Chegada

3283 Words
– Bom dia, pai! – Desci as escadas e vi meu pai, Ian, guardando as minhas coisas no porta-malas do veículo. Hoje era o grande dia. Ontem, em minha festa de despedida da cidade, comemoramos minha aprovação na universidade de Wellington, e também o fato de eu ter a oportunidade de mudar para a Califórnia. Sempre foi meu sonho morar em um lugar com praias, porque aqui onde moro não tem nenhuma. Meus amigos vieram em casa, meus parentes também e tivemos uma noite realmente agradável. Apesar das desavenças frequentes entre eu e meu pai, o clima leve da noite anterior era o que eu levaria de lembrança no meu coração. Abracei minha mãe do lado de fora de casa, enquanto colocávamos as últimas coisas no carro. Eu estava com o cabelo preso em um coque e cara de sono, mas não ligava. Era uma viagem de nove horas até a Califórnia então, se eu precisasse me arrumar para alguma coisa, poderia fazer no meio do caminho. Mamãe Eleanor colocou no meu colo uma bolsa térmica com lanches que ela preparou na noite anterior, para que pudéssemos levar para a viagem. Minha ansiedade para chegar na República mista onde eu moraria só aumentava. A casa em que eu moraria perto de Wellington era uma república mista com quartos privativos. A casa, em si, era bem simples: Uma sala com 2 sofás de três lugares, uma tv grande e duas poltronas. Uma pequena mesinha central onde algumas revistas ficavam distribuídas, a cozinha era cheia de armários, e com um grande balcão de alimentação de granito preto que dividia a sala e a cozinha. No primeiro andar, haviam dois quartos. No segundo, só o meu. Meu quarto era meio que uma parte da casa que não foi feita para ser um quarto, pois tinha 9 metros quadrados e o teto era um pouco baixo. Diferente dos outros quartos, que possuíam banheiro dentro, o meu ficava em frente, mas tudo bem. Eu pagava cento e vinte dólares a menos por isso. Chegamos na República e eu confesso que nem vi o tempo passando. Esqueci de comer meu lanche e papai também. Parte da viagem eu dormi, e na outra, fiquei ouvindo blues. As coisas foram descarregadas. Meu coração estava tão acelerado por causa da ansiedade que eu não conseguia parar de sorrir. Me sentia como um passarinho recém saído da gaiola, e explorando o mundo pela primeira vez. Meu pequeno quarto com uma escrivaninha, um armário e uma cama, foi enfeitado com uma cortina branca na janela do fundo e uma colcha roxa na cama. Coloquei um quadro de fotos na parede e acrescentei fotos com minhas amigas e meus pais, assim, não me sentiria sozinha. E quando meus livros estavam disposto na prateleira acima da mesinha de estudos, reconheci aquele lugar como meu. O meu primeiro ano de faculdade foi simplesmente maravilhoso. Consegui, literalmente, voar. Não pense que fiz nada de errado nesse tempo, porque apesar de longe dos meus pais super conservadores, não consegui me livrar das amarras dos princípios que me impuseram. Algumas vezes isso me protegia, mas na maioria delas, me impedia de viver. Só que eu não ligava. Por minha república ser relativamente barata, havia muita rotatividade de alunos. Vez ou outra aparecia alguém novo, passava dois ou três meses e depois ia embora. Até alguns dias atrás, meus colegas de república eram a Tina e o Louis. O problema é que a Tina se formou, e abandonou a república. O quarto dela era o mais legal de todos, ficava mais isolado, enquanto o meu e o de Louis era literalmente um em cima do outro. Quando Louis estava com o namorado, era possível ouvir os dois transando e eu tinha que passar a noite dormindo de tampões de ouvido. Agora, o