CAPÍTULO 120 TAYNÁ NARRANDO O pagode tava pegando fogo. O vocalista puxou uma daquelas músicas antigas que todo mundo sabe cantar, e o povo começou a bater palma, rir, dançar. Bruna me puxava pela mão, girando pra lá e pra cá, o cabelo dela balançando no ritmo da música. Eu tentava acompanhar, meio sem jeito, mas rindo junto. — Solta o corpo, mulher! — ela dizia, já com o copo na mão. — Hoje é pra curtir, esquece o resto! E eu tentava. De verdade. Mas o resto tava ali, sentado do outro lado, me queimando por dentro. Não precisava olhar pra saber que ele ainda tava me encarando. O meu corpo sentia. Era como se o olhar dele me puxasse de longe, pesado, intenso, possessivo. Peguei o copo e virei um gole de coca, tentando parecer tranquila. Mas aí, no meio do pagode, percebi um cara me

