CAPÍTULO 57
YASMIN NARRANDO:
Eu não senti minhas pernas quando levantei do chão. Era como se meu corpo tivesse virado uma casa desabada, sustentada só por cacos. O gosto do pó ainda raspava na minha garganta quando ergui o rosto e encarei o Magrão.
— Magrão, me escuta… por favor… — minha voz saiu quebrada, como vidro rachando.
Ele estava parado no meio da boca, ombros tensos, olhos vermelhos, mandíbula travada. Um vulcão prestes a cuspir tudo que guardava.
— Eu confiei em você. — Ele disse devagar, cada letra pesando como ferro quente na minha pele.
Meu peito se apertou tanto que parecia querer dobrar para dentro.
— Eu realmente fui casada com ele… — engoli a dor, o medo, a vergonha.
— Mas eu vim pra cá fugida dele. Ele me batia, me humilhava. Quando eu cheguei aqui, eu tava toda m
