieta, não tente nada, se não quiser morrer .- Digo subindo as escadas novamente . - Dom, os canas estão ai .- Carlos entra na minha casa com uma arma na mão. - Cadê o Miguel ? - Não vi ele .- Diz saindo comigo . Saímos e logo os tiros haviam parado, parece que não chegaram a subir o morro, nós éramos do tipo que batia de frente, não fugiamos deles e eles sabiam bem disso . Fui pra casa do Miguel, sai entrando como sempre . - Tia, cadê o Miguel ?.- Pergunto a mãe dele, que cuidou de mim quando pequeno . - To aqui ! .- Ele grita da cozinha . - Você ta bem amor ?.- Ela me pergunta. - To tia, valeu .- Digo a acalmando. - Ela me prendeu aqui .- Miguel diz nervoso . - Prendo mesmo, e você só vai sair quando parar os tiros .- Diz pra mim . Ri com a cara do Miguel . - Já parou tia, eles não subiram não, eu tenho que voltar pra casa .- Digo dando um beijo em sua testa . Saio de lá, indo pra casa, no portão vejo a Evelin encostada no mesmo, quando ela me vê, logo sorri pra mim . - Oque você quer ?.- Pergunto sem olhar pra ela . - Só quero falar contigo .- Diz sorrindo de lado . - Fala .- Digo sem paciência . - Posso entrar ?.- Pergunta com um sorriso m*****o no rosto . - Eu to morto cara, não vai rolar .- Digo abrindo o portão . - Posso te fazer relaxar .- Fala segurando meu rosto com as mãos, e me dá um selinho demorado . Respiro fundo por conta do cansaço e abro a porta, fazendo ela entrar. Minhas necessidades eram mais fortes que o cansaço, devo admitir.
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