Gerebior X não pôde conversar muito com o Cesar, o tempo deles corria depressa, eles tinham oito dias para armarem o resgate de Zadahtric do Castelo e com certeza Kanahlic não deixaria isso acontecer sem revidar, pois, o ato de resgatarem algum prisioneiro de um Castelo era parte de um protocolo para que uma guerra fosse declarada, tudo isso envolvia a Magia Universal e todos os recursos seriam utilizados para a guerra acontecer.
Todos e todas as prodígios sabiam desse fato e por isso queriam tanto ampliar o g***o de feiticeiros e feiticeiras para combaterem ao seu lado, mas não tiveram tanto sucesso na Terra, precisavam se Feiticeiros Oprimidos que tinham mais probabilidade de serem poderosos em magia, e o poder era a benção mais procurada naquele mundo mágico e medieval.
Kanahlic precisaria ter a sua irmã de volta, tinha que desmagnificá-la para poder ser rainha sem que tivessem opção, uma rainha Immunus era muito mais inadmissível do que uma rainha Tenecae.
Kanahlic matou na forca muitos do castelo que a traíram e outro fugiram com medo, por isso ficou com o Castelo parcialmente vazio, os seus súditos não o preenchiam.
Contudo, deixou viver as crianças e adolescentes abaixo dos dezesseis anos, poupou a vida da irmã, acima de tudo, prezava o próprio sangue, e também não queria m***r Escálius, ele foi um dos que a traiu, mas ela o considerava quase como um pai, quando a sua mãe foi morta por Onarah, a Animacae que ela prendia como um bichinho de estimação, e quando Ic ascendeu para se transformar numa estrela.
Escálius foi o que supriu as suas necessidades de afeto materno e paterno até ela mudar para a magia das trevas, não que ela fosse vítima de preconceito, afinal, nas terras de Ic sempre houveram mais feiticeiros das trevas, mas ela poderia ser morta e a usurpação depois o banimento seriam a melhor forma de ela escapar da morte, contudo, ela, que não compreendia isso, se fortaleceu e voltou com muito poder para tomar o que era seu por direito.
As guerras pelo trono do Castelo de Ic poderia acabar se Kanahlic tivesse matado a todos sem exceção, no entanto, haveria outras guerras para que ela fosse punida pelo genocídio, pois, foram muitas pessoas envolvidas, e ainda, parentes dos quem a apoiaram. Ela não teria muitas vantagens.
Todo Castelo registrado na Organização Mundial da Magia Universal tinha todos os recursos para desmagnificar alguém de grau elevado de magia caso fosse necessário, por isso, a Esfera de Raaver era um objeto ilegal e quem fosse pego o utilizando seria preso por crime contra Dorbis.
O fluído para desmagnificação na piscina do subsolo do Castelo era preparado por um Mago das luzes, como Kanahlic não tinha um ao seu favor, pediu para as bruxas das luzes prepararem, demoraria sete meses para ficar pronto, às vezes eram menos meses, às vezes eram mais, sempre dependia da dedicação que tivessem ao prepará-lo.
De qualquer maneira, Zadahtric e Escálius estavam aguardando a sua vez, e toda aquela guerra pela trono chegaria ao fim. Era o que pensavam.
As prodígios e Cesar fizeram um trato com o rei Gerebior X, ele lhes entregou uma corneta feita de chifre de unicórnio, tinha um tom vermelho na ponta e essa cor ia se clareando até à parte maior onde era a saída de som.
Ele falou que somente poderia ser soada quando precisassem de guerreiros para lutarem ao seu favor, guando Kanahlic declarasse guerra e fossem confrontados pelo exército dela, era pequenino comparado a outros, mas era potente.
Aquela corneta servia como localizador, e estava vinvulada aos outros reinos, Gerebior X alertaria a cada um sobre Kanahlic e o seu desequilíbrio, tentaria convencê-los a apoiarem o Allogaj Rasec para impedir que uma tragédia maior acontecesse.
O trato seria que, assim que a batalha fosse travada, e eles fossem ajudados, Cesar conviveria um período no Reino-Império para ser estudado pelos eruditos, e ele aceitou.