quarto de Tina estava vazio. Eu não sabia se isso era bom ou r**m, porque ela não era muito minha amiga então talvez se aparecesse alguém novo que poderia finalmente me ajudar com a timidez e me levar para curtir um pouco fora da República. Meu primeiro ano foi realmente solitário. De todas as pessoas que podiam entrar por aquela porta, a única que eu não esperava, era ele. Brian Dallas O'callaghan, meu amor da adolescência, o cara por quem me apaixonei em apenas uma conversa e que nunca olhou para mim com outros olhos. - Liz! - Brian abriu os dois braços e veio de encontro a mim. Nós trocamos um abraço rápido, e sorrisos sinceros. - Brian! Que bom te ver! - Por Deus, pensei comigo mesma, não acredito que ainda não superei o Brian. Acho que isso está bem claro agora que meu coração está pulando feito uma britadeira. - Liz, você pode me ajudar levando esses travesseiros? - Ele entregou os dois travesseiros para mim, enquanto caminhou de volta para a caminhonete vermelha com suas coisas. Brian foi até o carro e pegou algumas caixas, e eu o esperei na entrada da república. - Brian, você ficou com o quarto mais legal da casa! O meu é do outro lado, lá no andar de cima. - Falei, enquanto caminhávamos até seu quarto. Ele ajeitou algumas caixas em cima da escrivaninha e depois pegou os travesseiros das minhas mãos. - Eu gostei da localização. Tem muitos pubs aqui perto, hein? Você deve fazer bastante festa por aqui. - Eu abri um sorriso amarelo. Eu era uma grande festejadora dentro de casa, com meus pijamas e Netflix. - Você vai precisar me contar quais são os melhores. É mais fácil que descobrir sozinho. - Eu não sou exatamente a melhor pessoa para isso. O Louis pode te ajudar, ele costuma ir em festas com o pessoal da faculdade. - Eu estava com as duas mãos no bolso do meu jeans nesse momento, enquanto ele encaixava alguns livros em uma prateleira. - Qual é, Liz, você não está mais sob o mesmo teto que seus pais. Me lembro do quanto eram rígidos. Você mora comigo e com o tal do Louis e ainda não se libertou? - Ele soltou uma risadinha mostrando os lindos dentes brancos e perfeitos. Em questão física, eu e Brian éramos bem diferentes. Eu sou loira, 1,60m de altura, meus olhos são esverdeados e minha pele é muito branca. Tão branca que qualquer raio de sol que me atinge, me torna um pimentão vermelho e dolorido. Meu corpo é bem normal. Um pouco de b***a, um pouco de perna, um pouco de peito... Nada que realmente chame atenção. Brian tem cabelos castanhos e os olhos da mesma cor, pele levemente dourada, seu rosto é quadrado e seus traços são fortes. Ele tem 1,88m, ombros largos, peitoral forte. Lembro-me que no ensino médio, quando ele tirava a camisa, tinha uma tatuagem com seu sobrenome: Dallas. Foi uma homenagem a sua mãe que morreu. - Eu ainda estou presa aos princípios que meus pais me obrigaram a seguir durante a vida toda. Eu dei que já moro sozinha há um ano, mas ainda não consegui. Quem sabe um dia, Brian. - Ele me olhou como se tivesse aceitado um desafio. Eu saí do quarto de Brian, indo em direção ao meu. Ele sabia que podia me procurar caso precisasse. Fechei a porta do quarto e deitei na cama, olhando para o teto. Por que eu ainda tinha que me sentir assim por ele? Poxa, já faz tanto tempo... Enquanto ele estava longe, nem lembrei de sua existência, segui minha vida, estudei, li livros interessantes, fiz amizades... E agora que ele voltou, minha cabeça me prega essa peça? Eu decidi ficar no meu quarto durante o resto do dia. Ainda faltava duas semanas para o início das aulas do novo semestre, e como minha casa era muito