Landon jogou a mochila no chão, a expressão dura.
Ja esperava essa reação, mas não tão imatura e moleque.
— Esse cara é um babaca sem escrúpulos pai!
cuspiu.
— Quantas chances já deram pra ele? Quantas vezes você já teve que limpar a merda que ele fez?
Cruzei os braços, sentindo a raiva antiga ferver sob a pele.
Eu tinha muito mais motivos pra odiar meu irmão, pra não querer ver sua i****a cara, mas meu filho?
Porra, foram motivos fúteis de namoradas que ele nem lembra?
Ele nunca foi do mais fiéis, como parte dessa família.
Falei entre os dentes sentindo o desgosto:
— E nós somos tão diferentes assim, Landon? Somos?
Ele arregalou os olhos por um segundo. Sabia que eu tinha um ponto.
Me aproximei, abaixando um pouco a voz, ciente de que a garota no sofá não podia ouvir nada.
— Você não confia na sua garota?
perguntei, cada palavra pingando veneno.
— Porque se meu irmão fizer alguma coisa com ela... é porque ela mesma não presta.
Landon cravou os olhos em mim, a mandíbula cerrada.
— Ela não seria capaz. Mas eu não quero aquele desgraçado perto dela.
Arqueei a sobrancelha, achando graça daquela devoção súbita.
Se não foi ele que traiu aquela garota na primeira noite, era a mentira mais descabida que ouvir dela.
— E por quê?
provoquei.
— O que tem de tão especial?
Ele hesitou, olhou pra ela no sofá como se fosse algum tipo de p***a de milagre.
— Ela é diferente.
soltou, firme.
Tive que conter a gargalhada que ameaçou escapar.
"Diferente", é?
Tão diferente que já tinha me deixado saborear cada pedaço dela na primeira noite.
Me aproximei mais, o tom ainda mais cortante:
— Diferente... Não é o que demostram.
Ele piscou, confuso, e eu disfarcei, desviando a conversa antes que suspeitasse demais.
Apontei discretamente na direção da garota.
— Essa garota é de confiança?
perguntei, a voz baixa, carregada de dúvida.
— Landon, você é novo. Ainda vai viver bastante coisa nessa vida. você trouxe essa garota pra dentro da nossa casa, quer por ela dentro dos nossos negócios!
Não tá fazendo o que você sempre fazia com as garotas daqui?
Ele franziu a testa, irritado.
— Do que tá falando?
— Não tá iludindo ela, tá?
pressionei.
— Não tá fazendo a garota se apaixonar prometendo mundos e fundos pra depois quebrar a cara dela como você fazia? Hein?
Só se ouviu o Silêncio.
Ele parecia perdido, dava pra ver em seus olhos.
Eu olhei pra ela de canto de olho.
Sentada ali, parecendo deslocada, fingindo que não ouvia nada.
Voltei pra ele e disparei:
— É assim que o senhor pensa de mim?
Há não garoto, não tenta virar a merda desse jogo, me enganando. Mudando de assunto...
— Ela tem pra onde voltar, landon?
Ele demorou demais pra responder.
Muito mais do que precisava.
E eu entendi tudo.
Ela tinha falado a verdade.
Tinha largado tudo, apostado tudo.
E agora estava ali... nas nossas mãos.
Suspirei, passando a mão no rosto.
— p***a, Landon... De novo?
Agora uma garota de longe? Você não aprende mesmo, né?
Ela deixou tudo pra trás por causa de uma proposta de estágio?
Ele levantou o queixo, desafiador.
— Ela vai dar conta. Tô falando, pai.
Ela era a melhor da turma. Tem potencial.
Houve um segundo de silêncio. Um segundo em que ele pareceu pesar tudo o que ia dizer.
— Até mais do que eu...
confessou, a voz amarga.
— Só dá uma chance pra ela.
Fiquei encarando aquele moleque teimoso que eu criei.
Vi a garota olhando de canto, sem coragem de se aproximar.
Suspirei pesado.
Unindo meu interesse pessoal... ao pedido dele.
— Engula o seu tio aqui...
murmurei.
— E eu dou o estágio pra ela.
Ele me olhou, cheio de ressentimento.
Demorou um segundo. Depois, acenou com a cabeça.
— Tá... mas se ele fizer qualquer coisa, eu juro que quebro a cara daquele velho.
Sorri de lado.
— Combinado
murmurei, batendo levemente no ombro dele.
Virei o rosto, focando na garota no sofá.
Ela fingia não nos olhar, como se estivesse muito ocupada e alheia a tudo.
Pobre menina.
Não fazia ideia da tempestade em que estava se metendo.
Era uma péssima ideia.
Ter aquela garota ali.
Ter aquela tentação maldita tão perto.
Mas a decisão já estava tomada.
E no fundo... eu já sabia que seria o começo do nosso fim.
(...)
O clique da maçaneta foi leve, mas a entrada... nem tanto.
Vicenzo entrou como se fosse dono do lugar, o sorriso de lado, o andar preguiçoso, como quem não se preocupava com nada.
— Olha só, não imaginei que teria até decepção pra me receber...
provocou, jogando as chaves do carro pro alto e pegando de volta.
Landon ficou rígido, desconfiado. Eu apenas observei. Conhecia meu irmão bem demais.
Aquela carcaça inabalável não me engana.
