A lista

3832 Words
Depois do ocorrido anterior, no dia seguinte, apesar do domingo ter passado em um pulo, foi em demasiado entediante para Noah ficar sozinho na escola já que Theodor precisou sair com a família. Não estava sendo nada fácil para Noah ver seus pais separados, porém Theodor estava ali consigo tornando tudo não tão r**m assim. O moreno era sua calmaria em meio a tanta turbulência... Depois da escola, Noah e Theodor decidiram ir observar o pôr do sol em seu lugar favorito: a varanda da casa de Theodor. ㅡ Você acha que ele vai mandar outra carta? ㅡ Noah indagou repentinamente, cessando o silêncio que reinava enquanto eles admiravam o céu sentados no sofá de dois lugares. O sofá ficava virado de frente, dando uma visão ampla do céu onde o sol começava a se pôr. ㅡ O que? ㅡ Theodor olhou para o moreno sem entender. ㅡ Eu sei que você ainda não está com cabeça pra isso no momento, mas... Será que eu receberei mais cartas? Eu sinto que aquela carta não vai ser a única que receberei. Como eu pude esquecer de escrevê-lo? Minha cabeça anda tão cheia...ㅡ Theo, pensou. ㅡ Theo? Terra chamando! ㅡ sorriu. Achava até engraçado o jeito que o amigo do nada perdia-se nos pensamentos. Gostaria de saber no que ele pensava tanto, mas achava que estaria sendo curioso até demais em perguntar. m*l sabia o Noah que a grande maioria dos pensamentos do amigos de concentravam nele. ㅡ Sim? Ah! Eu não sei... A carta que ele te escreveu foi recente, é provável que ele possa mandar outra. ㅡ É, pode ser... Essas cartas me deixaram curioso. ㅡ Curioso como? ㅡ encarou os olhos escuros. ㅡ Ah, não sei. Eu fico curioso em saber quem escreveu para mim. E eu acho que nunca posso ter a chance de saber quem escreveu aquela carta, não posso ao menos respondê-la... ㅡ formou um bico, sentia-se meio cabisbaixo. ㅡ Quem disse que não? ㅡ sorriu ladino, havia tido uma ideia. ㅡ Eu acho que sei um jeito de você responder às cartas. ㅡ Sério? Qual? ㅡ Noah arregalou os olhos curioso, fazendo o outro rir.ㅡ Do que está rindo? ㅡ Às vezes você me lembra uma criança. ㅡ apertou as bochechas do mais novo, ouvindo-o resmungar em seguida. ㅡ Me conta logo qual sua ideia antes que eu desista de ouvir. ㅡ Nossa, não conhecia esse seu lado impaciente. ㅡ riu. O outro deu de ombros.ㅡ Enfim, eu acho que você pode responder a carta sim. Você coloca a carta em seu correio e a pessoa iria ver quando fosse colocar a carta lá. ㅡ Mas... Como ela iria saber que eu deixaria a carta sempre ali? ㅡ Você avisaria na carta, dã. ㅡ Nossa, boa ideia essa sua. Eu acho que só preciso esperar por outra carta, daí eu pego e deixo lá. ㅡ Eu acho que você deveria responder essa primeira carta, pois como eu já disse, quando o admirador for colocar a carta lá, vai ver a sua. ㅡ Nossa... Você é tão é inteligente, pensa em tudo. ㅡ elogiou, fazendo o amigo sorrir. ㅡ Ah! E eu posso ficar espionando para ver quem vem colocar a carta. Merda! Não pensei em tudo... ㅡ Theo pensou, auto xigando-se mentalmente em seguida. ㅡ Você me ajudaria, não é? Poderíamos ficar espionando juntos! ㅡ Hum... É. Seria legal. ㅡ mordeu os lábios tentando pensar em como sairia dessa. Eles voltaram a conversar coisas aleatórias, e quando menos perceberam o sol já havia se pôr e agora o céu estava num tom azul escuro tomado por estrelas bem iluminadas. Já em casa, os olhos de Noah brilharam ao observar da janela do seu quarto as estrelas. Gostava de imaginar que seus amados avós agora eram estrelinhas brilhantes, que estavam ali