LAURA: O silêncio era quase ensurdecedor. O som da nossa respiração ainda ecoava, sentindo cada músculo relaxar, mas a minha mente não desacelerava. Vicent caiu ao meu lado, soltando um suspiro arrastado, como se aquele orgasmo tivesse limpado tudo. Pra mim, só sujou mais. Fiquei olhando pro teto, o peito subindo e descendo, mas o gosto da culpa já escorria pela minha garganta. Merda. Fechei os olhos por um instante. Eu tinha sido dele de novo. De novo. Como se nada tivesse acontecido. Como se ele não fosse o maior erro da minha vida. Como se isso aqui fosse alguma forma de amor. Mas não era. Era desejo, era fuga, era loucura. Eu sabia disso. E mesmo assim... Sentei na cama. Meus pés tocaram o chão frio. A mente fervendo. Ele virou o rosto pra mim. — Aonde vai? Não respond

