CAPÍTULO 87 TAYNÁ NARRANDO A cozinha tava com aquele cheirinho bom de comida pronta e gás queimando, coisa de fim de tarde de morro. Eu e dona Maria távamos sentadas à mesa, cada uma com o copo de suco na mão, esperando a Bruna aparecer. A panela no fogo já tava desligada fazia tempo, mas a mulher insistia em deixar a tampa só meio aberta, dizendo que assim o feijão pegava gosto. — Essa menina demora, hein? — dona Maria comentou, olhando pro relógio na parede. — Disse que saía do trabalho cedo hoje. — Deve ter pegado ônibus lotado, né, dona Maria. — respondi, mexendo o canudo no copo. — Essa hora a cidade tá um inferno. Ela assentiu, mas o olhar dela ficou meio distante. Eu sabia que ela só ficava tranquila quando via a Bruna entrando por aquela porta. A dona Maria podia ser brava, ma

