Sob o Mesmo Céu

Eu confesso que sempre fui uma garota que se privou propositalmente de viver. Talvez pelo fato dos meus pais serem dois religiosos chatos e eu preferir paz do que bronca. Isso me fez evitar de ir a festas durante o ensino médio, mas também me privou de arrumar confusão. No baile de formatura, quando quase todo mundo tinha um par, eu decidi não ir. Isso porque meu pai associou o baile, por algum motivo, a bebidas e s**o escondido em algum banheiro cheirando vômito. Eu nunca esqueci da pressão feita em mim para não comparecer ao baile. Isso doeu bastante. Quando eu estava no ensino médio, eu não era a garota mais popular nem a garota mais zoada da escola. Eu era aquele tipo que passa despercebida, invisível. Sempre me senti assim em todos os momentos da vida. Eu me fiz invisível porque ninguém podia ver quem eu realmente era, graças aos meus pais super religiosos. Triste? Talvez. Mas eles também tinham seu lado bom. Eles sempre me deram tudo que eu queria, e eu sinceramente achei que era muito amada por eles. No último ano, quando fiz um trabalho final com Brian, um dos caras mais festeiros e populares da escola, acabei me apaixonando por ele. Nunca tive coragem de contar, mas ele foi meu primeiro amor, e eu nunca o esqueci. Quando eu passei pra Yale, para o curso de administração, todos ficaram muito felizes. Minha família fez uma festa enorme com um mural feito especialmente em minha homenagem... E bom, eu também fiquei feliz. Só não esperava que a coisa mais maluca aconteceria: Brian, o cara por quem tive um amor platônico durante o ensino médio, seria meu novo vizinho de quarto. Eu já sabia que ele estava estudando na Yale, mas não sabia o quão próximo ele poderia estar de mim. Eu soube que estava ferrada quando senti meu coração parecendo uma batedeira dentro do meu peito, apenas por olhá-lo de longe. Calma, coração! Por que está batendo tão forte?