Desfile

1369 Palavras
Pov's Laura —Logo você vai conseguir ganhar seu Green Card.— toca no assunto, enquanto dirige. Balbucio os dedos na porta do veículo, inquieta, e ele percebe. — Sobre isso, sen....— corrijo o termo, quando me olha por um instante.— Quer dizer, Arthur. Quero agradecer profundamente pelo seu gesto de generosidade. Nenhuma outra pessoa, faria isso que você fez, pra ajudar uma estranha. — Você foi enviada pelo meu grande amigo Ryan, ele não mandaria uma má pessoa pra dentro da minha casa.— seu olhar preenche uma sensação indescritível.— Eu quis apenas ajudar. — Muito obrigada.— o agradeço, e num ato de gratidão, acabo pousando a minha mão em cima da sua que está exposta. Toco carinhosamente e avisto que ele fica um pouco sem jeito. O seu celular vibra, e imediatamente se distrai; — Só um momento, preciso atender. O observo de canto de olho, enquanto conversa no celular com uma mulher, provavelmente seja alguém que trabalhe para ele. Quando Arthur encerra a chamada e olha para mim, com aquela expressão sugestiva: — Você já foi há um desfile de moda, Laura?— me pergunta. — Nunca na minha vida, não sei nem como é. — Então você irá ao primeiro, irá me acompanhar. — Eu não estou vestida adequadamente, senhor Arthur— desço os meus olhos para os meus trajes, e bate uma vergonha. — Nao se preocupe com isso, iremos até a minha empresa. — O senhor tem uma empresa? — Acredito que não tenha investigado nada sobre mim.— lança um sorriso de canto, cheio de charme. – Mas um motivo eu tenho, para admirá-la dona Laura. Após aquelas palavras, soa o silêncio. Sinto um frio na barriga, e o coração querendo sair pela boca. Ele dirige o percurso inteiro e evito encará-lo, pois sinto uma certa vergonha. *********************************************** Descemos diante de um grande prédio, e fico até impressionada com tanto luxo à minha frente.  Arthur me guia. — Não me diga que é dono dessa agência de modelos...— o pergunto. — Não só dono, como presidente majoritário. Vamos entrar, Laura. Ele entrega as chaves para um dos seguranças, manusear seu carro. E me puxa, pelo braço. O caminho inteiro enquanto nos direcionamos até o elevador, o mesmo cumprimenta educadamente os funcionários e vai perguntando por uma tal de Chloe. O elevador para no nono andar. — É por aqui.— sinaliza, e o sigo. Entramos numa sala enorme, toda de vidro e manequins. É um ateliê cheio de vestidos de grifes. Há uma mulher organizando, as modelos. Ela com certeza é a estilista. —Até que enfim apareceu, Arthur, está atrasado. — Chloe quero conheça uma pessoa. Ela para tudo que está fazendo, e finalmente nos olha. Seus olhos claros me analisam de cima abaixo, trazendo o mesmo olhar, que a sobrinha dele me lançou hoje cedo. — Não há tempo, para arrumar mais uma modelo.— é tudo que responde. — Ela não é uma modelo.— Arthur remete— Quero que conheçam a minha esposa. Quando ele pronuncia em voz alta, a tal Chloe derruba a tesoura das mãos, tendo uma reação negativa, como se aquilo a incomodasse. Ela é uma mulher mais velha, tem aparentemente cinquenta e pouco anos, talvez ela goste dele e esteja sentida ao saber sobre o casamento. — E preciso que faça um vestido exclusivo para Laura, Chloe.— o dono da empresa manda, entreolhando para mim. — A essa altura, Arthur? Estamos quase na hora do desfile, não há tempo. — Toda estilista, improvisa em cima da hora, faça o que você sabe de melhor. Minha esposa e eu estaremos aguardando em meu escritório. Saímos, e fico com aquele questionamento na cabeça: será que os dois são namorados? — Há algum problema, Laura? — Nenhum. — Você está muda. — A sua funcionária pareceu não gostar de mim. — Não se preocupe com isso, Chloe implica com todo mundo. Ele abre a porta de vidro do seu escritório chique. A vista dá para ver a cidade inteira. Fico impactada. Me aproximo da sacada, sentindo medo de pisar no piso. — Nunca vi tanta beleza.