PRÓLOGO

3362 Words
DEZ ANOS ATRÁS “Estamos juntos a quase dois anos, você diz que me ama, mas se recusa entregar-se totalmente a mim. Não consigo acreditar assim. Se você realmente me ama, eu preciso que me prove isso.” Eu estava deitada na cama do quarto de hotel há cerca de três horas pensando nas palavras de Matheus para mim. Tudo bem, eu não esperava me casar virgem ou algo do tipo... eu só não me sentia pronta para dar esse passo. Mas ele estava certo, não é? Começamos a namorar no meio do ensino médio, estamos aqui em Búzios, em uma viagem de formatura com a nossa turma. E eu já era maior de idade, então o que exatamente faltava? Nada faltava, não tinha que faltar... eu o amava, e estava disposta a provar isso a ele. — Aline, já começou a se arrumar? — Chamei pelo quarto enquanto me levantava. Sem resposta, eu fui em direção ao banheiro. — Aline? Empurrei a porta do banheiro percebendo que ela não estava ali. — Que estranho, eu não percebi quando ela saiu. — falei em voz alta para mim mesma. — Mas tudo bem, vamos lá! Tomei um banho caprichado e fiz toda a minha higiene pessoal. Quando acabei fui em direção a mala e peguei um vestido e minha calcinha rendada mais sexy. Como a noite hoje era livre o pessoal estava programando de ir a uma boate um pouco mais tarde, então optei por um vestido preto cintilante com o decote solto e que marcava todas as minhas curvas. Perfeito para o momento, perfeito para a noite. Fui até o móvel ao lado da cama e peguei um post it, e uma caneta. Então deixei um recado para Aline. “Amiga não sei onde se meteu, mas eu decidi que é hora sim de dar um passo a mais com Matheus, te encontro mais tarde na boate. Me deseje sorte! Beijo.” Respirei fundo, peguei minha bolsa e sai do quarto indo de encontro a Matheus. Eu não o avisei, e nem faria. Queria surpreende-lo totalmente com essa decisão após a nossa conversa mais cedo. Jesus! eu estava nervosa e ansiosa..., mas estava decidida! Decidida a provar a Matheus que eu o amava. Ele tinha me esperado por tanto tempo, e enquanto todos estavam dividindo os quartos, ele havia reservado um especialmente para nós. Então, eu deixaria que essa viagem fosse realmente especial da forma que ele havia planejado. Certo, é o que eu quero, não é? Levei minha mão na bolsa e peguei o cartão que Matheus havia me dado mais cedo para ir dormir com ele caso mudasse de ideia. O levei a porta e a destranquei. Então levei minha mão na maçaneta e congelei por um instante quando pareci ter escutado um gemido vindo daquele quarto. Senti meu coração acelerar, e minhas mãos ficaram tremulas naquele instante. Poderia ser alguém no quarto ao lado, não é? Tinha que ser! Lentamente eu abri a porta e a encostei. Passei pela divisória do quarto e a cada passo em direção ao local aonde ficava a cama, mais eu sentia meu coração apertar. Naquele momento, a certeza de que os gemidos vinham do quarto de Matheus me atingiu. Quando eu finalmente passei pela divisória do quarto eu confirmei aquilo que já sabia. Mas de forma alguma, eu imaginava que a pessoa que cavalgava como uma c****a em cima dele era minha amiga, Aline. Meus olhos se encheram de lágrimas enquanto eu caminhava em direção a eles. — Você está certa Ray em não f********o com ele, espere no seu tempo. — Gritei os conselhos que Aline havia me dado um pouco mais cedo fazendo parar no mesmo instante. — Ah meu Deus Ray... isso. — A cretina disse saindo de cima de Matheus, que estava como se tivesse visto um fantasma. Aline puxou o lençol e cobriu o seu corpo. — Eu posso explicar. — Amor, não é nada disso que... — Vocês dois, são uns grandes filhos da p**a! — O interrompi enquanto a raiva tomava conta de mim, pensando em quantos momentos eu confiei nos dois juntos, pensando em a quanto tempo eles estavam fazendo isso comigo. Olhei para o lado e peguei o que vi pela frente e comecei a tacar neles. Sim, como uma louca descontrolada que não leva desaforo para casa. Eram decorações do quarto, vasos, porta retratos. Coisas que eu sabia que o filho da p**a teria que desembolsar uma grana para pagar. Mas para ele? Não faria nem cosquinha, infelizmente. — Raissa pelo amor de Deus! — Aline falou enquanto levava a mão a frente do corpo, e do rosto para se proteger. — A... quanto tempo? Hã? — Foi a primeira vez. — Matheus respondeu me fazendo parar para olha-los e dar uma pequena risada. Filho da p**a, um grande filho da p**a que não valia o meu tempo. Balancei a cabeça em negativa e me virei para sair do quarto, antes que eu fizesse qualquer besteira maior. — Não teria acontecido