para decorar o céu com seu brilho irradiante. Uma lágrima percorreu pelo canto dos olhos sem que o dono delas percebesse, quando percebeu fungou e enxugou as lágrimas na manga do moletom. Sentou em sua escrivaninha, abrindo o computador e começando a digitar... ㅡ "Querido, Theodor. Aqui estou eu novamente. Talvez você tenha achado que eu não te escreveria mais... Mas eu te escreverei. Bem... eu acho que se você me visse agora me daria um abraço, você não faz ideia do quanto eu amo seus abraços... Seu abraço me faz sentir seguro, sinto que estou protegido de qualquer maldade do mundo quando você me abraça. E se alguém ousasse tentar me ferir, se estou te abraçando sinto que estamos em um colete à prova de balas. Eu sei que você não sabe quem eu sou... Mas espero que apenas lendo o que eu escrevo você sinta que eu realmente amo você, e eu só queria dizer que... Bem, como eu já disse, você me faz sentir seguro. Muito obrigado por me proteger, por todo seu carinho e companhia. Carinhosamente, Admirador secreto."ㅡ finalizou a leitura, olhando para o amigo esperando uma resposta. ㅡ Nossa... ㅡ não sabia bem como fingir uma emoção. ㅡ Você é tão sem emoção... Essa carta me deu vontade de chorar. ㅡ admitiu, guardando a carta. ㅡ Chorar? Mas você ficou triste com a carta? ㅡ Claro que não. ㅡ soltou um riso nasal. ㅡ Ela me transmitiu sentimentos, eu não sei explicar. Sobre esse negócio de abraço... Eu costumo reconfortar as pessoas que eu amo, amigos e familiares. Então já posso ir indo fazendo uma lista de pessoas que podem possivelmente ter escrito essa carta, daí ficaria mais fácil de saber quem é! Já consigo saber que essa pessoa já me abraçou. ㅡ Você realmente está empenhado em saber quem é esse admirador secreto, não é? ㅡ suspirou. ㅡ Sim, você acha que eu devo respondê-lo de novo ou esperar uma resposta? ㅡ Esperar uma resposta, talvez.ㅡ sugeriu, fazendo Noah concordar. ㅡ E você vai me ajudar a descobrir quem é a pessoa que escreve as cartas, não é? ㅡ Sim... ㅡ Então vamos começar a escrever a lista! ㅡ Mas teremos aula de história agora, Noah. ㅡ História é chato, não vamos assistir a essa aula.ㅡ concluiu, simplista. ㅡ Vamos ficar naquela sala vazia do terceiro andar, ninguém aparece lá. ㅡ Eu gosto de História, e não sei não... Não dá pra deixar isso para outro dia? Ou quem sabe nunca? ㅡ Falando assim parece que você não quer que eu descubra quem é o meu admirador secreto. Por acaso está com ciúmes? Você sabe que não precisa ter ciúmes, bobo.ㅡ caçoou, rindo. ㅡ O que? Eu não estou com ciúmes, Noah! Eu só penso que depois poderíamos nos dar m*l com a diretoria por matar aula. ㅡ Não se preocupe, Theo. Ninguém vai notar nossa presença. ㅡ assegurou, tocando no ombro do amigo. ㅡ A minha não, mas a sua sim.ㅡ engoliu à seco. ㅡ Theo , não começa... ㅡ Sério, Noah. Eu não sei por que você escolheu ser meu amigo, eu não sou bonito, nem popular como você. Eu sou excluído, e considerado o "estranho" da escola por ser calado demais. Talvez sejamos amigos apenas por sermos vizinhos... ㅡ O que? Escuta o tanto de besteira que você está falando. Além de eu, e muitas outras te acharem lindo. Você é super incrível também, ok? E eu nunca gostaria de alguém por seu status.ㅡ segurou o rosto do amigo, focando em seus olhos marejados. ㅡ Só me promete que você não está sendo meu amigo só porque eu sou um garoto solitário?