— falo, admirando.— É lindo. Arthur se encosta ao meu lado e ponho a mão em meu ombro: — Se você quiser uma sala com essa vista, posso lhe dar. — Não senhor Arthur, eu sou apenas uma empregada. Eu não mereço tudo isso. — Já pensou em virar modelo, Laura? — Não.— rio, sem graça.— Eu não levo jeito. — Como não, desfile para mim.— pede, sentando-se em sua cadeira giratória, para me observar. Fico ainda mais tímida em sua presença e minhas pernas ficam esmorecidas, mas tento ensaiar os passos, mas acabo escorregando sem querer no colo do senhor Arthur. E suas mãos quentes voluntariamente envolvem em minha cintura e em câmera lenta, nossos olhos se fixam um no outro. A profundeza dos nossos olhos trazem uma coisa tão estranha no meu coração. Ele mira os meus lábios, discretamente, por um momento, me perco naquele momento. Logo, somos interrompidos, e a pessoa que adentra nem bate na porta. — Com licença.— a estilista aparece.— Vim tirar as medidas dela. — levanto imediatamente, constrangida. — Como imagina seu vestido?— a mulher me questiona, agachando-se em minha frente. — Bem simples, pode ser estampado mesmo. — Um evento de alto nível, você quer que eu desenhe um vestido estampado?— o tom feminino sai estressado. Encolho os ombros, e Arthur nota e diz: — Atenda os pedidos de Laura, Chloe. A loira cruza o olhar para seu chefe, um olhar revoltado e ao mesmo tempo cheio raiva. — Como quiser.— há meio que uma ironia na voz da mesma.— Que número calça, garota? — 35. Arthur responde por mim, e mais uma vez, sua funcionária se incomoda. — Como imagina a sandália? — Pode ser mais baixa?— indago inocentemente, e a própria suspira fundo.— Eu não sei calçar salto alto.— admito e entreolho envergonhada para Arthur. — Como quiser, você que manda. Em seguida, a estilista se retira, batendo a porta de com força. — Eu acho que ela não gostou de mim.— falo. &&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&& 21:00 PM. O evento vai ocorrer no salão de festa da agência. Eu estou tão nervosa em entrar de mãos dadas com com o dono, ele vai me apresentar como esposa para os convidados. O local está todo organizado para o desfile, há um enorme tapete vermelho na passarela. Alguns convidados cumprimentam Arthur, a maioria são homens mais velhos, acompanhado das esposas. Alguns fazem comentários do tipo: essa é sua filha? Todos os comentários sempre Arthur tenta amenizar. A sobrinha dele surge, e vem nos confrontar: — Não acredito que trouxe essa suburbana.— a loira faz uma careta.— Tio, isso é uma pouca vergonha. Arthur resolve ignorar e me leva, até o primeiro assento da primeira fileira. — Não ligue para o que ela fala.— cochicha no meu ouvido, e assinto. A música eletrônica começa a tocar, assim como flashs disparam pelo salão, com foco na passarela. Ficamos aguardando o início do desfile, me encontro tão empolgada.  A estilista dá a******a e entra, acompanhada da modelo que se exibe no palco. Conforme as mulheres passam, outras vão entrando, mostrando as peças de roupas. O meu nome é pronunciado no alto falante: Laura. E a luz se destaca no meu rosto. Sou chamada até a passarela. E fico tão constrangida em negar, que acabo subindo, mesmo tropeçando e não tendo o menor jeito. A estilista me puxa até centro do palco, mostrando criação do vestido. Fico parada, recebendo tantos flashs. Até que de repente, um balde cheio de tinta despeja sobre mim, sujando-me inteira. Todas começam a rir, quando o líquido verde como uma cosma escorregue. Vejo na plateia a sobrinha do Arthur gargalhando, e no canto, a estilista. Mas, num ato que me pega de surpresa, Arthur sobe ao palco, me envolve num abraço e deixa a tinta sujá-lo também, sem hesitar. Seus braços firmes me protegem, seu olhar me aquece, enquanto diz perto do meu ouvido: — Eu estou com você.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR