CAPÍTULO 16 YASMIN NARRANDO: Eu não percebi quando o sono me venceu. No segundo seguinte, eu já estava sonhando. Era estranho… eu sabia que era um sonho porque as cores pareciam mais saturadas, exageradas demais. A rua da escola estava vazia, o portão aberto, e eu estava parada no meio do pátio, com o vento bagunçando meu cabelo. Não tinha crianças, não tinha barulho, não tinha ninguém. Até ele aparecer. O som da moto veio primeiro, grave, cheio, intenso. Igual ao da vida real, só que parecia ecoar dentro do meu peito. A moto parou bem diante de mim, e Magrão desceu como se estivesse acontecendo algo absolutamente normal. Sem pressa, sem humor, sem ameaça. Só… existindo. Ele tirou o capacete, e no sonho o rosto dele era mais nítido do que eu lembrava. Os olhos escuros demais, frios d