ㅡ a voz saiu chorosa. ㅡ Eu prometo. Eu sou seu amigo porque eu gosto muito de você, gosto muito de estar com você. Noah sorriu junto a Theodor, que foi acolhido num abraço. Aquele abraço que Theo ama tanto quanto o próprio Noah. Eles estavam com o abraço tão apertado que o moreno podia sentir os batimentos acelerados de Noah, m*l podia imaginar que o coração do amigo batia forte por ele. ㅡ Agora vamos a lista! ㅡ falou quando se debruçaram do abraço. ㅡ Pensei que você já tinha desistido disso... ㅡ Minha curiosidade não deixa eu desistir.ㅡ Noah concordou, sorrindo.ㅡ Agora vejamos os nomes. ㅡ Eu não consigo pensar em ninguém. ㅡ Theodor pegou o papel e a caneta . ㅡ Eu consigo. Vou escrever aqui todas as pessoas que já reconfortei, todos os amigos. ㅡ A maioria mulheres... ㅡ falou tão baixo que Noah não foi capaz de ouvir, falou mais para sí. Theodor observou o amigo anotar vários nomes do papel, o que durou uns dois minutos. ㅡ Acabei. ㅡ Nossa... Quanta gente.ㅡ fitou o papel, tinha em torno de vinte nomes. Theodir foi descendo o olhar até ler seu nome na última linha. Engoliu à seco. ㅡ Verdade. Acho que eu deveria ir descartando algumas pessoas... ㅡ parou para pensar em quem poderia descartar, logo começando a riscar os nomes. ㅡ Ainda sobraram dez pessoas. ㅡ Quem são? ㅡ Bom, tem a Victoria pois ela vive digamos que, me secando. Eu percebo o olhar de interesse dela em mim, mesmo ela sendo minha prima... Ah, então você percebe. ㅡ Theodor estreitou os olhos com o pensamento sem que o outro percebesse. ㅡ Tem o Alexander também. Ele já pediu pra ficar comigo, porém eu não sou de apenas "ficar" você sabe.ㅡ fez aspas. ㅡ É aquele bonitinho do terceiro A? ㅡ Sim. ㅡ Noah, riu. ㅡ Então você acha ele "bonitinho". Passou na minha cabeça agora que eu nunca vi você com interesse em ninguém... ㅡ É porque eu não gosto de ninguém. Continua logo sua lista. ㅡ Tudo bem.ㅡ suspirou, voltando a lista.ㅡ Deixa eu ver... Tem também a Lisa, mas parece que ela já namora. Então descarta. ㅡ riscou o nome. Continuou a falar mais alguns nomes, porém somente cinco nomes, sem contar com Theodor sobraram da lista. ㅡ "Victoria e Emilly. Mariah que é apaixonada por mim desde a sexta série, A Emma, Lauren e Gwen que já pediram para ficar comigo. Os assumidamente homossexuais ou bissexuais da escola, Alexander e Joseph, e o não assumidamente homossexual, Vicent. E você" Precisamos ir em cada pessoa, e tentar descobri discretamente sobre a carta. ㅡ Não acredito que ainda estou na sua lista. ㅡ debochou. Para ele, aquilo estava começando a ficar divertido ㅡ E até Emilly está na sua lista? ㅡ Nunca se sabe. Vai que ela quer ter quer ter um vale a pena ver de novo comigo. E isso foi o suficiente para os dois caírem na risada. ㅡ Falando sério. Eu ainda acho isso uma má ideia. ㅡ Eu só vou saber quando eu fizer.ㅡ Noah deu de ombros. ㅡ Você é tão teimoso. ㅡ Você é tão pessimista. ㅡ rebateu, mostrando a língua. ㅡ Mostrar a língua? Sério? Quantos você tem? ㅡ perguntou retoricamente, revirando os olhos. O sinal havia tocado e eles foram caminhando para fora da sala. Ninguém parecia ter notado a falta da presença deles ali, por pura sorte o professor não havia feito a chamada hoje. ㅡ Noah, olha quem está ali! ㅡ apontou para o menino que vestia roupas esportistas, ele tinha cabelos acobreados. Ele segurava uma bola em um dos braços, enquanto o outro guardava algumas coisas em seu armário.