LAURA: A chave pesava na minha mão enquanto o elevador subia em silêncio. Meu coração batia forte, como se eu estivesse prestes a atravessar uma porta para um mundo que não era meu e talvez não fosse mesmo. Quando as portas se abriram, caminhei até a porta com o número indicado. Respirei fundo, encaixei a chave e a girei. O clique suave da fechadura ecoou nos meus ouvidos. Ainda estava com aquela sensação, de alma volgando ao corpo, de ter que apagar anos da sua vida, pra começar algo do zero. Não era uma máquina, não tinha como resetar, apagar meu HD e esquecer tudo que eu vivi com ele. A gente tinha superado tantas coisas, ele era tudo que eu tinha depois que a minha mãe morreu e agora... Agora eu era sozinha de novo no mundo. Só eu por mim, não havia mais ninguém. Empurrei a