Ele bateu os olhos em Laura e sorriu largo. Ela era novidade ali.
Eu pigarreei, forçando a apresentação:
— Está é a namorada do Landon.
Forcei dizer, por que seria por pouco tempo, ela não vai fazer meu filho de o****o, eu não admito.
Vicenzo estendeu a mão, num gesto que parecia normal, mas tinha um brilho perigoso no olhar.
Landon não deixou. Segurou Laura pela mão, antes que a dela encontrasse a de Vicenzo e a puxou para junto dele.
— Já tá apresentado. Agora vamos, gata...
disse rápido, frio.
— Tem coisa melhor pra fazer.
Vicenzo assistiu a cena dele se afastar com humor.
— Moleque esperto. Protegendo o que é dele. Igual a gente fazia, lembra?
me cutucou com o cotovelo.
— O moleque herdou o que importa da nossa família. O bom gosto pra mulher.
Eu encarei sério.
— Você tá aqui porque não tem pra onde ir.
falei baixo, duro.
— Corta as asas. Não quero problema, principalmente envolvendo meu filho.
Ele deu de ombros, como se eu estivesse exagerando.
— Relaxa, Vicentão... só tô elogiando. Olha aquela garota...
assoviou baixinho, cemiserrando os olhos em um elogio malicioso e desprezível.
— Eu não sou hipócrita de mentir.
fechei a mão em punho.
Aquilo ia ser um teste de paciência.
Não é possível.
A garota cheirava a probelma, pra todos os lados que eu olhava.
(...)
NARRAÇÃO: LAURA
Assim que saímos da sala, Landon puxou minha mão com força.
Andava apressado, tenso. Eu quase precisava correr pra acompanhar.
Não conseguia entender por quê parecíamos está fugindo, porque ele foi tão m*l educado.
Quando entramos no quarto, ele largou minha mão e se jogou na cama, bufando.
Demorei um pouco, ainda processando tudo.
Aquela recepção ríspida...
O olhar que ele lançou para o próprio tio.
Sem pensar muito, perguntei:
— Qual o problema entre você e seu tio?
Landon virou o rosto, como se nem quisesse falar no assunto.
Mas depois, com a voz amarga, respondeu:
— Ele é um parasita. Um baderneiro que vive se escorando no meu pai.
Nunca levou nada a sério na vida. Vive pedindo dinheiro porque herdamos os negócios da família e ele só gastou o que tinha.
virou os olhos.
— Ele não é leal a nada nem a ninguém.
Fica longe dele, Laura. Sério.
Fiquei em silêncio.
Mas por dentro... as palavras dele ecoaram de um jeito diferente.
Não parecia tão diferente assim.
Landon também não levava nada a sério.
Els também era desleal. Covarde!
Quanto tempo mais ele ia fingir que não me traiu?
Aquela cena ridícula ainda queimava na minha memória.
Ele, com outra mulher, como se eu não existisse.
E eu... me obrigando a sorrir desde então, sufocando a mágoa, porque meu futuro dependia disso.
E ainda tinha as palavras do pai dele latejaram na minha mente, tão nítidas que parecia ouvi-las de novo:
— Termine com ele e eu garanto seu estágio.
Mas eu não podia.
Não agora.
— Vou tomar um banho.
murmurei, já virando de costas.
Antes que pudesse sair, senti Landon segurando minha mão.
— Espera aí, gata...
Suspirei.
— Você tá diferente... o que aconteceu?
Fechei os olhos por um segundo, tentando manter a calma.
— Nada. Só estou cansada.
Ele semicerrrou os olhos, desconfiado.
Tentou suavizar a voz:
— Foi m*l ter te deixado ontem sozinha na festa. Mas, pô, você entende, né?
Alguém detonou meu carro... tive que resolver assistência e tals.
Sorri forçado.
A vontade que eu tinha gritar, de rasgar na cara dele a sua mentira. Rasgar aquela máscara que ele vestia pra mim..
Pra me enganar, era imensa.
Mas eu precisava engolir. Eu tinha que engolir.
— Eu sei... só estou cansada. Vou tomar um banho de banheira... relaxar.
Ele soltou minha mão, ainda desconfiado.
— Quer companhia?
Me lançou um sorriso perverso, daqueles que eu amava mas que tudo que sentia agora era nojo.
Tudo que eu menos queria era ele no meio das minhas pernas.
Meu corpo ainda gritava de lembranças que eu tentava reprimir.
— Eu só quero um banho.
fingi normalidade e fui para o banheiro.
Fechei a porta atrás de mim.
Me encarei no espelho.
Comecei a remover a maquiagem com movimentos automáticos com um demaquilante.
Foi então que vi.
As marcas.
O roxo escuro no pescoço.
Suspirei removendo as roupas, as marcas nos s***s.
As mãos dele ainda pareciam gravadas em mim.
O toque profano. A boca possessiva. O domínio.
Fechei os olhos.
As lembranças vieram como um sopro quente e perigoso.
E eu sabia.
Não importava o quanto tentasse fugir.
Eu tinha gostado...
As poucas lembranças me faziam refém, dos nossos atos insanos, dos sorriso embriagados de prazer, da forma que ele me tomava.
maldito seja!
...
" Para uma melhor experiência, conheça está obra no telegram com fotos, gifs e muitas coisas interessantes ✨😏... "
Me encontre no i********: @Raquelfreitas.autora."