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O Dono do morro me amou

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Blurb

Samantha sempre tentou caber no mundo — e no coração de Rafael — mesmo quando tudo ao seu redor insistia em lembrá-la de que ela era “grande demais”. Gordinha, sensível e cheia de sonhos, ela acreditava ter encontrado amor. Até o dia em que volta mais cedo para casa e vê seu namorado transando com sua irmã em sua própria cama.A cena destrói mais do que seu coração. Destrói sua identidade.Carla a humilha. Rafael admite que nunca a amou. Sua família assiste em silêncio, como se Sami sempre fosse “menos”.Desesperada, ela foge — e acaba no Morro Beira Mar, onde o mundo é duro, violento, mas mais verdadeiro do que tudo que já viveu.É acolhida por Tia Naná, a única pessoa que a enxerga de verdade. E é no coração daquele lugar perigoso que Samantha conhece Jonathan “Lobo”, o dono do morro — um homem capaz de matar sem piscar… e de tremer ao tocar suas curvas.Lobo não se encanta pela beleza padrão. Ele se apaixona pela força quebrada, pelo coração machucado, pela coragem que ela não sabe que tem.Ele jura protegê-la. E jura cobrar cada lágrima que fizeram cair.Entre tiros, paixão, noites sufocantes, encontros proibidos e verdades dolorosas, Sami e Lobo descobrem que o amor não é leve — é guerra.E para quem foi ferido pela própria família, amar alguém perigoso pode ser a cura… ou a sentença final.

