As luzes piscavam em cima da gente. O grave da batida fazia o chão tremer, e meus pés seguiam o ritmo, sem nem pensar. Eu não era muito de dançar assim no meio de todo mundo... mas com eles dois ali, me protegendo de todos os lados, parecia que o morro inteiro podia desabar, que eu ia seguir de pé. Nathan estava sério, daquele jeito que me deixava nervosa. O olhar varria cada centímetro da pista como se estivesse sempre esperando algum vacilo, alguma ameaça. Mas vez ou outra, ele me olhava de canto, com aquele meio sorriso torto, aquele olhar de quem lembrava tudo o que a gente viveu. E o que quase não viveu também. Kauê, por outro lado, era o oposto. Ria, falava alto com os amigos, dançava atrás de mim, me puxava de leve pela cintura, me virava no ritmo da música. E eu me deixava ir. Ro