Não havia guerras de reinos em Umnari há seiscentos anos, desde que o Grande Rei Ic passou a visitar cada Reino para fazer tratado de paz e para delimitarem as suas expansões territoriais, o maior motivo de muitos conflitos.
Umnari era maior que uma ilha, geograficamente falando, em cada ponta do continente havia um reino, e no seu centro era uma terra encantada e inexplorada que passou a ser governada por Ic a decreto do Imperador Ax, filho de Icobax. Umnari era uma terra cheia de mistérios, nem mesmo os Vinte e Quatro Anciões entendiam sobre aquele lugar.
A corneta de chifre de unicórnio foi guardada por Naty e agora eles tiveram que partir, pegaram os seus bastões mágicos de volta e outros pertences, além de ganharem outras coisas, não sairiam de lá de mãos vazias.
O rei levou o pessoal para uma área atrás do grandioso Castelo qual era permitido abrir portais, depois daquela área, bem abaixo do nível do Castelo, podia-se ver o antigo e extenso labirinto tomado pela vegetação e cercado por montanhas, logo após encontrava-se o mar.
— Têm certeza que não querem ficar para se banquetearem comigo? Seria uma honra ter vocês, jovens tão honrados, aqui — pediu o rei.
— Temos, Vossa Soberania, mas obrigado pelo convite — agradeceu Naty. — Temos que nos apressar, o tempo não nos espera.
— Sendo assim, vão em paz... — antes que pudesse dizer mais, o rei, Cesar, as meninas e quem mais estivesse ali presente, foram pegos de surpresa quando o céu estremeceu e abalou os fundamentos do solo, uma onda de luz passou pelo firmamento dos céus e mexeu com o interior de cada ser humano do planeta. — Oh, móin! Najál FumdáGiodlá Omzuóm-zâ áun Imufalzór Noxúo. (Oh, não! Os Vinte e Quatro Anciões mexeram na Magia Universal.)
— É o que, menino? — indagou Gisele.
Nenhum dos terráqueos compreenderam o que ele disse, mas apenas Belisa entendeu o que aconteceu.
— Gente, a magia Vox Universalem foi bloqueada — informou Belisa.
— Como assim, por que fizeram isso? — queria saber Gisele, e as demais também.
— É como se fosse uma manutenção da magia sobre o mundo — explicou Belisa.
— E agora, como vamos nos comunicar? — Gisele desesperou-se, mas esqueceu que Naty tinha habilidades a mais do que as pessoas da sua classe.
— Acalma-te, Gika, eu aprendi a vossa língua há muito tempo.
— Vixe! E melhor do que eu — disse Gisele.
— Agora, ficarei confusa com algumas expressões idiomáticas, precisam falar de maneira que eu possa compreender — avisou Naty e o pessoal concordou.
— Oblazól féz, ú gá azdól noxúo boló vofél fééz (Se apressem, e que a magia esteja ao vosso favor) — desejou o rei.
— Eplukót, Fééz Zepalomúo, gá azdól noxúo boló vofél díí (Obrigado, Vossa Soberania. Que a magia esteja ao teu favor) — agradeceu Naty mais um vez.
Deram as mãos e se transportaram para outro lugar num vórtice de fumaça branca com ** dourado.
***
A tarde estava perto do fim quando pousaram num planalto e mais a frente estava o mar.
Tudo o que se via era uma tenda montada na frente de um pedregulho perto do despenhadeiro, uma flâmula com o símbolo do Reino-Império, o Grande Morcego, dançava loucamente na aste com o vento muito forte.
Foram para dentro da tenda, era espaçosa e um humanoide azul-anil com sardas azuis-marinho apareceu para recebê-los, ele era muito alto, vestia um roupão amarelo com o imagem do Grande Morcego em dourado no peito. Tinha orelhas pontudas e um nariz felino, os seus olhos eram grandes e amarelos e possuía presas como de um gato.
Cesar sabia que se tratava de um elfo jovem, ele pararia de crescer aos vinte e cinco anos, chegaria a mais de dois metros de altura e viveria para sempre. Este, provavelmente, tinha uns dezenove anos élficos, da idade de Cesar.
