Capturada Pelo Meu Sogro MafiosoUpdated at Jul 9, 2025, 03:24
O vestido de noiva pesava como uma armadura.
Elena olhou-se no espelho do camarim, os dedos tremendo enquanto ajustavam o véu de renda branca. Não era suposto ser assim. O casamento deveria ser uma celebração, não uma sentença. Mas quando se casa com um Moretti, nada é por amor.
— Quase pronta, signorina? — A velha costureira sorriu, alisando as dobras do vestido. — O Don está ansioso.
Elena engoliu seco. O Don. Luca Moretti, seu noivo, era apenas o príncipe herdeiro. O verdadeiro poder estava nas mãos do homem que mal a olhava durante os jantares de família: Vittorio Moretti, seu futuro sogro.
Um estrondo na porta interrompeu seus pensamentos.
— Elena. — A voz era de Luca, mas o tom era estranho, tenso.
Ela se virou, e o coração parou.
Luca estava lá, sim, mas não com o smoking de noivo. Vestia roupa de viagem, o rosto pálido, os olhos evitando os dela.
— O que está acontecendo? — ela perguntou, os dedos se apertando no tecido do vestido.
— Eu… não posso fazer isso.
O mundo desmoronou em câmera lenta.
— O quê?
— Eu amo outra pessoa. Estou indo embora. Agora.
Elena riu, um som sem humor. — Você está brincando. Seu pai vai te matar.
Luca olhou para trás, nervoso, como se esperasse que o próprio diabo surgisse do corredor. — Ele não sabe. E você… bem, você vai cobrir por mim.
Antes que ela pudesse responder, ele jogou algo em cima da penteadeira. Um bilhete.
— Dê isso a ele quando perguntarem.
E então, como um covarde, Luca Moretti fugiu no dia do próprio casamento.
Os minutos se arrastaram como horas. Elena ficou paralisada, o bilhete não lido na mão, até que as vozes do corredor ficaram mais altas. Mais violentas.
A porta do camarim foi arrombada com um chute.
Dois homens de terno preto entraram primeiro, armas à mostra. E então…ele apareceu.
Vittorio Moretti.
O Don da família Moretti não parecia um homem. Parecia uma tempestade prestes a devastar tudo. Seu terno impecável não escondia a fúria nos ombros tensos, nos olhos negros como azeviche que queimavam através dela.
— Onde está meu filho? — a voz dele era suave, mortal.
Elena abriu a boca, mas nenhum som saiu.
Vittorio avançou, arrancando o bilhete de sua mão. Ele leu, os músculos da mandíbula contraindo. Então, lentamente, levantou o olhar para ela.
— Você sabia.
— Não!— ela engasgou. — Ele me abandonou também!
Vittorio estudou-a por um longo momento, como um predador avaliando a presa. Então, sem aviso, ele agarrou seu braço, os dedos como grilhões de aço.
— Então você vai pagar por ele.
Elena lutou, mas era inútil. Ele a arrastou para fora do camarim, através do salão de festas em silêncio, onde os convidados olhavam horrorizados.
— Você não pode fazer isso! — ela gritou.
Vittorio parou, virou-se e aproximou os lábios do seu ouvido. O calor do hálito dele fez seu corpo traiçoeiramente tremer.
— Você pertence aos Moretti agora, piccolina. E eu nunca deixo uma dívida sem pagar.
Antes que ela pudesse responder, ele a jogou dentro de um carro preto. A porta fechou com um clique final.
Elena estava capturada.
O lugar para onde a levaram não era uma casa. Era uma fortaleza.
Muros altos, câmeras, guardas armados. Vittorio a puxou pelos corredores sombrios até um quarto — não uma cela, mas algo pior.
Luxo. Uma suíte enorme, com uma cama enorme, paredes de mármore… e janelas trancadas.
— Você vai ficar aqui — ele disse, soltando-a. — Até eu decidir o que fazer com você.
Elena esfregou o pulso dolorido. — Eu não sou sua prisioneira.
Vittorio riu, um som baixo e perigoso. — Oh, mas é. — Ele se aproximou, cada passo calculado. — Seu noivo fugiu. Você é a única coisa que resta para garantir que a aliança com sua família seja honrada.
— Luca é um idiota, mas seu pai não vai deixar você me manter aqui!
Ele parou, tão perto que ela podia sentir o calor do corpo dele.
— Seu pai? — Vittorio sorriu, cruel. — Ele foi quem sugeriu que eu fizesse uso de você de outra forma.
O sangue esfriou nas suas veias.
— Você não faria isso.
Os olhos dele desceram ao seu corpo, ao vestido de noiva ainda vestido, e algo escuro brilhou no olhar dele.
— Não subestime o que um homem como eu é capaz, Elena.
Ele virou-se e saiu, trancando a porta atrás de si.
Elena caiu de joelhos no tapete, o coração batendo como um tambor.
Ela estava nas garras do lobo.
E a noite mal tinha começado.