ㅡAcho que já está na hora de eu colocar meus planos em prática! ㅡ Vou conversar com ele. Você vem comigo? ㅡ Prefiro nã- ㅡ antes que pudesse continuar a frase, foi arrastado pelo amigo até o ruivo. ㅡ Oi, Alex! ㅡ parou ao lado do garoto, que havia acabado de fechar o armário. ㅡ Oi, Noah!. ㅡ exclamou, surpreso. Seus olhos caíram sobre a figura ao lado do acastanhado ㅡ Sou Alexander. Theodor, não é? ㅡ Sim... ㅡ respondeu um tanto tímido. Mesmo que já tivesse obviamente cruzado com o Alexander pelos corredores da escola, eles nunca haviam trocado nem um simples "Oi". Pelo o que observava de longe, Alexander parecia um cara legal e Theodor já havia sentido vontade de falar com ele, porém tinha medo de parecer "estranho", não estava acostumado a conversar com novas pessoas. Antes do Noah mudar-se para a casa ao lado, Theodor não tinha amigos. Preferia ficar sozinho ao invés de tentar fazer amizade e se sentir deslocado. Afinal, ele não ia à festas como os outros jovens de sua idade, nem "pegava geral", ao menos tinha dado o seu primeiro beijo. Nunca havia colocado um pingo de álcool na boca. Theodor não queria se fazer de santinho nem nada, ele só não vivia como os outros adolescentes, e nem se quer fazia questão, seu mundinho dentro do quarto parecia bem mais seguro e confortável. Pois era seu mundo. ㅡ Então, Alex, eu gostaria de falar com você. Tem um minuto? ㅡ Eu estava indo para o treino agora e eu estou meio que atrasado... Mas se vocês quiserem podem esperar eu acabar, não demorá muito. ㅡ Futebol americano? Claro e eu o Theo topamos.ㅡ descansou o braço no ombro do amigo. ㅡ Ótimo! Vamos indo juntos. ㅡ Mas e- ㅡ Você vai adorar ver o Alex jogar.ㅡ sorriu amarelo, direcionando seu olhar para o ruivo. ㅡ Soube que você virou o novo capitão do time. Isso é maravilhoso, tenho certeza que você é o melhor jogador! ㅡ Não é pra tanto... ㅡ sorriu meio envergonhado, porém orgulhoso de sí. ㅡ Mas obrigado. E eles foram andando e conversando até chegar na quadra. ㅡ Vou tem que entrar em campo agora. ㅡ avisou quando eles pararam. ㅡ Certo! Vamos estar na arquibancada. Boa sorte, capitão! ㅡ exclamou, fazendo Alexander dar um sorriso tímido e depois acenar para os dois antes ir para o campo. ㅡ Vamos sentar ali! ㅡ Noah apontou para um lugar na arquibancada. Theo assentiu. ㅡ Parece que o técnico está dando sermão no Alex por chegar atrasado. ㅡ Noah observou ao sentarem nos lugares vazios. ㅡ Ele é capitão do time, tinha que ser o primeiro a chegar. Mas por algum motivo se atrasou. Como não havia muita gente ali tinha muitos espaços vazios, afinal era só um treino. Haviam alguns garotos espalhados pela arquibancada, além de um grupinhos de garotas, certamente para ver o ruivo jogar. Uma delas gritou: ㅡ Arrasa, Alexzinho! ㅡ Ele é bem popular com as meninas também... Assim como você. ㅡ o acastanhado analisou. ㅡ Ele parece não ligar muito para as meninas... Assim como eu.ㅡ rebateu, dando uma piscadela para o amigo, que acabou por ficar sem saber o que dizer. ㅡ Eles vão começar a treinar. ㅡ Theodor mudou de assunto, ao ver a movimentação dos jogadores em quadra. (...) ㅡ Fiz vocês esperarem muito?ㅡ o ruivo se aproximou bagunçando os cabelos úmidos por conta do banho recém tomado. ㅡ Não, não. Foi até bem rápido, esse foi um ótimo treino! ㅡ o moreno falou. ㅡ Obrigado. ㅡ sorriu. ㅡ Você queria falar comigo, não era? Aceitam comer algo no Pop's enquanto conversamos? Confesso que estou com um pouco de fome. ㅡ Por mim tudo bem. ㅡ Pode ser. ㅡ Theodor deu de ombros. Eles saíram da escola e foram ao restaurante, não demorou muito para chegar já que o Pop's era perto dali. ㅡ Tem certeza que vocês só vão ficar tomando milkshake? ㅡ disse, antes de dar uma boa mordida em seu hambúrguer. ㅡ Sim, não estamos com muita fome.