CAÍTULO 01 ROSA NEGR@
ROSA NEGR@, eles não eram mafiosos, mas não eram bons, tinham um acordo bem definido com a máfia, o que dava a eles liberdade para agir, era uma organização poderosa e respeitada, com quem as pessoas não brincavam, viviam de negócios ilegais e empresas de fachada, mas existiam também a empresa da família, este era um empreendimento legal, a menina dos olhos do homem mais temido.
Ajax, era conhecido por ser implacável, nobreza e bondade nunca foi seu forte, era respeitado e temido.
Ajax se sentia calmo quando mergulhava, gostava de explorar os naufrágios, entender a história, os olhos castanhos sempre atentos, amava o mar e se sentia dono dele.
Se estabeleceu como homem de negócios, Mauricio Gama, engenheiro naval, nessa área também era imbatível e implacável, sua empresa crescia a cada ano se tornando uma das maiores do mercado de construção naval.
Mauricio Gama olhava pela janela do edifício no qual ficava seu escritório, alisava instintivamente a Rosa n***a tatuada em seu pulso, um sinal dá organização que comandava, a Rosa Negr@, simbolo de lealdade, os que escolhiam a tatuar, sabiam, não existia espaço para traição a falta era paga com a vida.
Maurício se sentia preso, precisava respirar, queria voltar ao mar, sua verdadeira paixão, lá era Ajax, sua parte livre, poucas vezes estava no escritório que ficava no centro da cidade, mantinha uma pequena sala nas docas de onde comandava seu império, não se importava com o que os outros pensavam, era poderoso o suficiente para não se preocupar, Edgar seu vice-presidente e m****o dá rosa negr@, cuidava de tudo.
Voltou a sua mesa e assinou os papeis necessários, chamou Dona Catarina sua secretaria, uma mulher mais velha, que o tratava como filho, ela se sentia em dívida com ele, por Ajax ter dado a ela uma oportunidade, quando mais ninguém deu, por causa de sua idade.
Ajax preferia Dona Catarina, uma senhora boa no trabalho, e ele não precisava se preocupar com olhares, suspiros e toques indesejados, como aconteceu com as duas ultimas secretarias, mesmo estando pouco por ali.
Catarina:- Me chamou?
Mauricio:- Sim, tenho que assinar mais alguma coisa? Pretendo sair agora.-Catarina sorriu com doçura.
Catarina:- Por hoje está tudo resolvido, amanhã você tem uma reunião no período dá tarde, a parte dá manhã está livre-Ele sorriu, Catarina era uma das poucas pessoas que tinha o privilégio de ver Mauricio sorrir.
Mauricio:- Não marque nada, reforce que a reunião será no escritório das docas, e você pode tirar folga no período dá manhã também-Ela franziu a testa.
Catarina:- Não sei se isso é apropriado, as pessoas andam comentando, que você me favorece-Ele ergueu uma das sobrancelhas.
Mauricio:-Quando ouvir, diga que favoreço quem quero, a empresa é minha.
Catarina:- Farei isso-Ela saiu dá sala balançando a cabeça negativamente e rindo.
Mauricio saiu logo atrás dela, quem o via não pensaria que era dono de um império, com seus jeans e uma jaqueta de couro desgastada no ombro, beleza e músculos bem construídos, em seus 1,86 de altura chamavam a atenção, mas seu ar misterioso, o cabelo longo, tatuagens e olhar penetrante causavam medo a todos, ele não era um homem comum.
A medida que passava os funcionários se afastavam, ou davam espaço, estava sempre sozinho no elevador, pois ninguém tinha coragem de entrar com ele, Mauricio não se importava, até se divertia com isso.
Chegando a marina, ele jogou a jaqueta no banco do carro, respirou fundo, o cheiro do mar trazia alegria, um sorriso discreto surgiu no canto dá sua boca, pegou sua lancha e partiu para o Rosa Negr@.
Theodoro seu braço direito, esperava por ele, seu chefe gostava de sair sozinho, por muitas vezes Theodoro tentou explicar sobre os perigos, mas Ajax sabia se cuidar, ele não seria um homem fácil de ser emboscado, estava sempre atento.
Ajax:-Tudo esta em ordem para mais tarde?
Theodoro:-Sim, tivemos um pequeno problema com o pagamento dos barqueiros, mas foi resolvido-Os barqueiros, levavam as mercadorias para o Rosa Negr@ que ficava ancorado no mar, longe dos olhos curiosos.
Ajax:- Que tipo de problema?
Theodoro:- Um novato estava retirando pequenas somas de dinheiro-Ajax ergueu a sobrancelha, quem seria louco de roubar dele.-Ele está preso lá embaixo.
Caminharam juntos, desceram as escadas até a sala de máquinas, era quente como o inferno, mas Ajax gostava, às vezes se sentava ali para pensar, uma sala foi feita justamente para as punições, quando entrou o homem estava amarrado, amordaçado, tremendo, a presença de Ajax fez com que ele arregalasse os olhos, sem conseguir conter o medo que sentia, molhou as calças.
Ajax olhava a cena sem mudar a expressão, nenhuma palavra foi dita, ele não queria desculpas, seus homens vinham a ele se precisavam de algo.
Ajax:- Não tenho tempo para lidar com você-O tiro foi certeiro, ele nunca errava, se virou e saiu seguido por Theodoro.
No andar superior ficava sua casa, o tratamento acústico, garantia o sossego que precisava.
Tomou banho e se vestiu, com uma calça preta, uma regata e seu sobretudo, o que deixava ainda mais evidente a boa forma física.
Pegou um café, e saiu para o deck, viu a embarcação que trazia os trabalhadores e as meninas que animariam a noite.