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901 Palavras

ROBERTO NARRANDO Eu tenho regra: quem resolve minha ausência merece agrado. A secretária entrou calada, aprendeu rápido, não faz pergunta à toa. Quando a Sol some, é ela que segura agenda, limpa incêndio, escolhe a gravata certa e… bom, me agrada do jeito dela. Hoje de manhã deixei, discretíssimo, uma caixinha na mesa dela: brinco pequeno, ouro branco, nada gritante. “Pelo zelo”, falei. Ela sorriu com aquele profissionalismo treinado. Sabe o lugar dela. Ótimo. Saí da reunião com o conselho, três horas de planilha e ego batendo na mesa. Peguei o celular: chamada perdida da Sol. Retornei na hora. — Alô. — Eu não sabia de secretária nova. — ela já entrou indagando, sem oi. Suspirei, encostei no vidro da sala. — Ah, sim. Tentei te falar, mas acho que você tá ocupada demais por aí, né? E

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