ㅡ falou, fazendo Theodor concordar. ㅡ Mas então, confesso que estou curioso para saber o que quer falar comigo. ㅡ Ah, sim! É melhor eu ir indo logo direito ao assunto... ㅡ tomou um pouco de seu milkshake antes de continuar. ㅡ Bem, eu recebi uma carta, de um admirador secreto e estou tentando descobrir quem ele é. Eu fiz uma lista de pessoas com as quais poderiam ser ele ou ela, e você, Alexander, está nessa lista. ㅡ Estou? Que maneiro! Mas... Eu não te escrevi carta nenhuma. ㅡ Você está mesmo me dizendo a verdade? ㅡ encarou os olhos do ruivo. ㅡ Sim, eu estou. Eu juro que não fuii eu que escrevi essa carta para você. Até porque... ㅡ o celular vibrou interrompendo a fala do ruivo. Ele pegou o celular e abriu um sorrisinho sem perceber. Os dois amigos se comunicaram por olhares, enquanto Alexander ainda mantinha a atenção no celular. Noah se pronunciou: ㅡ Ah, eu já entendi.ㅡ abriu um sorriso malicioso, tendo a atenção de Alex que deixou o celular de lado. ㅡ Está ficando com alguém, não é? ㅡ Na verdade, ㅡ se aproximou dos dois amigos que estavam sentados lado à lado e sussurrou: ㅡ eu estou namorando escondido. ㅡ Sério? Quem é a sortuda ou a sortudo? Alexander se certificou se alguém não estava ouvindo aquela conversa antes de responder. ㅡ O Joseph. ㅡ Joseph Lee?! ㅡ falaram em uníssono, totalmente surpresos. Joseph era de fato o inimigo número um de Alexander e eles não se davam bem de jeito nenhum, já até se pegaram no soco há um tempo atrás, não podiam ocupar o mesmo ambiente que já ficavam em trocas de farpas. Pelos menos era isso que Noah, Theodor e toda a escola achavam. ㅡ Sim... Eu sei que eu não me dava bem com o Joseph. Mas como vocês já devem saber... Nós acabamos nos aproximando, secretamente, e nos apaixonamos. Agora estamos namorando escondido por enquanto. Nossos amigos são inimigos um do outro, então fica ainda mais difícil assumirmos... ㅡ Eu estou chocado. ㅡ exclamou, Theodor. ㅡ Posso imaginar... Mas como eu estou te falando agora, não fui eu que te escrevi as cartas. Espero mesmo que você consiga descobrir quem é o seu admirador secreto. ㅡ E eu desejo toda a felicidade do mundo pra vocês dois. ㅡ Noah e Alex trocaram sorrisos. Alex e Joseph cortados da lista. ㅡ Noah pensou, antes de se retirar da mesa, dizendo que iria ir ao banheiro. Deixou os dois sozinhos ali num silêncio, mas não era constrangedor, pelo contrário. ㅡ E você não fala muito, não é?ㅡ cessou o silêncio. ㅡ Huh? Desculpe, eu às vezes fico meio perdido mas conversas... ㅡ Tudo bem, mas quiser falar também pode falar, ok? Sei que o seu único amigo é o Noah, mas não precisa se sentir tímido na minha presença. ㅡ sorriu amigável, fazendo o outro sorrir também. Noah logo voltou e o papo voltou a fluir, mas dessa vez Theodor também participava da conversa. ㅡ Foi muito bom essa tarde com vocês, obrigado de verdade. Se quiserem falar comigo de novo, não hesitem! ㅡ fez os dois assentirem e sorrirem. ㅡ Vocês vão a festa do Victor, não é? Será no sábado que vem. ㅡ Eu provavelmente vou ficar em casa. ㅡ Ficar em casa o que, Theo? Nós vamos a festa sim! Eu vou te levar para essa festa nem que seja amarrado com fio de arame. ㅡ Nossa, Noah... ㅡ falou pasmo, enquanto Alex gargalhava. ㅡ Enfim, nos esperem lá. O Theo também vai comigo. ㅡ entrelaçou seu braço com o do amigo. ㅡ Espero vocês lá. ㅡ sorriu, se despedindo. ㅡ Que mania é essa de querer ficar me forçando a ir para os lugares com você!