— Eró, inóm-zâ! Oblasamdól féz balnuzóin ú tusál úl boló emtá (Olá, humanos! Apresentem a permissão e digam para onde vão) — disse o elfo.
Aquele era o seu trabalho, atravessar pessoas pela Fronteira.
Os elfos de Dorbis eram os únicos seres pensantes que possuíam o dom da teleplastia — só os mais antigos, ou seja, mudavam de um lugar para outro como se pudessem abrir portais embutidos, mas não havia fumaça alguma, apenas uma vibração no ar a sua volta e um efeito rápido de arco-íris era deixado no local onde se transportavam, semelhante à locomoção dos Primevos.
Era mais seguro daquele jeito, os elfos não podiam fazer magia, mas não sofriam com qualquer ataque mágico e também não seriam capazes de se corromperem ao ponto de deixarem qualquer um passar sem permissão.
Naty mostrou a permissão para o elfo, era um pequeno rolo de papel que continha o símbolo do Reino e assinatura do Rei.
Era como um passaporte, os feiticeiros prodígios tinham um permanente, podiam passar por terras e reinos do mundo sem qualquer protocolo, mas como Naty não era mais uma prodígio, não tinha mais aquela vantagem e teria que usar aquele único papel para voltar.
— Úl méz boló Sipritiah (Vamos para Sipritiah) — respondeu Naty.
O elfo entregou a Naty de volta o pequeno papel enrolado e foi para o fundo da tenda, puxou a cortina e atrás dela se revelou um portal, uma passagem.
Parecia um fino véu que se movimentava lentamente como as ondas de um mar calmo com reflexos de luz solar, às vezes, tinha um aspecto de gelatina, e a sua coloração era índigo.
A criatura pegou um pote de vidro com uma escritura que significava "Sipritiah", abriu e pegou um punhado de areia vermelha para ser jogada no portal.
— Odlofazól betál féz (Podem atravessar) — falou o elfo a fazer uma reverência.
Entraram uma por uma no portal em filha indiana, a última pessoa foi o Cesar.
Pousaram numa tenda diferente da anterior, também, um elfo estava a administrar as passagens dos feiticeiros e feiticeiras viajantes, e os tratou com muita simplicidade, a sua roupa também era diferente, uma indumentária típica dos humanos.
Enquanto saíam da tenda, outras pessoas entravam, aquela fora montada em frente a uma praia, atrás havia uma floresta tropical com muitos coqueiros.
— Dêem as mãos — falou Naty, ela abriu um portal e agora, estavam num extenso campo, era forrado por uma grama vermelha, depois, havia uma muralha imensa, tanto de altura quanto de expansão. — Bem-vindos à Grande Muralha do Reino dos Campos de Sangue. Este é o Reino-Império de Sipritiah, governado pelo Immortalis Imperador Domdalil, foi aqui que eu nasci — Naty ficou com um sotaque diferente do dos brasileiros depois que a magia Vox Universalem foi bloqueada, soava mais europeia.
— Vamos logo antes que comece a escurecer — pediu Gisele.
Caminharam pelo campo depressa, Gisele tinha razão em se preocupar, a noite nunca era segura fora dos limites da cidade.
Ao chegarem à Grande Muralha, uma a******a se abriu, como em Icobax e alguém perguntou:
— Fúl gáun ró? (Quem vem lá?) — perguntou o Arauto.
— Matáiaz, zál ái, Naty (Matáiaz, sou eu, a Naty.)
— Natybinle? — o Arauto Matáiaz não demorou um segundo e não exigiu protocolo algum para abrir a passagem para ela entrar.
Naty e o seu pessoal passaram pela a******a na muralha para dentro do Reino. A cidade dos Campos de Sangue não era tão bonito e rica como Icobax, era humilde, mas muito bem organizada.
— Matáiaz, zamdúl zóitót díí (Matáiaz, senti saudade de você) — disse Naty ao abraçá-lo.
Ele retribuiu o abraço bem forte, era n***o e jovem como ela, somente dois anos mais velho, se tornou o Arauto do Reino aos dezessete anos.
