capítulo 04

2079 Words
FELICITY ALGUMAS SEMANAS DEPOIS Já tinha se passado algumas semanas desde que vim visitar minha madrinha, minha convivência com o Sr.rabugento Queen continuou na mesma, eu tentava a todo custo uma aproximação mais o danado era difícil de lidar, nunca vi igual, pra minha sorte e azar dele, eu era muito persistente. - O que vai querer fazer hoje? perguntei interessada, tínhamos acabado de tomar café, era muito cedo e eu já estava entediada. - Não quero fazer nada, você pode sair e fazer o que quiser, eu quero ficar sozinho, respondeu mau humorado, rolei os olhos e um suspiro cansado escapou de minha garganta, todo dia era o mesmo blá,blá,blá, era um saco! - Nós podíamos passear um pouco no jardim, ou no pomar, um ar fresco ia fazer muito bem, falei iguinorando seu comentário. - Eu já disse que não! foi incisivo. - Olha só, não têm nada de interessante pra fazer aqui, se eu não me distrair com alguma coisa vou acabar enlouquecendo, e muito provável enlouqueço você também, falei com um ar de diversão e o ouvi suspirar. - Você nunca cansa de falar? pergunta azedo, não o respondo. Oliver se levanta e caminha a passos lentos até o elevador, seu destino, o quarto, é sempre assim, ele parece que não tem ânimo pra fazer mais nada na vida, o sigo sem pestanejar. - Não precisa ficar grudada em mim o tempo todo! reclama amargurado e mais uma vez o iguinoro. - Que tal brincamos de um jogo, ou eu posso ler pra você, qual o seu livro preferido? o meu é orgulho e preconceito, você e o Sr. Darcy têm muitas coisas incomuns sabia? ... - Meu Deus! o que eu vou ter que fazer pra não ouvir mais a sua voz? esbraveja ezasperado enquanto abafo meu riso com as mãos. - Como eu disse, muito parecidos, continuei implicante. Oliver acelerou os passos e eu o acompanhei, pra falar a verdade praticamente tive que correr, quase que ele fecha a porta do quarto em minha cara, fui mais esperta e entrei primeiro, quase morri de rir internamente quando ele torceu a cara com desgosto quando percebeu que não iria se livrar de mim assim tão fácil, ele jogou-se na cama emburrado e eu é claro não perdi tempo o acompanhei de igual forma. - Afasta mais um pouco você é muito grande toma muito espaço, reclamei abusada e lhe dando um leve empurrão acomodei-me ao seu lado, um suspiro cansado escapou de sua garganta. Sem ter nada para fazer e com um silêncio ensurdecedor entre nós começei a assoviar uma música qualquer, meus olhos quase saltaram da cara tamanho foi o susto que levei quando Oliver sem aviso prévio começou a gargalhar. Será que eu o tinha enlouquecido? - Você é a garota mais insistente, persistente e abusada que já conheci na vida sabia? falou e o encarei incrédula. - Você me chamou de abusada? cruzei os braços fazendo bico e Oliver mais uma vez gargalhou e só então me dei conta que a minha insistência o fez rir, mesmo que tenha sido um sorriso de desabafo era melhor que nada. - Você é insuportavelmente irritante, quer saber? eu desisto, ele ergue as mãos em sinal de rendição, não digo nada mas por dentro estou dando cambalhotas em comemoração a minha pequena porém, importante vitória. - Não sou assim tão irritante! falo bicuda ao mesmo tempo que lhe dou uma leve cotovelada nas costelas. - É claro que é, também é entrometida, um tanto abusada... - Sou insistente e corajosa é diferente, o interrompo. - Isso é verdade, você é muito corajosa tenho que admitir , ele fala dando o braço a torcer e eu comemoro com várias palminhas. - Então, já que ficou muito claro que sou insistente... - E abusada, ele me interrompe. - Que tal darmos uma volta nas redondezas? peço esperançosa e iguinorando totalmente seu comentário nada feliz. - Vai me deixar em paz se eu disser sim? - Humrum, resmunguei cruzando os dedos e piscando os olhos três vezes. - Tudo bem, suspirou vencido. - Mas não vamos muito longe e você vai descrever tudo por onde passarmos, ordenou, assenti ao