se você tivesse aceitado ser minha, ela me deu aquilo que você se recusou. — Aquelas palavras me fizeram parar no lugar. Sem pensar muito eu me virei novamente em direção a eles. — Você sabe o que vim fazer aqui, seu cretino? — perguntei indo com tudo para cima deles. Aline se manteve afastada enquanto eu me direcionava ao filho da p**a do Matheus. — E graças a Deus eu vi essa cena antes de te entregar algo que você não merece. — Cuspi aquelas palavras em direção a ele. — E quer saber? Você não merece, mas hoje eu darei para o primeiro cara que eu me ver afim naquela boate. — Raissa você não está pensando direito. — Matheus falou fazendo menção de vir até mim. — Não se atreva a sair dai, não se atreva de forma alguma a vir atrás de mim, você sabe que eu não mudo de roupa para dar na sua cara. — falei e olhei para Aline, que estava calada apenas ouvindo tudo. — E você, querida amiga. Trate de pegar suas coisas no quarto e trazer para cá antes que eu esteja de volta, pois eu me recuso a dividir o quarto com uma pessoa tão imunda igual você. Ao dizer aquelas palavras, eu me virei e sai pela porta sem ter paciência para permanecer naquele lugar. Eu estava segurando, segurando muito as lagrimas e tentando me manter forte. Deus! como eu pude ser tão i****a? Como eu pude não perceber isso antes? — Ei Ray, você já está indo para a boate, ou vai esperar o Matheus? — Uma voz familiar me chamou a atenção. Respirei fundo antes de olhar para trás, percebendo que uns três colegas de sala estavam naquele corredor. — O que aconteceu com você? — Beatriz perguntou preocupada enquanto Athos e Geovane me olhavam curiosos. — Oi Beatriz. Eu e Matheus terminamos. Então adivinha? A única coisa que eu quero agora é curtir. — falei tentando transparecer que aquilo não havia me afetado. Mas é claro que afetou, aquilo estava prestes a acabar comigo. Mas eu não estava disposta a ficar no quarto chorando. — Ei... está tudo bem? — Beatriz perguntou preocupada. — Não poderia estar melhor, só vamos que tal? — perguntei forçando um pequeno sorriso. — Eu só preciso passar no quarto e dar uma leve retocada na maquiagem. Após uma leve analisada em mim, eles assentiram. Beatriz foi comigo até o quarto me ajudar com os retoques antes de irmos em direção a boate. Aquela, era uma viagem que planejamos durante um ano com a turma. Uma despedida descente, o qual tivemos que balançar muito para convencer os nossos pais para vir. Era para ser algo especial, mas eu sabia que ficaria marcado em minha memória como um grande pesadelo. Estávamos no quarto dia de viagem, ainda faltavam dois para irmos embora. Aqueles seriam dois longos dias com toda a certeza. [...] Eu dançava conforme as batidas da música. Essa definitivamente foi a melhor escolha que eu poderia fazer. Ficar trancada chorando por aquele i*****l? Eu não faria isso... não agora, mas eu sabia que isso aconteceria em algum momento. Eu estava apenas adiando. E eu seguiria fazendo isso enquanto pudesse. E no momento eu me concentraria apenas em me divertir, dançar... e beber. Eu precisava de mais uma bebida. — Ei Ray, aonde vai? — Beatriz chamou a minha atenção para ela. — Eu vou para o bar, buscar uma bebida e aproveitar um pouco a vista. Tem tanto cara gato aqui, preciso dar uma sondada. — Amiga... — ela me olhou preocupada. Eu sabia que não deveria ter contado a ela aquilo que eu havia falado a Matheus. — Eu vou com você. — Nada disso! Você fique aí. — falei e dei uma piscadinha para ela, que balançou a cabeça em negativa com um pequeno sorriso no rosto. Então eu fui para o bar, e pedi ao barman um coquetel. Eu não tinha o habito de beber, sabia que o pouco que estava tomando iria me derrubar por completo. Na verdade, no momento eu já me sentia feliz demais. Isso com toda a certeza era a influência do álcool. — Você está bem animada. — Aquela voz tão próxima a mim, me causou arrepios. Olhei para o lado encontrando um par de olhos azuis e intensos sobre mim. — Eu estou bem quieta no momento na verdade. — falei o medindo com o olhar. O cara deu um pequeno sorriso abalando totalmente as minhas estruturas. — Mas não estava a alguns minutos na pista de dança. — ele respondeu fazendo meu coração palpitar com a ideia de que ele estava de olho em mim. Deus! Não era essa a sensação que eu deveria estar sentindo agora. — Então você estava me observando. — falei me virando para o Barman, pegando a minha bebida. — Pode colocar na minha conta por favor. — ele se virou para o Barman que assentiu. — E para mim mais uma dose de whisky. — Posso perfeitamente pagar a