— Donpáun ái, onúk níí, vosál ogú gá? (Eu também, minha amiga, o que faz aqui?) — Matáiaz olhou para os acompanhantes de Naty. — Zál gáun gemdúk ázd-zâ bazéo-zâ? (E quem são estas pessoas contigo?)
Naty apresentou aos seus amigos: Rasec, Alita, Gika, Fabi, Liz e Inara.
— Onúk níí, blazusól gá rafál méz boló Domdalil Unbalót unatúod-nomául, zál ozímd unbeldómd níumd. (Meu amigo, preciso que nos leve para o Imperador Domdalil imediatamente, é um assunto muito importante) — pediu Naty.
Cesar observou que o diálogo deles era muito mais lento na língua dorbiana do que em qualquer outra língua, e isso o irritava, o deixava impaciente; Matáiaz não pensou duas vezes e os levou em um portal para o Castelo.
A noite caiu, os portões estavam abertos, a luz estava acesa, os guardas em prontidão não moveram um músculo ao verem o Arauto acompanhado por aquelas pessoas estranhas e encapuzadas.
O som da festa podia se ouvir a metros de distância do Castelo que era o maior que já viram. Foi gratificante para Cesar, Gisele e Belisa verem tanta gente preta reunida em um só lugar a dançar, a beber e a se divertir. A presença deles não seria notada nem se quisessem.
O Arauto pediu que aguardassem, pois, notificaria ao Imperador a chegada deles. Enquanto isso, várias pessoas ofereciam comida e bebida aos recém-chegados, não recusaram nada, apenas os convites para dançarem.
— Gente, aqui é muito melhor que o outro Castelo lá cheio de ouro espalhado por todo canto — comentou Fabiana.
— Aqui o povo é mais alegre — disse Cesar.
Ele se deslumbrou com as chamas de fogo em forma de gente que dançavam pela nave do Castelo, acima do pessoal.
Enquanto dançavam, iluminavam. Além de serem chamas alaranjadas, outras brancas voavam pelo meio delas como se fossem borboletas. Ele não sabia o que era mais belo de se assitir, se eram as chamas, ou a população.
De longe, puderam ver um homem n***o bem alto, musculoso e barbudo a se divertir em seu trono por ver o seu povo feliz, quando o Arauto se aproximou e falou alguma coisa em seu ouviu, o Imperador, com a sua majestosa coroa e seu manto dourado, respondeu ao Arauto e saiu do trono para outro lugar.
Quando o Arauto voltou, pediu aos visitantes que dessem as mãos, pois, seriam levados para um lugar mais reservado para poderem conversar com o Imperador em particular.
Demoraram, mas chegaram, entraram numa sala especial onde o Imperador recebia as suas ilustres visitas, era um harém reformado, na verdade. Havia muita comida boa e era permitido comerem de tudo.
O Imperador Domdalil estava sentado num estrado acolchoado, levantou-se a abrir os braços com um enorme sorriso para receber a sua visita que o reverenciou no mesmo instante.
— Natybinle, azdunót bletúx níí, nóin ofusól gá fúl belgá? Úl ái názn pizgól-dá. Gá zál unbeldómd namzoxán ázd gá dlosál boló nún? (Natybinle, minha estimada prodígio, por que não avisou que viria? Eu mesmo iria te buscar. Que mensagem importante é esta que trouxeste para mim?) — disse Domdalil a abraçá-la.
Naty cumprimentou Domdalil da maneira mais amigável que pôde, eram amigos desde quando ela era uma criança, antes de ela ser chamada para ser uma Feiticeira Prodígio no Reino de Ic, em Umnari.
Ela não esperou as formalidades para apresentar as pessoas que a acompanhavam e falar qual era os seus propósitos ali.
Falou tanta coisa que ele teve que se sentar novamente para ouvir, nem ele, nem os seus súditos se atreveram a interromper a Naty enquanto relatava todos os acontecimentos e teorias e fatos.
Em seguida, apresentou o Cesar em especial, o rapaz observou que ninguém fazia isso com a Talita, até onde sabiam ela era a primeira Escolhida mulher para se tornar a Suma-Sacerdotisa dos Trealtas de todos os tempos, mas não a dariam crédito, então, deixaram que o tempo revelasse tudo.