mesmo tempo que rolei os olhos indignada só por ouvir seu tom de comando. - Onde estamos? Oliver pergunta assim que saímos de dentro da mansão. — Ainda estamos na entrada principal, esse é o Jardim da frente, a sua esquerda têm uma fonte com vários passarinhos lindinhos, respondo sorridente. — Ah, então é daqui que vêm esse canto insuportável de pássaros? me lembre de mandar destruir essa fonte, o encaro indignada, como é possível alguém se estressar com um canto de pássaros? "doido", pensei comigo mesma. — Você não pode impedir os pássaros de cantar, isso é loucura, exclamei ezasperada. — Devia apreciar as coisas ao seu redor e não tentar destrui-las. — Como posso apreciar se eu não posso ver? murmurou amargurado e sentir meu coração se quebrar um pouco ao ver a dor estampada em seu olhar sem vida. — Você pode sentir Oliver, não é por que você perdeu a visão que não pode ver, você pode ouvir, pode ver através do toque de suas mãos, só precisa se permitir, respirei fundo paguei suas mãos e levei ao meu rosto, o senti estremecer. — Está sentido isso? precionei suas mãos em meu rosto — Você pode sentir, pode imaginar, o que não pode é se dar por vencido antes de lutar, fui sincera. — Você não sabe o quanto já lutei Felicity , respondeu com uma voz triste. — Talvez devesse continuar tentando Oliver, você não sente falta da sua família ou dos seus amigos? perguntei temerosa e ainda segurando suas mãos em meu rosto. — Todos os dias, admitiu tristemente. — Me diga como você é, preciso dar um rosto a voz que não desiste de me azucrinar o tempo todo, bufo ezasperada ao ouvir sua implicância. — Olha só, e melhor tomar cuidado, de tanto me desdenhar e implicar comigo vai acabar se apaixonando por mim, falei em um tom de diversão e mais uma vez Oliver gargalhou, cruzei os braços fazendo beicinho diante de seu descaso com minha Pessoa. — Isso nunca vai acontecer, você não faz o meu tipo... — Como é que é? praticamente gritei e o desgraçado só aumentou o som de sua gargalhada deboxada. — Não sei qual é a graça! resmunguei em indignação. — Acho que acabei de encontrar uma forma de te atormentar, falou levando uma das mãos ao queijo é só então percebi que ele ainda segurava meu rosto, senti uma coisa estranha no estômago como se várias borboletas estivessem dançando dentro de mim, achei melhor iguinorar. — Só por causa dessa gracinha não vou te dizer como eu sou, vai ter que usar sua imaginação, ergui a cabeça fazendo bico e o vi arquear a sobrancelha ao mesmo tempo que sorria malicioso, arregalei os olhos quando percebi o que provavelmente estava passando por sua cabeça. — Seu safado! dei um chute em sua canela. — Está me imaginando sem roupa? perguntei incrédula. — Ai, isso doeu! reclamou passando a mão no lugar onde o chutei. — Bem feito! retruquei. — Vou te mostrar o que é bem feito, um grito assustado escapou de minha garganta quando Oliver me agarrou pela cintura e me pôs sobre seus ombros e começou a girar feito pião. — A gente vai cair seu louco! gritei me esperneando e dando leves tapas em sua b***a. Hum, é bem durinha, belo traseiro sorri maliciosa com esse pensamento. — Ai! gritei quando senti um leve tapa em meu bumbum. — Você me bateu? perguntei incrédula. — Você me chutou, respondeu dando de ombros. — Oliver me põe no chão a gente vai cair, nem bem terminei de falar ele se desequilibrou nos fazendo cair com ele por cima de mim, sua respiração era ofegante mas sua boca tão próxima da minha fez todo meu corpo estremecer e minha pele se arrepiar, mais uma vez senti as benditas borboletas dançar em meu estômago. OLIVER Sabem o desenho do Pinóquio que têm aquele grilo falante que servia de consciência para o boneco de madeira? Posso dizer com toda certeza que meu grilo falante dava de dez a zero no do Pinóquio. Felicity era irritantemente insistente, persistente e muito atrevida, ja tinha se passado algumas semanas que ela estava aqui, e em todos os