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A CAMA QUE FOI O FIM
Samantha sempre achou que chegaria naquele sábado lembrando apenas do trabalho cansativo e do cheiro do ônibus lotado. Nada extraordinário. Só a rotina silenciosa de alguém que sempre tenta não atrapalhar o mundo. Mas o destino costuma escolher os dias mais comuns para virar tudo do avesso. Ela subiu as escadas do prédio velho segurando uma sacola com o bolo preferido de Rafael. Chocolate amargo, o único gosto que eles pareciam dividir. Passara horas hesitando diante da vitrine da confeitaria. Não porque duvidasse do que ele gostava — isso ela sabia de cor — mas porque sempre tinha aquela voz interna dizendo que talvez ele preferisse passar o sábado com os amigos, ou com alguém “melhor”. Mesmo assim, comprou o bolo. Não por ele, mas por ela mesma. Era um gesto simples que, de alguma forma, parecia manter viva a tentativa de cuidar de algo que andava desbotado. Quando colocou a chave na porta, achou estranho o silêncio. Rafael sempre deixava a televisão ligada, mesmo dormindo. Era um hábito irritante, mas que preenchia a casa com uma sensação de presença. Naquele momento, o silêncio tinha peso. Um peso espesso, quase físico. A porta abriu. Um aroma doce e familiar escapou do quarto — perfume feminino, um que ela conhecia. O mesmo que sua irmã Carla usava desde os dezessete anos. Samantha parou no corredor. O coração bateu num ritmo fora de ordem, como se o corpo tentasse avisá-la antes da mente. Ela queria inventar qualquer explicação, qualquer mentira que impedisse a verdade de se formar. Mas a respiração descompassada que vinha do quarto não deixava espaço para ilusões. Ela deu dois passos. Depois mais dois. Cada passo parecia arrancar algo de dentro dela. A porta estava entreaberta. Não completamente, como se o universo tivesse decidido torturar aos poucos. Ela empurrou devagar. O que viu não foi apenas a traição. Foi a confirmação de algo que ela temia desde a adolescência. Rafael estava sobre Carla, os corpos tão entrelaçados que parecia que tinham sido feitos para aquilo. A cama que Samantha arrumara naquela manhã respirava em movimentos irregulares. Os gemidos abafados, as mãos apertando a pele da outra, o som da respiração pesada — tudo atravessou Samantha como uma lâmina gelada. Foi Carla quem a viu primeiro. E sorriu. Um sorriso que misturava deboche e vitória. Um sorriso que dizia: “Eu sempre consegui o que é seu.” Rafael virou o rosto alguns segundos depois, ainda sem se afastar. O olhar dele não mostrou surpresa, nem arrependimento. Mostrou irritação. Como se Samantha fosse inconveniente por ter voltado cedo. Ela abriu a boca para falar algo, mas a voz não saiu. O ar estava preso, o corpo gelado. Carla levantou um pouco o tronco, sem pressa, sem pudor. Pegou o lençol só para cobrir a cintura, mais por teatralidade do que pudor. — Você realmente não percebeu? — ela disse, jogando o cabelo para trás. — Você vive num mundo onde acha que alguém vai querer você de verdade? A frase caiu como um golpe bem calculado. Carla sempre soube onde bater. Samantha não chorou. Não ainda. Estava presa no choque, tentando juntar pensamentos que se recusavam a se encaixar. — Rafael… por quê? — ela conseguiu perguntar, mesmo que a voz saísse fraca, quebrada. Ele saiu da cama finalmente, puxou a calça jeans do chão e vestiu sem olhar para ela. — Porque você e eu nunca fomos nada real — respondeu, sem delicadeza, sem filtro. — Você achou que era amor, mas… você sabe, né? Isso aqui nunca funcionou. Não do jeito certo. “Do jeito certo.” As palavras ecoaram. Samantha olhou para o corpo nu de Carla, para o jeito como ela exibia a própria magreza como se fosse um troféu. Aquilo era c***l demais para ser apenas traição. Era humilhação calculada. — Eu te amei… — Samantha murmurou, mais para si do que para ele. Rafael deu uma risada curta. — Você confundiu costume com amor. E, desculpa, Sami… mas eu tinha vergonha. — Ele ergueu o queixo, sem piedade. — Você sabe como é. As piadas, os olhares. Eu não queria viver sendo “o cara da gorda”. A palavra ricocheteou dentro dela como um tiro. Ela não conseguiu respirar por alguns segundos. Carla completou, como se estivesse em um palco: — Gente como você deveria agradecer quando alguém te aceita. Mas você quer demais. Acha que merece as coisas. Samantha sentiu a visão turvar. Não pelo choro — ele ainda não vinha — mas pela sensação de que o chão havia desaparecido. Nada na vida a preparou para esse tipo de crueldade tão direta, tão despida de hipocrisia. Ela deixou a sacola com o bolo cair. O plástico estourou ao tocar o chão, espalhando pedaços de chocolate pela cerâmica. A imagem parecia simbólica demais para ser real. Sem olhar para trás, ela saiu. As pernas tremiam, mas ela caminhou em linha reta, como se a velocidade pudesse impedir o colapso emocional. O corredor parecia mais longo do que lembrava. O ar parecia mais pesado. No elevador, a porta se fechou e o silêncio a engoliu. Foi ali que o choro veio. Um choro que não fazia barulho, só descia em ondas quentes pelo rosto. O tipo de choro que faz o peito implodir. Ela ficou ali, abraçada a si mesma, até as portas se abrirem novamente. Quando chegou na rua, respirou fundo, tentando recuperar algum controle. A cidade seguia normal, indiferente à tragédia que tinha acabado de acontecer. Pessoas andando, vendedores gritando, motos passando. O mundo não para quando alguém desaba. E isso doeu ainda mais. Ela caminhou sem destino. Só sabia que não podia voltar para a casa dos pais. Carla chegaria antes, inventaria qualquer história, e a mãe, como sempre, não faria nada. O pai não perceberia. A família dela tinha o talento de fingir que problemas não existiam. O sol começava a descer quando o celular tocou. Era sua mãe. Samantha atendeu por impulso. — O que você aprontou agora? — perguntou a mãe, sem saudação. — A Carla chegou chorando, dizendo que você a atacou. Samantha parou na calçada. Olhou para o céu, como se procurasse uma resposta. — Eu só vi… — ela começou, mas a mãe a interrompeu. — A Carla disse que você surtou por ciúme. Que empurrou ela. Isso é verdade? Samantha fechou os olhos. A dor da traição ainda queimava, mas ouvir aquilo era um golpe diferente — mais velho, mais profundo, mais familiar. — Mãe… ela estava com o Rafael. Na minha cama. Silêncio por dois segundos. A mãe suspirou, irritada. — Samantha, você precisa aceitar que ele não era pra você. Homens gostam de mulheres que se cuidam. Você sempre dificultou as coisas. A frase perfurou o ar como agulha. Samantha sentiu as pernas falharem. — Então… a culpa é minha? — ela perguntou, incrédula. — Não fale assim. Só… você sabe que a Carla sempre teve mais facilidade. Ela chama atenção. Você precisa entender seu lugar no mundo. Seu lugar. A frase repetiu na cabeça dela como um eco c***l. — Eu não volto pra casa — Samantha disse, finalmente. — Não hoje. — Samantha… — a mãe começou, mas ela desligou. Guardou o telefone no bolso e respirou fundo. O vento da noite começava a soprar, trazendo consigo um cheiro distante de maresia. Sem pensar muito, ela pegou o primeiro ônibus que viu. Só queria ir para longe. Quando desceu, estava em um lugar que não conhecia bem, mas que lembrava de ouvir falar: Morro Beira Mar. Um lugar que todo mundo dizia ser perigoso, intenso, vivo e c***l na mesma medida. Ela caminhou até onde a rua asfaltada terminava e começavam as casas de tijolo aparente. O movimento era grande, gente passando de um lado para outro, música alta, cheiro de fritura vindo das barracas. Havia também olhares curiosos, rápidos, avaliando se ela era ameaça ou perda de tempo. Para sua surpresa, ninguém mexeu com ela. Ninguém a olhou com desprezo. Ninguém riu do seu corpo. A favela não tinha tempo para isso. O coração ainda batia rápido, mas ela sentiu algo diferente ali. Não segurança, mas uma espécie de neutralidade. Como se, pela primeira vez naquele dia, ela não estivesse em um lugar onde fosse alvo. Até ouvir uma voz conhecida: — Sami? Ela virou. Uma mulher forte, de cabelos presos e sorriso largo caminhava na direção dela. — Tia Naná? — Samantha perguntou, surpresa. A tia abriu os braços e a puxou para um abraço firme, quente, seguro. — O que você tá fazendo aqui, menina? Aconteceu alguma coisa? Samantha sentiu o corpo estremecer. A emoção, finalmente, ultrapassou a barreira do controle. — Eu… eu não tenho pra onde ir. Naná a segurou pelos ombros e a olhou nos olhos. — Tem sim. Pra minha casa. Agora vamos, antes que escureça de vez. Samantha respirou fundo pela primeira vez desde a tarde. Pela primeira vez desde a queda. Seguiu a tia pela viela, sem perceber que alguns olhos atentos observavam sua chegada. Entre eles, um par de olhos escuros, intensos, que a acompanharam até ela desaparecer na curva. Olhos de alguém que não estava acostumado a perder nada. Olhos do homem que comandava aquele morro. Olhos de Jonathan, conhecido ali por um nome que fazia até os corajosos pesarem as palavras: Lobo.  E ele acabara de ver Samantha pela primeira vez. Se quiser, posso seguir imediatamente com:

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