Domdalil se aproximou de Cesar, ele era um Immortalis e conhecia muito bem quem possuía bastante poder.
— Oglatudól móin betál ái (Não posso acreditar) — disse Domdalil, depois, sorriu alegremente, era um homem n***o muito alto e muito forte, foi imortalizado quando chegou ao seu auge da expansão territorial. Sipritiah era um continente separado por três impérios e vinte e cinco reinos independentes. — Zál-ár Pamtúd Umnari gá boló voplugól Allogaj boló nímt mééz (Bendita seja Umnari que está fabricando Allogajs para o nosso mundo) — ele chamou um dos seus guerreiros. — Fúl-féz, Gaubrak, galál ái fál okél tíar ú zál féz móin tafók. (Venha, Gaubrak, quero ver um duelo agora e não seja devagar.)
— Unbalót... (Imperador...) — Naty tentou impedir que aquele episódio ocorresse, mas o homem chamado Gaubrak se aproximou, era tão parrudo quanto o seu Imperador, carregava o seu pesado bastão mágico como se fosse uma marreta.
— Naty — falou Cesar entre os dentes ao ver que o homenzarrão o olhava como se fosse devorá-lo —, o que o n***o ali quer comigo?
— Cesar, o Imperador quer que você duele com o seu guerreiro Gaubrak — explicou Naty.
— Oxente! Diga a ele que não estou preparado para isso, não — Cesar estava a ser modesto, apesar de não conhecer nem um terço dos feitiços existentes, mas conhecia o seu poder, sentia dentro do seu cerne que podia fazer coisas extraordinárias.
— Unbalót Domdalil, tús ár gá azdól móin blabolót boló úzd, ofál dánb béig gá oblamtál ár noxúo (Imperador Domdalil, ele disse que não está preparado para isso, há pouco tempo que ele aprendeu magia.)
— Pepoxáun (Bobagem) — disse o Imperador. — Zál Allogaj ár, gá oblamtál ár zál zivuzúamd boló ár tavamtál-zá. Úl, Gaubrak, odogól. (Ele é um Allogaj, o que aprendeu será o suficiente para ele se defender. Vamos, Gaubrak, ataque.)
Gaubrak afastou-se um pouco mais e fez uma pose de ataque a apontar o seu bastão para Cesar que hesitou, o pessoal se afastou, mas alguns guerreiros ficaram atrás do seu companheiro a rir da situação.
— Naty — Cesar ficou nervoso, não queria duelar para provar o seu potencial para ninguém, mas o Imperador era insistente e não deixaria que ele fosse embora enquanto não mostrasse o que sabia fazer.
— Gipso — um raio cósmico saiu do bastão mágico de Gaubrak, que parecia um marreta, em direção ao Cesar.
— Gipso — por impulso, rapidamente, Cesar atacou com o mesmo feitiço.
De repente, as duas pontas dos raios cósmicos — que saíram disparados para o seu oponente como meteoritos —, se choram, o raio cósmico que saía do bastão de Cesar foi mais forte e não demorou para se estender até o oponente e atingi-lo completamente.
Além de Gaubrak se transformar numa estátua branca, os seus companheiros que estavam atrás dele foram atingidos e também se transformaram em estátuas.
Não era gesso de verdade apesar do nome, apenas o seu aspecto era parecido e era um feitiço usado para ajudar a colocar ossos quebrados no lugar, depois passou a ser customizado e usado para imobilizar adversários, de qualquer maneira, demoraria muito para passar o efeito, a não ser que Cesar desfizesse antes, ninguém conseguiria conjurar um contra-feitiço poderoso o bastante para trazê-los de volta.
Domdalil ficou boquiaberto com a rapidez com que Cesar rebateu o feitiço do seu guerreiro mais forte, após alguns segundo estatelado, o Imperador riu e bateu palmas.
— Voról ái gá blazusól ár móin tá géis níund, bám ofál móin tíar, ofál móin mumkáun boló ordíl díí, xefám Rasec (Eu falei que ele não precisava de muita coisa, pena que não houve duelo, não há ninguém a sua altura, jovem Rasec) — Domdalil chegou mais perto de Cesar e encheu o pulmão de orgulho. — Gá tafál ái vosál? Zál dí bazéo tá nínt nóuz betaléz, nóuz oumté gá Potensis gíorgál gá asuzdúl. (O que devo fazer? Você é a pessoa mais poderosa do mundo, ainda mais que qualquer Potensis que exista.)