longe, eu só voltava pra lá uma vez por ano, para economizar. Ouvi a porta do meu quarto bater, e caminhei até ela. Quando abri, era Brian, só de toalha enrolada ao redor do quadril, completamente molhado e sorrindo. Mas que d***a esse homem está fazendo? - Eu não estou achando meus sabonetes na mudança. Poderia me emprestar um seu? - Meu coração estava na garganta. Caminhei até o meu armário e peguei uma barra fechada, entregando nas mãos de Brian. - Pode ficar. - Falei. - Precisa de mais alguma coisa? _ - Ele balançou a cabeça de forma negativa enquanto eu tentava não babar só de ver as gotas de água escorrendo por seu tanquinho. - Não, obrigado, Liz. A noite vou te levar em uma festa pra compensar. Já arrumei um lugar pra ir, inclusive. - Ele abriu um sorriso e saiu andando. Eu estava com as pernas bambas. - Combinado, então. - Bom, pelo menos eu tive coragem em aceitar e consegui falar algo. Se eu tivesse que procurar "paraíso" no dicionário, com certeza a cena de Brian só de toalha molhado estaria retratada ali. Pena que eu sempre fui tonta demais para me permitir viver. Acho que qualquer outra garota que recebesse Brian só de toalha na porta do quarto iria puxá-lo para dentro e se aproveitar muito da situação, mas eu não. Como eu sou boba. Mais tarde naquele dia, eu vesti uma calça jeans mais colada ao corpo, uma blusa de alcinha preta que me deixava muito bonita e um coturno. Coloquei brincos de argola pequenos e dourados, um chocker também dourado e fiz uma maquiagem básica com rímel caprichado. Me olhei no espelho e percebi que estava bem bonita, e quando finalmente me senti pronta, sentei e esperei. Meu corpo tremia em ansiedade para ir à festa com Brian, mas eu tinha que me controlar. Peguei um chiclete, coloquei na boca e o mastiguei. Isso geralmente me acalmava. Por enquanto, tudo certo. Brian bateu na porta do meu quarto pela segunda vez no dia. Eu respirei fundo e caminhei até ela, abrindo e vendo o homem um ano mais velho bem arrumado. O cheiro de perfume masculino impregnou o quarto, e eu sabia que Brian estava pronto pra atacar a primeira que caísse em sua rede. Uma pena que ele não me visse com esses olhos. - Você tá linda, Liz! Vamos aprontar um pouco. - Ele lançou uma piscadinha para mim e desceu as escadas de metal barulhentas que conectavam meu quarto ao andar de baixo. Nós dois partimos juntos, conversando sobre assuntos aleatórios até chegarmos ao bar. Brian e eu chegamos após alguns minutos de caminhada a um pub bem lotado, onde muita gente ria e se divertia. Ele encontrou um rapaz que parecia ser seu amigo, e ele nos cumprimentou. - Brian Dallas O'Callaghan! - Um grande sorriso surgiu nos lábios do loiro. Os dois se abraçaram de um jeito bem másculo, com direito a tapinhas nas costas, e depois se separaram. - Collin! Quando tempo! - Brian sorriu para o amigo, tão bonito quanto ele. - Essa é minha amiga Liz, ela é um pouco tímida, então temos que ficar de olho nela. Sabe como tem predadores por esses bares, doidos por uma donzela indefesa, né? - Os dois riram. Dois machos-alfa cuidando de minha segurança? Bom, até que não era tão r**m assim. Mas eu tinha um spray de pimenta na bolsa, em todo o caso. - Claro, sem dúvidas. Se alguém te incomodar, pode me chamar, baixinha. - Eu assenti com a cabeça. Collin era um pouco mais alto que Brian, talvez uns cinco centímetros. Nós três caminhamos pelo bar até encontrar uma mesa com mais pessoas. Eles pediram cerveja, e eu pedi uma água. Enquanto eles colocavam o papo em dia, eu observava o local e via a quantidade de pessoas flertando, bêbadas e sorridentes ao meu