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Comprada pelo Chefe da Máfia

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Blurb

Sophia descobre que sua família esconde segredos capazes de destruir qualquer um que ouse fugir. Criada sob vigilância e obediência, ela sonha com liberdade — mas seu tio tem outros planos: transformá-la na peça-chave de uma aliança perigosa.

Andrew, um mafioso temido, busca poder absoluto e vê no casamento arranjado com Sophia o golpe perfeito para expandir seu império.

O problema? Nenhum dos dois aceita ser controlado.

E quando o amor e o ódio se confundem entre promessas de sangue, alguém vai sair queimado.

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Sophia — Segure essa p***a de porta! — gritou um homem do outro lado da movimentada rua de Manhattan. Assustada, me afastei de onde estava, o chá escaldante escapando da minha xícara e escorrendo pelo meu pulso. — Ai! Droga. Queimou. — Sophia! — meu primo Lionel surgiu atrás de mim, a voz grave e apressada. — Segura a porta, agora! Olhei por cima do ombro e o vi, junto com seu irmão Mason, arrastando um homem ensanguentado da calçada. O vermelho vivo respingava na camisa branca dele, escorrendo do nariz quebrado. O olho esquerdo inchado, roxo, quase fechado, ainda assim tentou me fitar através do ferimento. Pressionei as costas contra a porta, obediente, tentando me tornar invisível enquanto os dois passavam arrastando aquele infeliz para dentro do escritório de advocacia. Eles seguiram direto para os fundos, em direção às salas que nunca eram usadas para negócios “oficiais”. Meu primo Sebastian piscou para mim antes de acompanhar os irmãos pelo corredor. — Sebastian, você pode ficar de fora dessa — disparou Mason, batendo a porta atrás de si. O estrondo me fez pular, derramando mais chá na minha mão. Sebastian, o mais novo do trio, me seguiu até meu pequeno espaço de trabalho. Na verdade, era a biblioteca jurídica da empresa, mas eu havia improvisado um escritório ali desde que meu tio Marcel me contratou como assistente jurídica no verão passado. Não era o lugar mais prestigiado do prédio, mas me bastava. O ambiente tinha cheiro de livros antigos, e eu adorava mergulhar nos estudos de caso. Sonhava em cursar Direito como meus primos, mas meu tio nunca me permitiu. O máximo que consegui foi convencê-lo a me deixar ser assistente e cursar a faculdade comunitária. Mas eu ainda não tinha desistido. Ainda acreditava que poderia, de alguma forma, encontrar uma saída. O problema era que ninguém simplesmente saía dessa família. Não ileso. Coloquei o que restava do chá sobre a mesa e usei um lenço de papel para limpar o pulso avermelhado. Sebastian se apoiou na beirada da mesa, ajeitando a nova gravata Armani com um sorriso de canto. — Típica manhã de segunda-feira, hein? — Parece que sim. — Liguei meu computador. — Só em Nova York três advogados arrastam um homem meio morto para um escritório de advocacia e ninguém sequer olha duas vezes. — Não, se o sobrenome desses advogados for Torello. E Torello não era apenas um nome. Era um peso. Um aviso. A família mais poderosa da costa leste. Meu tio e seus filhos comandavam a organização a partir dali, escondidos atrás da fachada impecável do escritório de advocacia. Gente importante entrava e saía o tempo todo, e ninguém questionava nada. Nem eu. Aprendi cedo a manter a cabeça baixa e obedecer. Foi assim que sobrevivi desde que meus pais morreram e fui jogada dentro desse mundo. — Quer almoçar naquele café que você gosta? — perguntou Sebastian. — Colocaram salada de frango de novo no cardápio. — Tenho que redigir aqueles documentos para seu pai. — Fiz um gesto em direção à pilha de pastas sobre a mesa. — E você não devia estar trabalhando também? — Podemos fazer uma pausa, Sophia. — Ele arqueou a sobrancelha. — Você sabe o que dizem sobre só trabalho e nada de diversão. — Você já se diverte bastante. — Digitei a senha no computador. — Nem apareceu em casa ontem. Eu esperei por você. — Fui ao clube. Encontrei uma velha conhecida do ensino médio. Digamos que ela me manteve ocupado. — Ele sorriu de forma insinuante. — A noite toda. E esta manhã também. — Podia ao menos ter mandado uma mensagem. — Dei de ombros, tentando disfarçar a pontada no peito. Sebastian era apenas dois anos mais velho que eu. Desde que vim morar com eles, se tornou meu porto seguro, o mais próximo de um amigo de verdade. Lionel e Mason eram mais protetores, quase paternais, mas Sebastian e eu tínhamos algo diferente. — Eu me preocupo com você. — Você não precisa se preocupar comigo, Sophia. — Ele riu, confiante. — Ninguém vai me sacanear. — Porque