— Oumté móin, Unbalót (Ainda não, Imperador) — respondeu Naty. — Dál nóuz gemíazunámd Allogaj tá dlafó-zâ gá ár, betál Allogaj oumté taledól-rúa. Blazusól-mééz bél úzd tá asalzúd, zamóin, betál kaló mééz vún gá tasaxól-méz dál móin. (A Allogaj das trevas tem mais conhecimento que ele, ela ainda pode derrotá-lo. Por isso precisamos de um exército, senão, a nossa guerra pode não ter o fim que desejamos.)
— Tabéuz tá dité gá tusál-ná-féz, úl ái, gén zaldás, oxitól áum kaló ázd gá betál tagrolót bél Kanahlic, nóz, umvarús-nomául, betál-ái móin oxitól boló lazkodól Kanahlic blumzá, Nimtúor Bledeger mééz balnudúl-ná móin umfotúl Laór Gozdar, denól zé-nomául boldút. (Depois de tudo o que me disseram, eu vou, com certeza, ajudar nesta guerra que pode ser declarada por Kanahlic, mas, infelizmente, não poderei ajudar a resgatar a princesa Zadahtric, nosso Protocolo Mundial não me permite invadir um Castelo Real, somente tomar partido.)
Domdalil pegou uma corneta branca e curvada, entregou ao Cesar e disse que era feita da presa de um mamute alfa do Reino dos Campo de Sangue.
No dia em que a guerra fosse declarada, que ele soasse a corneta, guerreiros apareceriam ao seu dispor. Cesar agradeceu e Naty traduziu por ele.
***
Era noite e Cesar e as meninas não poderiam seguir com o plano, no caso, teriam que dormir naquele alegre Castelo.
Aproveitaram a hospedagem e comemeram, beberam, dançaram, caíram na folia. Não havia um motivo especial para realizarem aquela festa, simplesmente, uma vez por mês o Imperador abria os portões para comemorarem uma noite de júbilo.
Incrível era que aquele Reino não esbanjava ouro para todo lado, mas a beleza rústica e a imensidão do lugar eram, sem dúvida, mais ricas, principalmente, pelo alento que era a base do reinado.
Era um povo próspero, farto, afortunado, possante, sábio, entre outras centenas de qualidades.
O Imperador disponibilizou um quarto para nobres do seu Castelo onde Cesar e as meninas dormiriam. Mas ainda eram onze horas da noite, conversavam até Naty entrar no quarto.
— Olá, pessoal — saudou ela e o pessoal respondeu, logo, foi trocar de roupa e voltou para ir juntar-se à sua equipe. — Então, não há como resgatarmos Zadahtric do Castelo com o apoio de outros reis, senão, eles teriam que arcar com a responsabilidadede de iniciarem uma guerra o que não é tão simples, fora que o Reino de Ic, que já era famoso, agora está a ser temido por causa da Allogaj que quase metade do mundo já sabe que existe. Provavelmente, Layra deve notificar aos Vinte e Quatro Anciões sobre tudo, eles não são oniscientes, mas têm uma memória sobre-humana. Que apenas esperemos qual decisão eles vão tomar. Enfim, pelo menos, os reis estão nos apoiando, se Kanahlic declarar guerra contra nós, teremos guerreiros disponíveis para lutarem ao nosso favor.
— Então, como vamos fazer para resgatar a rainha? — perguntou Cesar. — Se me instruírem eu posso fazer qualquer coisa.
— Rasec, você precisa muito aprender magia avançada, mas a aprendizagem é um processo longo e gradativo, porém, não temos tempo o suficiente para isto. Temos que encontrar um meio mais rápido para você estar pronto para enfrentar Audaxy. Contudo, para resgatar a rainha requer experiência porque pode não dar certo enviarmos você sozinho ou com as meninas, mesmo você tendo um desconhecido, porém, óbvio, grau elevado de magia.