redor. Eu queria muito conseguir me soltar e ser assim, mas infelizmente não conseguia. - Oi linda, tudo bem? Meu nome é Henry. - Quando olhei para frente, um rapaz moreno estava sentado na minha frente. Eu não sei de onde diabos ele saiu, mas lá estava ele. Brian e Collin olhavam desconfiados, mas eu sorri, balançando a cabeça. - Sim, está. - Falei. Eu queria tentar ser simpática, até flertar, talvez. Mas era difícil. Ainda mais na presença de Brian. - Reparei que você é muito bonita, quer conversar um pouco comigo lá fora? Aliás, qual seu nome? - Tentei manter meus olhos em Henry, mas vez ou outra olhava para Brian. Ele parecia mais interessado em sua cerveja do que em mim, de qualquer forma. - Liz. Liz Westwood. E, bom... Pode ser. - Ele sorriu e me ofereceu a mão. Fomos para fora do bar, onde era um pouco mais fácil de conversar. Ele começou a falar de coisas aleatórias, e eu juro que tentei prestar atenção... Mas me distraí ao ver uma garota muito bonita chegar perto de Brian. Ela literalmente sentou no colo dele, e ele a beijou. Eu nem sei se eles se conheciam ou se sabiam o nome um do outro. Meu coração ficou um pouco triste. Abaixei o rosto, respirei de forma profunda e quando voltei a realidade, percebi que tinha deixado o rapaz que estava comigo falando sozinho. - Liz? - Ele me olhava com um pouco de dúvida. - Ah... Você veio querendo ficar com alguém, já. - Ele acabou me pegando olhando pra Brian. Era tão óbvio assim? - Não, tudo bem. Deixa isso pra lá, não é como se eu tivesse chance com aquele cara. - Soltei uma risada sem graça e ele colocou uma das mãos no meu ombro. - Já passei por isso. Mas não se preocupe, uma hora o sentimento vai embora. - Eu assenti. - Que animador. - Falei para mim mesma, porque ele começou a andar para longe de mim. O rapaz sumiu no meio da multidão, e eu fiquei sozinha do lado de fora. Cruzei os braços e vi que Brian estava empolgado demais com a garota, trocando amassos no meio do bar, e isso me fez decidir ir embora. A verdade é que eu nem devia ter ido naquele lugar. Enquanto eu andava sozinha para casa, ouvi uma voz masculina gritando meu nome. Virei pra trás, e encontrei Collin me seguindo. - Ei, Liz! Por que você tá indo embora? - Eu virei em direção de Collin e passei as mãos em meus próprios braços, pois havia um vento gelado bastante chato naquele horário. - Eu só não sou muito de festa. - Abaixei a cabeça, e acho que Collin percebeu meu semblante decepcionado. - É o Brian, não é? Vem, eu te acompanho até sua casa. É perigoso andar por aí sozinha essa hora, pequena. - Ele passou um dos braços ao redor do meu ombro e começamos a caminhar. Talvez quisesse me proteger do frio... - Não... Eu só não sou muito de festa. Só isso, de verdade. - Tentei disfarçar. Collin balançou a cabeça de forma negativa. - Bom, se você diz. - Ele deu os ombros e continuamos andando comigo. - Que tipo de lugar você curte? - Eu curto ficar em casa. Ler livros, assistir filmes... - Collin sorriu. A essa altura da conversa, já estávamos em frente a minha república. - Que tal você me chamar pra entrar aí e assistirmos um filme juntos, hein? Enjoei daquela festa i****a. - Eu abri a porta e entrei. - Pode ser. Mas ficaremos na sala. - Ele me seguiu. Olhava tudo ao redor, e assim que achou os sofás da sala com os olhos, foi até lá e se jogou em um deles, apoiando os pés na mesinha de centro. Fui até a cozinha. Coloquei um pacote de salgadinhos dentro de um balde para ficar mais confortável para comer, e já estava indo até a sala. - Tem alguma bebida aí? - Eu o vi ligando a TV. - Refrigerante serve? - Collin