Despertei assustada com a voz da mamãe me chamando, essa era a minha tormenta, acordar todos os dias às sete da manhã, para estar na escola às oito em ponto.
Forcei-me à abrir os olhos, o quarto estava escuro, mas às cortinas um pouco abertas permitiam que a luz de fora entrassem, clareando parcialmente todo lugar.
Fiquei tensa ao lembrar que terei de passar em frente àquela casa daqui alguns minutos.
Olhei de soslaio, e vi a minha mãe parada próximo a porta do meu quarto de braços cruzados. E sei que agora não tem desculpas, terei que levantar querendo ou não.
- Vamos mocinha, ou se atrasara para ir a escola. - Diz ela se aproximando de mim e depositando um beijo em minha testa.
Ainda que meu corpo pedisse para continuar na cama, me forcei a levantar.
- Bom dia, mamãe!
- Bom dia, dorminhoca. - Tem apenas 20 minutos para se arrumar e ir tomar o seu café da manhã.
Balancei a cabeça em afirmativa e entrei para o banheiro.
Depois de ter tomado banho e feito minha higiene, fui tomar o meu café da manhã.
Assim que adentrei à cozinha, senti o cheiro fresquinho do café e do delicioso bolo de milho, meu preferido.
- Iria deixá-la na escola, mas você demorou e já estou atrasado para minha segunda aula.
Diz o nojento do meu irmão rindo da minha cara, ele acha que o meu medo é bobagem e, ando assistindo muitos filmes e desenhos.
Se papai estivesse aqui, com certeza ele não teria falado assim comigo, e ainda seria obrigado a me levar para escola.
Mas provavelmente, ele saiu antes do g**o cantar... -Ai, àquela casa é assombrada!
Continua o i****a do meu irmão desdenhando do meu medo.
- Iago! Mamãe repreende... -não ligue para o seu irmão, meu amor.
Diz mamãe me dando o sorriso mais gentil.
- Tenho certeza de que você é corajosa o suficiente para ir à escola sozinha.
Balancei minha cabeça dizendo que sim, mas não estou muita certa disso.
Terminei meu café, peguei minhas coisas, me despedi da mamãe e seguir para escola.
Onde estudo não é muito longe da minha casa, são apenas dois quarteirões e meio.
O problema é àquela casa, tenho muito medo, e para chegar até à escola, tenho que passa por ela.
Assim que entrei na rua, vejo que os portões da escola já estão abertos, apressei os passos.
Mas de repente, uma onda de pânico foi me tomando, ao perceber que estou me aproximando da casa e, querendo eu ou não,terei que passar por ela.
Engoli em seco, prendendo a respiração, fui passando por ela de cabeça baixa.
Nunca tive medo de nada, mas essa casa, me deixava apavorada e não sabia dizer o porque.
Talvez pôr achar que vi o rosto de um garoto em uma das janelas, ou porque a casa seja toda recuada para dentro, cheias de árvores, plantas e uma estátua medonha.
Ou talvez, só talvez, pôr achar que estou sempre sendo observada por alguém que mora nela.
Tirando o dia em que vi um garoto, nunca se quer, tinha visto uma alma vivente nessa casa, nem mesmo funcionários
O grande problema, é, sempre ouço vozes vinda dela, mas nunca vejo ninguém.
Fechei os olhos tentado conter a vontade de olhar para o lado em direção a casa.
Mas então, ouvi uma voz gélida começar a ditar ordens:
- "Nunca esqueça à proteção".
Por um momento, desejei ver tudo de perto o que acontecia dentro daquela casa.
- Assim não... - Hiperventilei, nervosa, ao ouvir à voz de um garoto.
Tentei afastar-me dali, contudo, minhas pernas não me obedeciam.
- Mãe... disso o garoto em um tom de súplica.
- Seja um homem, não me decepcione como o inútil do seu pai, garoto... - ralhou a mesma voz gélida e irritada de um homem.
-Thais, o que esta fazendo ai parada? A aula já vai começar.
Ouço a voz da minha melhor e única amiga, Naiara... - Saí do meu estado atônito, sem acreditar que novamente ouvir vozes vinda daquela casa.
Não é coisa da minha cabeça, moram pessoas ali sim...
- Vamos amiga, você esta lerdinha hoje... -ela puxa pelo meu braço, me obrigando a sair do lugar.
Olhei para o lado, na direção da janela e, achei ter visto novamente um garoto.
Não sei o que acontece comigo, ao mesmo tempo que tenho medo dessa casa, algo nela me atrai, me chama.
Soltei um suspiro cansado e entrei para escola.
***
EM REVISÃO!