você é um Torello? — Exatamente. E você também. — Nem sempre me sinto como uma. As palavras escaparam baixas, quase um sussurro. Talvez porque fossem verdades demais. Talvez fosse o modo de vida deles que eu nunca conseguia compreender. Sim, me protegeram de muita coisa — a ponto de me mandarem para um colégio de prestígio em Connecticut durante o ensino médio —, mas eu sabia que havia sombras dentro daquela casa. Coisas que não podiam ser ignoradas. Como o homem que agora estava em algum canto dos escritórios, sangrando. O que fariam com ele? Apenas o espancaram? Ou ele era parte de alguma guerra com outra família? Perguntas demais, respostas de menos. Por mais que eu desejasse uma vida comum, ser uma Torello — mesmo que não fosse de sangue — me condenou a viver entre perigo e violência. — Você é uma de nós, Sophia — disse Sebastian com firmeza. — Sei que minha mãe nem sempre te trata como deveria, mas meus irmãos e eu fazemos o possível para te incluir. — Eu sei. — Suspirei. Tia Tatiana nunca foi a mulher mais carinhosa. O oposto da minha mãe. Minha mãe tinha sido doce, afetuosa, alguém que me amava de verdade. Quando vim morar aqui, tentei me aproximar da minha tia, mas ela nunca abriu espaço. Depois de alguns anos, desisti. O que restou entre nós foi apenas frieza. — Eu amo todos vocês, mas acho que está na hora de mudar, sabe? — Que tipo de mudança? — Ele escorregou da beirada da mesa e foi até a janela, cruzando os braços. — Você sabe como as coisas funcionam por aqui. Temos rotinas. Não podemos nos dar ao luxo de surpresas. — Tenho pensado na faculdade de Direito. Já tenho um diploma de associada e trabalho aqui há quase um ano. Talvez eu pergunte ao seu pai se posso terminar meu curso. — Ele pode até permitir. — Quero conhecer escolas fora daqui. Sebastian virou-se rápido, o olhar sério. — Isso ele nunca vai deixar. Você sabe disso. — Por quê? — Porque ele quer todos nós por perto. Principalmente agora. — Ele agarrou o encosto da cadeira e apertou, como se estivesse segurando as palavras que não podia soltar. — Confie em mim. Não peça para estudar longe. Não vai dar certo. — O que você quer dizer com “principalmente agora”? — Há coisas acontecendo que não posso dizer… — Ele passou a mão pelos cabelos, nervoso. — É tudo o que posso dizer. — Com o negócio da família? — Já falei demais. — Vou considerar isso um sim. — Cruzei os braços, firme. — Mas não quero saber detalhes. O que eu quero é expandir minha vida, ver quem eu sou longe daqui. — Por que fugir? Você já tem uma vida boa — um emprego, dinheiro, uma família poderosa que te protege. — Proteção? — ri sem humor. — O fato de eu precisar de proteção já mostra porque eu quero ir embora. Não tenho nada a ver com “os negócios da família”. Trabalho em um escritório legítimo. Só quero ser advogada como vocês. Por que não posso? — Você pode. — Ele suspirou. — Mas… de outro jeito. — Tenho 22 anos, Sebastian. Fora aquele internato, nunca fui a lugar nenhum. Vivo trancada nesse castelo, sem amigos, sem nada. — E eu? O que eu sou pra você? — Você sabe o que eu quis dizer. — Dei a volta na mesa e fiquei ao lado dele, olhando pela janela. — Há um mundo inteiro lá fora, e eu quero vê-lo. Eu quero viver. — Eu sei que é difícil viver conosco. — Isso é pouco. — Revirei os olhos. — Você não entende porque eu quero ir embora? Você e seus irmãos nasceram nesse mundo. Mas eu? Eu nunca vou pertencer a ele, Sebastian. Não entendo nada disso, e nem quero entender. Ele se virou, a expressão séria. — Você pertence aqui. Não importa o que pense. — E de onde vem tudo isso que você fala? — Não sei. — Respirei fundo. — Ultimamente tenho me sentido… inquieta. Você anda saindo tanto, vivendo sua vida, e eu? Fico em casa, sozinha, sem saber qual é o meu propósito. — Seu propósito é aqui conosco, Sophia. Sempre foi. — Ele pousou a mão leve nas minhas costas. — Você ainda vai encontrar seu lugar nesta família. Se continuar se esforçando, meu pai vai ver o quanto você é digna. Ele vai permitir que você se forme em Direito, mas agora ele tem muita coisa na cabeça. Eu prometo: vou te ajudar a convencê-lo quando a hora certa chegar. — Obrigada. — Sorri de leve. — Você sempre foi meu melhor amigo. — E você é a minha melhor amiga. — Ele beijou minha bochecha, rápido demais, quase como se quisesse disfarçar a ternura. — Volto aqui em uma hora. E nós vamos almoçar. Não aceito não como resposta. — Eu não esperaria nada menos de você. — Fiz um gesto em direção ao corredor. — Vai, antes que seus irmãos sintam sua falta. — Você vai mesmo almoçar comigo? — Sim. — Sebastian! — a voz de Mason ecoou do final do corredor. — Vem aqui