assentiu com a cabeça, e eu caminhei até o refrigerador para pegar a bebida. Quando cheguei na sala com dois copos de refrigerantes, percebi que havia deixado o balde de salgadinhos lá na cozinha. Coloquei os dois copos em cima da mesinha de centro, e fui até a cozinha, buscar o salgadinho. Quando voltei, Collin bebia seu refrigerante calmamente. - Gosta de assistir que tipo de filme? - Perguntei, sentando ao lado dele e pegando o controle. Ele pegou um punhado de salgadinho do balde e enfiou na boca. - Terror. Mas assisto qualquer um, na real, que seja divertido. - Ele falou, ainda mastigando. Collin parecia ser um cara legal. Tomei um grande gole do refrigerante e coloquei em um filme trash. Aquele tipo de filme de terror que ao invés de ser realista, é bem exagerado e engraçado. Nós ficamos rindo do filme e comendo salgadinho, até que comecei a me sentir um pouco mais agitada que o normal. Eu comecei a sentir muito, muito calor. Aquilo estava fora do normal... Até que eu me levantei e tudo ficou escuro, o que me fez cair no chão. - Liz? Collin? Puxa, eu estava procurando vocês dois! - Brian entrou pela porta. Eu tentei me levantar do chão, mas estava me sentindo realmente m*l. Enquanto eu estava no chão, meio paralisada de medo mas ainda acordada, Brian se aproximou de Collin indignado. - Collin, o que aconteceu com a Liz? - A voz dele soava preocupada. - Não sei. Ela reclamou de tontura e por isso veio embora. - Eu tinha reclamado de nada. m***a! O Collin me drogou? Brian foi até a mesinha de centro e pegou os dois copos. Ele cheirou as bebidas, e percebeu que a minha estava batizada com alguma coisa. Collin ficou desesperado por perceber que havia sido pego. Brian parecia querer m***r o Collin. Enquanto isso, eu me sentei no chão, encostando as costas no sofá e fiquei tentando enxergar alguma coisa. Eu não conseguia, então fiquei rindo. Eu não saio porque olha só, quando eu saio, acabo me metendo em encrenca. – Filho da p**a! – Brian se aproximou de Collin com o punho fechado. - Ei, relaxa, amigo! Eu só queria deixar ela um pouco relaxada, ela estava nervosa demais! Foi só uma balinha! - Collin levantou as duas mãos para o alto, como se estivesse se rendendo. - Você não tem capacidade de relaxar as meninas e então você as d***a? Parabéns, você é um o****o. - Brian colocou as duas mãos no colarinho de Collin e o puxou para mais perto de si. - Escuta aqui, b****a. Fica longe da Liz e de qualquer outra garota já que você não sabe ter respeito. Eu vou fazer questão de espalhar o seu errinho pelo campus inteiro se você não desaparecer. Entendeu? - Collin assentiu e se desvencilhou de Brian, caminhando com pressa em direção a porta. Antes que chegasse lá, Brian pegou o copo que antes estava cheio, com a d***a, e arremessou em direção a Collin. - Collin! - O que foi? - Quando ele de virou para olhar, o copo acertou em cheio seu rosto, quebrando e fazendo um grande corte em sua bochecha. O rapaz saiu da República com as duas mãos no rosto, tentando conter o sangue que escorria. Nesse tempo todo, eu estava caída no chão, tonta, e quase não conseguindo deixar os olhos abertos, mas dando muita risada. Brian se abaixou e me pegou no colo, me colocando deitada no sofá. - Fica tranquila. Eu estou aqui. - Ele saiu de perto de mim e foi até a cozinha. Voltou com um copo de água gelada, bem cheio. - Vamos, toma isso. Vai te ajudar a desintoxicar. - Ele segurou minha cabeça em pé o suficiente para me ajudar a beber a água. E eu só conseguia rir. - Nossa, que ódio do Collin! – Bradou.
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