- Pensei que um Allogaj não tinha grau de magia — disse Fabiana.
Sabia que para realizar feitiços de grau avançado era necessário conhecimento e para conhecer era necessário que o grau fosse compatível, pois, o conhecimento era parte das cautelas para fazer magia. Cesar fez uma coisa que quem tinha grau elevado não faria, precisaria de mais.
— Todo humano mágico tem grau de magia, Fabi, exceto aqueles que passaram do grau vinte e um, mas se tornam como os Vinte e Quatro Anciões, parte da magia, como ocorreu com Lidarred. Até mesmo os Potensis, os que foram abençoados pelo Primevo Grande Feneco com o Poder, tem grau, o último, mas permanecerá assim até ao findar da sua própria vida.
— Qual a diferença de um Allogaj então? — continuou Fabiana.
— Bem, não sei ao certo. Os Allogajs vieram a existir antes dos Primevos, antes de tudo mágico, na verdade. Os primeiros humanos mágicos do Universo, há milênios, foram os Allogajs. Os mágicos genuínos, os primitivos. Não existem mais primitivos, somos todos e todas descendentes deles, nossa magia é passada de geração para geração e esta fragmentação faz com que menos mágicos nascam, não sabermos ainda o porquê de dois Allogajs ter surgido e de um mundo que não é mágico como o nosso. Às vezes, o Universo nos manda sinais que não podemos entender, só fará sentido depois. Talvez, a diferença de um Allogaj seja fazer coisas inimagináveis com a magia, basta ampliar o seu conhecimento que é a base de tudo. O seu único limite é o seu lado mágico, se ele é das luzes, n******e fazer magia das trevas, até onde sei, porque Audaxy era das trevas e fez uma coisa que somente feiticeiros das luzes fazem, mandou uma alma para o Além, a alma de Lidarred. Depois disso, o braço dela foi tomado pelas trevas e não sai. Não sei o que lhe causa no fim, qual a consequência, o resultado, mas ela segue viva e a cada dia mais forte.
— Nossa! Que resposta — maravilhou-se Fabiana.
— Voltando aos planos, Naty, o que vamos fazer para resgatar Zadahtric e impedir que ela seja desmagnificada? — perguntou Talita.
Ela não tinha falado nada há dias, nem conversava mais com o Cesar como antes, mas sabia que diante daquela situação que estavam a viver, não tiveram tempo para namorar, ou ela não quis ter, e Cesar não percebia o seu afastamento por estar ocupado e preocupado a todo instante.
Talita sentia algo no seu cerne e dessa vez não queria compartilhar.
— Estava a conversar com o Imperador e ele me mostrou o local exato em Syanastiah onde Nabyla foi vista recentemente.
— A Transcendentis?
— A própria. Vamos tentar convencê-la a nos ajudar a resgatar Zadahtric do Castelo. Nabyla é famosa no mundo por salvar pessoas de armadilhas, prisões, cárcere e celas. Ela libertou escravos e já foi líder de várias fugas, salvou pessoas sequestradas e ajudou a prender criminosos, tudo isso e ainda é tão jovem, ela usou a sua benção para ajudar a tornar este mundo vil num lugar melhor. Ela não tem medo de ninguém, nada pode prendê-la, nenhum feitiço pode atingi-la, ela é a nossa última esperança. Tudo o que temos que fazer é, primeiro, encontrá-la, segundo, convencê-la a entrar nesta luta.
Cesar lembrou-se de que quando conversava com uma das feiticeiras prodígios, ela acabou revelou a ele que todo abençoado por um Primevo sofria de algum m*l, como também todo amaldiçoado recebia algum bem, assim, havia equilíbrio do Cosmos.
— Se ela se recuar? — quis saber Cesar.
— Não sei o que acontecerá depois, mas provavelmente voltaremos para Umnari para nos encontrarmos com o nosso pessoal, agora, temos sete dias, por isso, temos que nos apessar. Durmam, vamos acordar cedo para irmos ao Reino das Libélulas.
— Já gostei do nome — falou Fabiana.
— E vai amar o lugar, é tão lindo que sentirá v*****e de nunca mais sair.