capítulo 15

2144 Words

CATARINA — Nem na porta. — Nem em pensamento. Minha mãe cravou essas palavras na sala como se estivesse fechando a ferida aberta pelo Tigre com ferro em brasa. A dor era visível, mas a determinação era maior. O silêncio que se seguiu não era de alívio, mas um peso opressor. Espesso, duro, cheio de temores não verbalizados, especialmente o meu, o medo de ser descoberta. O medo da verdade do beijo na mão. E foi nessa quietude sufocante que a porta, que havia sido fechada com tanta cautela, rangeu mais uma vez, abrindo-se novamente. Meu pai entrou primeiro. O corpo dele estava tenso, a postura de quem carrega um fardo invisível, mas pesado. O olhar, geralmente cansado, estava agora carregado, varrendo a sala como se procurasse por vestígios de uma ameaça. Logo atrás dele, veio a Irmã

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