PROLOGO
Meninas, estou começando mais um livro. Por enquanto, vou soltar um capítulo por vez. Este livro vai falar de fé, amor e redenção, mas tudo aqui é fictício. Se houver algo parecido com a realidade, não passará de uma mera coincidência. Espero que possam ler e se emocionar com essa história. Não deixem de adicionar na biblioteca.
Pra quem quiser me seguir no i********:, aí está: @mahcampos24. Nele também tem o link do meu grupo de leitoras, e todas serão bem-vindas.
Prólogo
Há caminhos que nascem no altar, iluminados pela fé e pelo sopro suave de orações sinceras. Mas também existem atalhos que nos seduzem com promessas rápidas, caminhos sombrios que parecem mais fáceis, mas que nos afastam de quem realmente somos. Entre a luz e a escuridão, todo coração humano trava sua batalha mais silenciosa.
Diego conheceu cedo o som dos cânticos, a força da Palavra, o calor da presença de Deus. Filho de pastores, ele cresceu rodeado pela certeza de que havia um propósito para sua vida. Mas o chamado do mundo gritou mais alto. Entre becos, armas e ilusões, sua alma se perdeu, mesmo sem nunca esquecer o eco distante das orações de sua mãe.
Do outro lado dessa história está Clara, uma mulher cuja fé foi provada pelo fogo da dor. Seus olhos aprenderam a ver além do impossível, suas mãos se tornaram instrumentos de cura e seu coração, ainda ferido, carrega a esperança de que nada é em vão para aqueles que confiam n’Ele.
O destino, imprevisível e certeiro, os coloca frente a frente em um momento decisivo: a vida e a morte disputam cada batida do coração de Diego. Entre lembranças, lágrimas e escolhas, surge a pergunta que muda tudo: até onde a fé pode alcançar um coração que insiste em fugir?
Em meio a segredos, feridas e à possibilidade de um novo começo, a estrada da redenção se abre diante deles. Uma estrada estreita, mas capaz de levar à vida eterna.
Ali, enquanto lutava pela vida, lembranças começaram a se projetar em sua mente. Mesmo inconsciente, Diego ainda via sua história passar diante dele.
O som dos tiros ainda ecoava em sua mente. O grito abafado, a sirene distante, o gosto metálico do sangue preenchendo a boca. Nunca pensei que a morte tivesse cheiro… mas agora sabia. Cheirava a pólvora, suor e arrependimento.
Caído no asfalto frio, sentia a vida escorrendo por entre seus dedos. Os mesmos dedos que tantas vezes seguraram uma arma, agora m*l conseguiam se fechar para uma oração.
“É o fim, Dg”, pensou.
O fim para o filho do pastor que quis ser dono da própria história. O fim do menino que trocou os hinos da igreja pelo barulho das ruas. Quantas vezes ouvira sua mãe orar por ele? Quantas vezes Deus o chamara, pedindo para voltar pra casa… e ele escolheu correr para o lado oposto?
Mas, naquele instante em que a escuridão parecia engoli-lo, algo dentro dele resistia. Uma voz suave, como um sussurro, lembrava que ainda havia esperança. Era como se Deus estivesse ali, ajoelhado ao seu lado, dizendo:
“Ainda não acabou. Ainda não é o fim. Ainda tem jeito.”
E então, foi aí que veio ela… Clara. Não como lembrança, mas como milagre. Seus olhos se encontraram com os dele, cheios de vida, fé e uma força que ele não merecia. A mesma menina que ele conhecera na adolescência, agora mulher, médica, viúva e, ainda assim, firme na fé que um dia o encantou. Como poderia imaginar que a mulher que seu amigo dizia admirar era justamente a sua Clara?
Deitado entre a vida e a morte, ele entendia: sua maior batalha não era contra a bala que atravessara seu corpo, mas contra a escuridão que dominava seu coração.
Será que Deus ainda poderia perdoá-lo? Será que Ele poderia transformar um pecador em filho novamente?
Se sobreviver, terá que encarar não apenas seus inimigos, mas o maior deles: ele mesmo.
E talvez, só talvez, ainda haja um caminho de redenção para um homem como ele.
Ali, sua vida passava diante de seus olhos — os conselhos que seus pais lhe deram, os dias em que fora feliz com eles. Como se assistisse tudo em um telão diante de si.
O estampido da arma cortou a noite como um trovão. O projétil atingiu seu peito, queimando cada músculo, cada nervo. Ele caiu de joelhos no asfalto áspero, sentindo o chão frio penetrar sua pele rasgada. O cheiro de pólvora misturado ao ferro quente do próprio sangue invadia suas narinas.
Cada respiração era um esforço desesperado, um rasgar de pulmões cheios de dor. Sentia o mundo girar, vozes distantes se transformando em murmúrios incompreensíveis, enquanto seus olhos lutavam para focar. Percebia que estava sendo puxado para o abismo.
Então, um sussurro atravessou a escuridão: o eco de orações antigas, de hinos que ele fingira não ouvir. Como se Deus estivesse ali, ajoelhado com ele, murmurando baixinho. Logo, um trecho de um hino que ele vira em seus sonhos veio à sua mente:
Hino
A noite escura pode chegar,
E a tempestade nos tenta.
O peso do mundo em nossos ombros,
Parece que tudo desmorona.
Mas ouve a voz que em nós ressoa,
Uma chama que jamais se apaga.
Ainda não acabou, a luta segue,
Com fé no peito, a força emerge.
O sol virá após a escuridão,
E a vitória em nossas mãos.
Ainda não acabou, ergue a cabeça,
A esperança em nós permanece.
O amanhã renasce, forte e audaz,
E a paz, enfim, nos satisfaz.
As lágrimas que molham o chão,
Serão sementes de um novo amanhã.
Cada ferida, um aprendizado,
Cada tropeço, um passo ousado.
Não desistiremos, jamais, jamais,
Pois o Senhor nos satisfaz.
Ainda não acabou, a luta segue,
Com fé no peito, a força emerge.
O sol virá após a escuridão,
E a vitória em nossas mãos.
Ainda não acabou, ergue a cabeça,
A esperança em nós permanece.
O amanhã renasce, forte e audaz,
E a paz, enfim, nos satisfaz.
O chão queimava suas costas, o gosto de ferro invadia sua boca, mas naquele instante algo dentro dele despertou. A bala ferira seu corpo… mas foi a fé que perfurou sua alma.
E então ela apareceu. Clara.
Seus olhos brilhavam em meio à luz fria das lâmpadas da sala de cirurgia, refletindo fé e esperança. Ela não o olhou como bandido. Ela o olhou como alguém que ainda podia ser salvo.
Ele também pôde ver a surpresa em seu rosto: ali, naquela maca, estava o homem que ela amava. Entre a vida e a morte, viu suas lágrimas e leu seus lábios antes de apagar, quando ela disse:
— Confia em Deus. Ele é o Médico dos médicos. Ainda não chegou o seu fim. Eu vou lhe salvar. Volta pra mim. Volta para os seus pais. Nós te amamos.
E assim ele fechou os olhos, mesmo querendo permanecer ali. As mãos que o puxavam para a escuridão eram mais fortes do que ele.
No limite entre a vida e a morte, Diego percebeu:
a redenção não é para os santos… é para os caídos que ainda ousam acreditar.
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