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1304 Palavras

MÁRCIO NARRANDO Nem sei dizer há quantos anos eu conheço a Rosa e o Dário. Acho que desde que a menina era um toco de gente, pretinha viva, correndo pra lá e pra cá na beira da viela. Eu já era pedreiro única profissão que tive e vou ter e, olha, já tô velho, viu. Vi muita coisa nesse lugar. Vi o Brasa pequeno, conheci os pais dele, vi de perto a morte do pai aquilo ali não valia nada desde cedo e vi a mãe dele ir embora também. Vi coisa que eu não queria ter visto, e tem lembrança que eu escondo atrás de parede nova pra ver se cala. Do Dário eu conheço de outros carnavais, mas nunca me misturei. Pra mim, aquilo nunca foi homem. Não honrou nem as cuecas. Da Rosa eu sempre tive pena… e respeito. Linda, jeitosa, mas com o tempo o Dário foi apagando o brilho dela como quem apaga lâmpada de

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