momentos ela fez questão de mostrar serviço, minha opinião pra ela não valia nada, ela ignorava totalmente minhas vontades, a única vez que eu ficava sozinho era quando ia tomar banho, mesmo assim seu zumbido não saia da minha cabeça, não deu outra fui vencido pela sua persistência, ergui as mãos em rendição e deixei ela me guiar. Sabe o que é mais interessante? eu gostei, e por um momento senti-me vivo, tão vivo que desejei com todas as forças do meu coração ver seu rosto, precisava dar um rosto a sua voz, quando ela levou minha mão até seu rosto senti uma corrente elétrica passar por todo meu corpo, uma agitação estranha e confusa em meu estômago deixou-me incomodado, mas só quando senti sua respiração se misturar a minha e nossos lábios quase se tocarem lembrei-me de seu comentário. Olha só, é melhor tomar cuidado de tanto desdenhar de mim e implicar comigo vai acabar se apaixonando por mim. Assim que esse pensamento passou por minha cabeça levantei-me afobado. — Acho que chega de passeio por hoje, falei não muito confiante. — É eu também acho isso, concordou nervosa. Um silêncio constrangedor se instalou entre nós, suspirei cansado. — Eu machuquei você na queda? perguntei preocupado. — Não, está tudo bem, foi de leve, respondeu exitante. — Acho melhor eu voltar para o meu quarto, de repente o clima ficou tenso e eu senti-me um adolescente i****a que não sabia o que falar na frente de uma garota bonita, isso me incomodou, e muito. — Se eu tocar um pouco de piano vai te incomodar? é claro que vai né? se até os coitadinhos dos pássaros te incômoda, se eu tocar piano você vai querer cortar meus dedos, não resistir e uma gargalhada escapou de minha garganta. — É assim que você me vê? perguntei exitante. — É assim que você se mostra, respondeu timidamente. Um tapa em meu rosto teria doido menos. — Desculpa, não quis te ofender, se apressou em dizer. — Não me ofendeu, mas a sua sinceridade as vezes me surpreende, sorri timidamente. e dessa vez seu silêncio me incomodou. — Eu quero ver se você toca piano mesmo, posso escolher a música? senti a necessidade de tornar o clima mais leve, estranhamente a intrometida me fazia sentir coisas por mim desconhecidas. — Tudo bem, mas não sou nenhuma profissional, informou-me em um tom divertido ao mesmo tempo que segurava-me pela mão nos direcionando de volta a mansão. mas uma vez senti uma corrente elétrica atingir-me em cheio. — Qual a música? pergunta assim que sentamos em frente ao piano, sorri ao ouvir seus dedos sendo estalados. — Sonata ao luar, respondo confiante, — Era uma das minhas preferidas quando eu tocava, — Hum , pelo menos você têm bom gosto, Beethoven também é um dos meus compositores preferidos, falou sorridente. — Sabia que essa música foi finalizada no ano de ... — 1801, a interrompi. — E no ano seguinte ele a dedicou a sua amada... — Condessa Giulieta Guicciardin, a interrompi novamente. — Isso mesmo, responde sorridente. — Parece que temos algo em comum Sr.Queen, senti suas mãos tocarem as minhas ao dedilhar no teclado. — podermos tocar juntos, falou carinhosamente, respirei fundo inalando o seu cheiro estávamos muito próximos, perigosamente muito próximos. Não sei por que, mas eu sempre gostei de piano por isso aprendi a tocar, meus amigos até riam de mim por ter um gosto tão peculiar, mas isso não impediu-me de aprender, muito pelo contrário, só incentivou-me cada vez mais. Não sei em que momento da música aconteceu, mas senti minhas lágrimas molhando minhas mãos, e logo em seguida um abraço forte a me apertar carinhosamente, não sei que tipo de feitiço essa garota irritantemente insistente jogou em mim, mas ela conseguiu em poucas semanas quebrar todas a minhas barreiras, foi inevitável não sorrir quando senti seus dedos secarem minhas lágrimas, assim como foi inevitável minha boca buscar a sua em um beijo doce e repleto de emoção.
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