minha bebida. — falei o fazendo dar outro sorriso. — Eu sei que pode. — ele respondeu me medindo com o olhar. — Mas eu também posso fazer isso pela morena o qual eu estou totalmente interessado. — Ele foi direto. Eu não o respondi. Bebi o coquetel e coloquei a taça em cima do balcão, e sem dizer uma palavra sequer voltei para a pista de dança. Eu estava dançando novamente com os meus amigos quando senti mãos fortes contornarem a minha cintura e me puxar para uma dança. Primeiramente fui tomada pelo susto, mas relaxei ao perceber que se tratava do cara de minutos atrás. Dançamos uma música inteira sem quebrar o contato visual. Ele era muito bonito, aparentava ter seus vinte e cinco anos. E claro, eu sentia que era problema na certa. Ele exalava perfeitamente isso. Mas saber disso não me impediu de passar as mãos em volta do pescoço dele, tão pouco corresponder no momento que os lábios dele tocaram os meus sem pedir permissão. A língua dele invadiu minha boca enquanto ele me tomava em um beijo gostoso. A mistura do coquetel com o whisky deu um gosto realmente delicioso a aquele beijo. Ele afastou-se um pouco descendo os lábios para a curva do meu pescoço, causando arrepios por todo o meu corpo. Então ele se voltou para mim. — O que acha de sairmos daqui? — perguntou de forma sugestiva fazendo meu coração acelerar. E eu estava muito perto de falar para ficarmos, quando eu vi Matheus e Aline se aproximarem da galera que estava a poucos centímetros da gente. Eles tinham sido cara de p*u o suficiente para dar as caras, e juntos. Felizmente eu estava muito bem acompanhada no momento, sem obter resposta o homem a minha frente deu uma olhada para os meus amigos, acompanhando o meu olhar antes de se voltar para mim. — Acho que seria perfeito. — Respondi sentindo o olhar enfurecido de Matheus sobre mim. Me virei para Beatriz, que também estava de olho em mim. Ao notar meu olhar sobre ela Beatriz fez um sinal de joia e mexeu os lábios expressivamente “p***a, que gostoso”. Dei um pequeno sorriso ao entender. — Você quer avisar alguém? — ele chamou a minha atenção de volta para ele. — Não, quem precisa saber já está ciente. — falei olhando mais uma vez para Beatriz. Sem pestanejar, ele desceu suas mãos de encontro as minhas e me guiou entre as pessoas, me levando para fora da boate. Caminhamos até chegarmos próximos a um carro nada convencional no estacionamento, me mostrando que ele era mais um desses caras cheios da grana. Em um piscar de olhos eu estava sendo pressionada contra aquele carro, enquanto ele tomava minha boca mais uma vez em um beijo voraz e gostoso. Gostoso demais, sim, muito mais do que deveria. Ele desceu as mãos lentamente pelo meu vestido, e as passou por baixo dele tocando a minha b***a enviando uma onda de excitação por todo o meu corpo. Me fazendo por um momento cair em mim para o que eu estava prestes a fazer. Eu estava prestes a entrar em um carro com um estranho o qual o nem sei o nome, e dar a ele algo que eu poderia me arrepender depois. Pelo simples fato de que eu estava fazendo isso como forma de me vingar do filho da p**a do Matheus... esse não era o motivo certo. Sempre quis que o momento fosse especial. Então eu me recuso, a deixar que Matheus além de quebrar o meu coração seja o culpado para um arrependimento futuro. Sem pensar muito, eu encerrei aquele beijo ao mesmo tempo que tirava as mãos dele de mim. O fazendo me lançar um olhar interrogativo, enquanto acalmávamos a respiração. — Ei, tem algo errado? — ele perguntou levando a mão em meu cabelo, colocando uma mecha atrás da minha orelha. — Eu definitivamente não devo ir por esse caminho. Eu... — Suspirei ao olhar naqueles olhos azuis e profundos sobre mim. — Eu estou tendo um dia péssimo, onde peguei o meu namorado na cama com a minha amiga, e eu queria dar o troco desta forma. Mas a verdade é que eu nunca fiquei com ninguém antes, então acho que fazer isso com um completo estranho é totalmente uma coisa que possa me fazer arrepender depois. — falei de uma vez e soltei o ar, percebendo que eu havia sido sincera demais. O cara no inicio estava sério, mas o final, estava dando um pequeno sorriso. Ele me achava doida, ele com certeza estava me achando muito maluca agora. — Bom, acho que eu deveria voltar para lá. — Voltei a falar quando ele não disse nada. — É o cara que chegou na sua roda de amigos no momento em que estávamos saindo? — ele perguntou me surpreendendo. Eu jurava que ele não havia notado aquilo. — É, ele mesmo. — Fui sincera. — E a menina que chegou com ele, suponho que seja a sua “amiga”. — Assenti ao ouvi-lo. — O que acha de ao invés de voltar para dentro e mostrar que você está afetada, a gente ir conversar em um lugar bem perto daqui? O olhei por um instante, sem ter certeza de que isso seria algo certo, ou confiável a se fazer. Mas entre voltar, e encarar aqueles dois cretinos. Eu preferiria a primeira opção. Ele entrelaçou nossas mãos e começou a caminhar comigo pela rua. O silêncio se instaurou por alguns minutos, enquanto ele guiava-me para algum lugar. — Olha, eu estou te acompanhando sem saber aonde quer me levar. Você não vai me sequestrar, não é? — perguntei em tom de brincadeira, mas admito que estava sim um pouco nervosa pela loucura de sair por aí em uma cidade que não conheço com um estranho. — Não vou. — Ele deu um sorriso. — Mas tenho que admitir que se estivesse com essa intenção, eu também negaria. — Ai meu Deus! — eu disse dando um sorriso mais tranquilo, sentindo seu tom de brincadeira. — Estamos chegando. — ele falou enquanto virávamos a esquina. Naquele momento, eu pude ver a praia um pouco a frente. — A praia. — falei enquanto ele me guiava ainda mais em direção a areia. — É um bom lugar para pensar. — ele completou. Estava escuro, mas o ambiente era agradável. As ondas do mar um pouco mais agitadas, um vento gostoso em nossa direção, e as estrelas no céu dando um contraste a mais naquele lugar. Ele me puxou para sentar na areia, e não disse nada por um momento. Eu não sei por quanto tempo permanecemos ali, em um silêncio que me fez pensar em tudo que vivi com Matheus até agora, em como eu deixei de fazer muitas coisas por causa dele, e em como eu fui trouxa por todo esse tempo. — Então, você quer conversar? — Aquela voz gostosa pairou pelo ambiente chamando minha atenção para ele. — Eu não sei hum..., — Pensei um pouco em como poderia descontrair um pouco. Eu não queria compartilhar como eu realmente estava. Ou o que eu estava pensando naquele momento. Então fiz o que sei fazer de melhor. — Eu deveria te contar como eu joguei tudo que vi pela frente naqueles dois quando vi a cena? — perguntei com um sorriso o fazendo gargalhar. — É sério, eu acabei com eles. — Completei enquanto o olhava fixamente. Ele continuou com uma gargalhada suave e gostosa, que me deu arrepios. Me permiti olha-lo melhor por mais um momento. Ele era bonito, muito bonito e gostoso. E para matar, seu sorriso era sim de arrepiar. — O que foi? — ele perguntou ao perceber meu olhar fixo sobre ele. — Nada... eu... acho melhor ir embora... Está tarde e as pessoas irão ficar preocupadas comigo. — Eu disse me levantando, tentando não pensar naquela química gostosa que se fazia cada vez mais presentes entre nós dois. — Ei... me passa seu contato. — ele pediu enquanto se levantava. Então levou a mão no bolso e pegou seu telefone celular, o desbloqueou e o estendeu para mim. Peguei o celular meio hesitante e pensei por um momento antes de colocar um numero falso ali em seu celular. O agendei com o meu nome, então o entreguei. — Você mora por aqui? — Não, estou aqui com a minha turma de formatura. — falei o fazendo assentir. — Posso te acompanhar, em que hotel está hospedada? — Não precisa, obrigada! — Falei enquanto ele me media com o olhar. Assim como da primeira vez, sem pedir permissão ele se aproximou e me puxou para ele. Seus lábios macios e totalmente deliciosos guiavam-me em um beijo gostoso e envolvente. Ele encerrou o beijo alguns instantes depois, e se afastou me dando um pequeno sorriso. Em um instante ele acendeu a tela do celular e olhou o visor por um momento antes de se voltar para mim. — A gente se vê então... Raissa. — Sim, nos vemos por aí. — Forcei um sorriso, sabendo perfeitamente que isso não aconteceria. Então eu me afastei, procurando ir em direção a um ponto de taxi que havia logo a frente. Eu havia acabado de sair de uma situação complicada. Um relacionamento de dois anos onde eu me dediquei totalmente a Matheus, enquanto ele comia a minha “amiga” pelas minhas costas. A última coisa que eu queria, era me envolver com alguém. A última coisa que eu queria nesse momento, era deixar qualquer homem se aproximar, por mais legal que ele possa parecer, sinto que essa não é a escolha certa. Ainda mais quando estava escrito problema por toda a parte. Então eu fui embora, sem pretensão alguma de ver aquele cara o qual eu nem mesmo fiz questão de saber o nome. Eu terminaria essa viagem i****a, e me concentraria totalmente em meus estudos, era exatamente isso que eu faria daqui para frente.
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