ㅡ desbruchou do moreno, estapeando seu braço. ㅡ Que agressão é essa? Sempre me dando tapa... ㅡ fez um bico, fazendo Theo se arrepender de ter dado o tapa. ㅡ Eu bati muito forte? ㅡ se aproximou do amigo tocando seu braço. Noab sorria sem mostrar os dentes enquanto observava o amigo tocar seu braço, seu coração estava acelerado de um jeito estranho. ㅡ Está doendo aqui, Theo. ㅡ disse com uma voz manhosa e apontou para o local estapeado. Theo deixo um beijinho no local, dizendo que já iria parar de doer. Noah tentava parar de sorrir ainda mais aquilo. A verdade era que seu braço só ardeu, nem estava doendo tanto assim, era só manha para ter a atenção do amigo... ㅡ Eu acho que agora parou de doer, obrigado. O mais velho assentiu e eles caminharam para casa. Enquanto os pensamentos de Theodor estavam em como seria se o melhor amigo descobrisse que ele que lhe mandava as cartas, Noah, por sua vez, pensava sobre a sensação de ter seu coração acelerando e o quanto foi estranho aquilo, pois o que tinha de demais seu amigo dar um simples beijinho em seu braço? Oras, ele sempre fazia isso. Mas de algum modo, dessa vez foi diferente. Tão distraídos em seus pensamentos, que m*l tinham percebido que haviam caminhado quase quinze minutos em puro silêncio. Eles pararam de frente a casa de Noah. ㅡ Bom... Eu acho que é isso. Tenha uma boa noite, Noah.. ㅡ ia em direção a porta, até que teve seu braço agarrado. ㅡ Espera, Theo. Por que você não dorme comigo? Quer dizer, em minha casa, assim podemos espionar para ver se alguém aparece, como você falou. ㅡ Ah... Verdade, eu tinha esquecido disso. Não sei se minha mãe vai deixar, nem a sua. ㅡ arranjou uma desculpa. ㅡ Claro que minha mãe vai, e a sua também. Você já dormiu em minha casa mais de uma vez, se eu pedir ela deixa! Theodor suspirou, vendo que o amigo não desistiria, e então resolveu aceitar. Rezou para que sua mãe não deixasse, mas infelizmente ela deixou, assim como a mãe de Noah também que adora o Theodor. E agora estavam eles olhando pela janela do quarto de Noah, o mesmo vigiava o correio com seu telescópio enquanto comia pipoca. Theodor estava achando aquilo um saco, já que sabia que obviamente não apareceria ninguém ali. ㅡ Já vão dar três da manhã, Noah. Você não acha que se alguém tivesse que aparece já não teria aparecido? ㅡ Talvez... ㅡ bocejou. ㅡ Eu deva esperar mais um pouco... ㅡ Talvez você deveria ir dormir, está bêbado de sono. Pode deixar que eu vigio pra você. ㅡ Você faria isso por mim? ㅡ Claro! Você pode dormir tranquilo, qualquer coisa eu te aviso. ㅡ Se alguém aparecer me avisa mesmo? ㅡ deitou na cama e cobriu com o cobertor. ㅡ Se eu estou dizendo que te aviso, é porque te aviso. Dorme bem, Noah. ㅡ deixou um beijo na testa do menor. ㅡ Obrigado, Theo. Você é o melhor...ㅡ fechou os olhos e não demorou muito para que pegasse no sono. Theodor suspirou vendo o amigo dormir, tão sereno... Pegou de sua mochila, papel e caneta e começou a escrever mais uma carta. Quando terminou de escrever, precisou sair de fininho para não acordar o Noah, nem os pais dele. Abriu a porta com cuidado, e foi até o correio da casa de Noah, deixando a carta ali. Em seguida, voltou para o quarto e pegou o telescópio, ele deitou no colchonete com o telescópio em mãos. Tinha em pensamento fazer que o amigo acreditasse que ele realmente havia dormido durante a espionagem, quando acordasse e visse ele assim. Theodor imaginava que o mais novo com certeza, cairia nessa.
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