Capítulo 3
Lais narrando
Era de manhã cedo e acordo com a movimentação de Marie no quarto, eu pego meu celular e tinha várias mensagens na minha mãe.
‘’ Feliz aniversário filha. Mais um ano que passamos longe uma da outra, eu sinto tanta a sua falta todos os seus dias, mas sei que você foi atrás dos seus sonhos, você é corajosa e eu tenho muito orgulho de você. Por aqui fiz o seu bolo preferido para de longe cantar parabéns para você, eu e Gugi te amamos’’.
Eu limpo as lagrimas vendo a foto dela, do nosso gato e do bolo, eu sorrio e suspiro.
- Está chorando logo de manhã cedo? – Marie pergunta e eu olho para ela vendo ela contando um horror de dinheiro.
- Uau, ganhou na loteria? – eu pergunto.
- Meu trabalho secreto – ela fala piscando os olhos.
- O que é esse trabalho secreto em? estou começando a ficar com medo de você e disso tudo ser ilegal – eu falo.
- Não é não – ela sorri – trabalho que paga muito bem as estrangeiras.
Eu a encaro.
- Tenho aula cedo, acredita? Em pleno dia do meu aniversário – ela me olhja abrindo a boca.
- Meu Deus é seu aniversário – ela pula e me abraça forte – segundo ano comemorando aqui comigo, você acha que eu esqueci? Até comprei um presente para você. – ela me entrega uma sacolinha.
- Um presente? Não precisava – eu falo.
- Abre – ela fala – eu achei a sua cara.
Eu abro um presente e era uma caneta com meu nome.
- Aaaaai eu amei – eu falo – obrigada Marie, você é muito gentil.
- Você merece – ela fala. – podemos tomar um café mais tarde? Para comemorar.
- Eu preciso ir sacar o meu dinheiro – eu falo – podemos ir juntas e já tomamos o café, o que acha?
- Eu adorei a idéia – ela fala.
Eu me arrumo e vou caminhando até a faculdade, no caminho mando mensagem no grupo para Jade e Enzo, a gente tinha um grupo mas eles não me respondem. Por mais que a gente fosse amigos e tivesse bastante i********e, a gente não saia fora da faculdade, até porque o padrão de vidas deles para a minha era muito diferente e eu não queria me aproveitar de nada e nem que eles achasse que sou amigas deles por causa disso, eu era porque realmente gostava deles.
Eu acho estranho porque de manhã eram bem poucas aulas que tinha e a faculdade estava quase vazia e se tivesse aula de medicina , era para no entanto a faculdade está um pouco mais cheia, já que a nossa turma era bem grande.
A porta da sala está fechada e quando eu abro, dou de cara com alguns dos colegas e a sala toda enfeitada.
- Parabéns – eles falam em inglês e eu abro um sorriso.
- Eu não acredito – eu falo.
- Parabéns amiga – Jade fala me abraçando forte – você merece.
Outras meninas que a gente conversava e fazia parte do ‘’ grupinho ‘’ da jade me abraçam também me desejando feliz aniversário e por fim, Enzo.
- Parabéns – ele fala sorrindo.
- Você me enganou direitinho ontem – eu falo.
- Eu sei que sim – ele fala. – se eu falasse, você não ia querer e nem ia vir. Então pedi ajuda aos professores para te enganar. – eu dou um tapa em seu ombro.
- Você é incrível – eu sorrio.
Ele me abraça mais uma vez e depois tira uma caixinha de seu bolso.
- Eu sei que você odeia presentes, mas por favor não negue esse – ela fala – daqui alguns anos você se forma e volta para o Brasil e eu quero que você se lembre de mim.
- Um presente? – eu falo sorrindo.
- Abre – ele fala e eu vejo que era um colar com um pingente de ponto de luz bem pequeno e a corrente bem fina.
- Era da minha vó , ela me deu antes de morrer que era para dar para alguém especial – ele fala.
- Eu não posso aceitar, era da sua vó – eu falo.
- Você é especial e eu quero que fique com você – ele fala tirando o colar da caixinha e colocando em meu pescoço.
- Você vai se arrepender por me dar ele – eu falo.
- Jamais vou – ele fala – você é especial na minha vida – eu sorrio e a gente se encara.
- Porque vocês não se beija logo e assume o que sentem um pelo outro? – uma das meninas fala.
E a gente se encara e eu fico vermelha , dou um sorriso sem graça e me afasto indo para perto deles, a gente começa a comer e o tempo todo eu e ele nos encaramos, depois tiramos algumas fotos e Jade me envia, eu aproveito e mando para a minha mãe.
(..)
- Ele te deu o colar da vó dele? – Marie pergunta – menina, isso é quase um pedido de casamento.
- Não exagera – eu falo para ela. – Não exagera, por favor.
- Ele te deu o colar da vó dele – ela fala novamente – vem vamos tomar café.
- Depois que eu sacar o meu dinheiro – eu falo – não tenho nem para pagar dois dólares em um simples café.
- É seu aniversário, eu faço questão de pagar para você – ela fala.
- Não – eu respondo.
- Ah, você é teimosa de mais – ela diz rindo. – mas é lindo o colar.
- É, eu não iria aceitar, mas ele insistiu – eu falo.
- Ele não iria aceitar que você negasse, ele gosta de você – ela fala.
- Somos totalmente diferente um do outro, imagina se os pais dele iriam me aceitar? Ainda mais o pai dele, os dois vivem discutindo – eu falo.
- Se você falou isso, é porque você gosta dele também. – ela fala – assume, você gosta dele.
- Marie, eu não vim para cá para gostar de alguém ou namorar, eu vim para estudar e me formar – eu falo – é por isso que eu vim – ela começa a rir.
- Você quer esconder de você mesmo, o que você sente – ela fala. – não pode viu – eu olho para ela e suspiro.
A gente entra no caixa eletrônico conversando e ela para do meu lado e começa a me encarar, enquanto coloco o cartão de fundo estudantil.
- Eu não gosto dele – eu falo.
- Gosta de sim, está na sua cara – ela fala.
- Não, eu não gosto – eu falo.
- Gosta – ela diz rindo.
Eu tento sacar o dinheiro, mas o dinheiro não saia e ai presto atenção na mensagem que estava dando.
- Ei – ela fala e eu encaro ela.
- Está dando negado – eu falo.
- O que? – ela pergunta.
- Meu dinheiro está dando negado – eu falo – olha – ela ler a tela – é isso que está dizendo, leia com seu inglês.
- Está dizendo que não tem beneficio nenhum mais, que o beneficio foi negado – ela fala – tinha prazo seu beneficio?
- Não, eu não sei. Não – eu falo nervosa – não era para ter. – eu tento novamente e dar a mesma mensagem – meu Deus, eu estou ferrada.
- Eu conheço um advogado, vamos até lá – ela fala – ele vai poder te ajudar. – eu a encaro.
Eu me tremia toda, o que eu iria fazer se o meu beneficio tivesse sido cancelado? Eu iria morrer de fome em Nova York porque nem dinheiro para voltar, eu teria.