agora. — É melhor eu ir. — Sebastian soltou um suspiro. — Não quero irritar a fera. — Como se eu não tivesse ouvido isso, p***a! — gritou Mason em resposta. — Sophia, me manda o arquivo que te pedi! — Certo. — Já tinha enviado duas vezes ontem, mas não discuti. Era mais fácil apenas reenviar. — Estou cuidando disso agora. — Obrigado. — Ele praticamente grunhiu antes de bater a porta. Mason era intimidador, mas sabia ser justo quando queria. Lionel, ao contrário, raramente agradecia qualquer coisa. Ele gritava ordens, e bastava um olhar para me fazer chorar se eu cometesse algum erro. Por isso, eu me esforçava em dobro para não decepcioná-lo. Enviei o arquivo para Mason, depois encarei a pilha de pastas. Não tive ânimo de mexer nelas. Minha conversa com Sebastian tinha me deixado inquieta, com a cabeça girando em possibilidades. Eu vinha planejando há semanas falar com meu tio sobre a faculdade, mas ainda não tive coragem. Sebastian não me deu exatamente esperança, mas, no fundo, talvez fosse hora de parar de pedir permissão e começar a pensar por conta própria. Em uma família normal, uma mulher de 22 anos poderia sair de casa se quisesse. E eu vinha juntando dinheiro em segredo desde que comecei a trabalhar. Oficialmente, tinha um salário registrado para fins de imposto de renda, mas não precisava dele. Meu tio sempre me deu uma mesada generosa. E talvez… talvez aquilo pudesse ser a chave para a minha liberdade. Mas mesmo com meus salários sendo depositados na minha conta, eu não tinha nenhuma independência de verdade. Eu morava sob o teto dele. Ele pagava meu carro, meu telefone, minhas roupas e até a comida que eu comia. Eu raramente saía, e quando saía, geralmente era com Sebastian ou Mason — e eram eles que pagavam por tudo. Houve muitas noites em que pensei em simplesmente ir embora. Mas não seria uma saída simples, seria uma fuga. Eu teria que passar pelo segurança da casa e por Tomas, o guarda que tinha sido designado para me seguir. Meu tio dizia que Tomas estava ali para me proteger, mas, para mim, ele sempre pareceu mais uma sombra sufocante, uma corrente invisível. Viver assim, vigiada a cada passo, tinha me transformado em alguém que já não sabia se conseguiria se adaptar ao mundo sozinha. Ainda assim, eu queria tentar. Eu queria conhecer pessoas da minha idade. Fazer viagens por conta própria. Rir alto em um bar com amigas depois de um dia de trabalho. Sentir a leveza de não ter que olhar por cima do ombro. Encontros também seriam legais. Eu não tinha ido a muitos, e os poucos que aconteceram sempre terminavam da mesma forma: o cara desaparecia assim que descobria o peso do meu sobrenome. Eu queria ser uma garota normal, com uma família normal e uma vida normal. Seria pedir demais? Eu não podia simplesmente cortar os laços de sangue, e, apesar de todas as tensões, eu os amava. Mas amor não significava aceitar viver como prisioneira. Eu queria ser tratada como uma adulta, com voz própria, com esperanças e sonhos. Não como uma sobrinha agradecida que devia abaixar a cabeça e se conformar. Era hora de tomar uma posição. Eu já tinha obedecido a vida inteira, já tinha feito tudo o que eles mandaram. Eu tinha sido a menina comportada que eles esperavam. Mas agora era hora de ser mulher, não importando as consequências. Levantei-me da cadeira, respirei fundo e tentei acreditar em mim mesma. Eu precisava encontrar a minha voz e exigir minha liberdade. Dei alguns passos na direção da porta quando ele surgiu diante de mim — meu tio. Alto, imponente, com aquela aura autoritária que fazia qualquer pessoa parar o que estivesse fazendo para ouvi-lo. Eu não era exceção. Ele se encostou numa das grandes estantes de mogno, os olhos fixos em mim. — Aonde você vai? — Eu… hum… eu estava indo te ver. — Minhas mãos tremeram ao tentar manter a voz firme. — Quer dizer, se você não estiver muito ocupado. — Momento perfeito. — Sua mão grande pousou na parte inferior das minhas costas, firme demais para ser apenas um gesto de afeto. — Venha comigo. Ele me guiou pelo corredor como se não houvesse espaço para hesitação. — Está tudo bem? — arrisquei. — Precisamos ter uma conversa. — Ah. — Engoli em seco. Meus três primos estavam parados do lado de fora do escritório de Mason, observando em silêncio o pai me levar. A tensão no ar era tão densa que parecia grudar na pele. Meu estômago embrulhou, minhas pernas se tornaram de chumbo, mas mesmo assim segui, um passo após o outro. Não conseguia pensar em um único motivo positivo para ele querer falar comigo. Então por que sinto que estou indo direto para a cadeira elétrica?

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