Todas dormiam e Cesar continuava com os olhos abertos, estava preocupado com o seu destino, era um Allogaj, o único que podia enfrentar Audaxy, mas ainda faltava-lhe muito para aprender.
Audaxy possuía mais conhecimento que Cesar, ele necessitava de consultar o futuro, precisava ter certeza de que não decepcionaria todo mundo, enquanto isso, pensava na sua vida, em tudo o que deixou para trás para seguir como feiticeiro, precisava fazer valer a pena.
As lamparinas de vidro do quarto eram potes distribuídos e pendurados no teto por correntes, estavam repletas de borboletas de fogo, eram azuis e deixavam a iluminação perfeita para o sono. Cesar se levantou da sua cama e se aproximou de uma das lamparinas grudadas na parede para ver de perto.
Eram chamas de fogo em formas de borboletas que voavam lentamente como se as asas fossem muito pesadas. Um encantamento muito bonito. Ele bateu o dedo médio no pote e as borboletas se agitaram freneticamente, mudaram para a cor branca o que iluminou o quarto como se estivesse de dia, e todas as outras borboletas mudaram também.
Imediatamente, ele bateu o dedo no pote de novo, as borboletas ficaram laranjas e depois que bateu o dedo pela última vez, as borboletas voltaram a cor azul e a voarem devagar.
Cesar checou se as meninas havia acordado, por sorte, se ajeitaram na cama, mas continuavam a dormir. Pelo menos, ninguém demonstrou que despertou.
Então, ele foi para uma porta distante das camas que dava para a varanda da torre qual estavam, Cesar saiu para sentir o frio, a lua estava azul e ele ainda não sabia o que aquilo significava para o mundo.
No seu campo de vista, via um estreito rio que serpenteava por um vale de gramas vermelhas, mas a cor ficou mais escura por causa da noite.
De surpresa, duas mãos brancas o abraçou por trás, se assustou de primeira, depois ficou tranquilo ao ver que eram de uma garota, virou-se para beijar a sua amada, mas não era quem ele esperava.
— Meu Deus, Tainara, o que você quer? — sussurrou Cesar para a garota.
— Eu quero você — Tainara o agarrou, mas ele a afastou.
— O que eu preciso fazer para mostrar que não quero mais nada contigo, mulher?
— Eu sei que você ainda me quer, você não esconde — ela tentou agarrá-lo outra vez, mas Cesar se esquivou.
— Para com isso. Que fogo! Você está completamente maluca.
— Maluca por você, vamos aproveitar a oportunidade que estão todas dormindo para a gente se esquentar aqui fora.
Ele arfou antes de dizer:
— Olha, eu amo a Talita, estou namorando com ela agora, não vou mais te explicar isto, se você foi uma pessoa infiel, não significa que todo mundo seja como você.
Aquelas palavras de Cesar foram como agulhas afiadas a trespassarem pelo coração de Tainara que se decepcionou no mesmo instante.
— Poxa, Cesar — lamentou a garota.
— Você estava pedindo para ouvir isso. É sério. Para!
— Eu estava pedindo para ouvir um "eu ainda te amo".
— O caso é que eu não te amo... Mais.
— Ouviu? Você hesitou.
— Isso significa que eu não te odeio, só não quero nada com você. Caramba! Por que está tão difícil de você entender?
Tainara se aproximou e pegou nas mãos do rapaz para levar até aos seus s***s.
— Só vou entender quando você me disser que não sente o meu coração bater bem forte por você.
— Estou sentindo outra coisa agora — Cesar puxou as suas mãos. — Não dá, não rola mais.
— Cesar, eu vou esperar por você, sempre...
— Você precisa esperar por alguém que vá te assumir. Vai dormir, garota, você está ficando maluca... Olha. Quer saber? Eu vou dormir e você fique aí se quiser, só não me incomode mais, por favor — Cesar entrou para o quarto e foi para a sua cama cuidadosamente para não fazer ruídos, até mesmo se esqueceu dos seus problemas e conseguiu pegar no sono, nem percebeu quando Tainara foi se deitar.
***
Amanheceu, o Imperador convidou os seus "hóspedes" para comerem uma deliciosa refeição antes de partirem e levarem algo imperecível para se alimentarem no caminho.
Sentaram à mesa com Dondalidil sentado na ponta numa cadeira real e comeram enquanto ele contava a sua história de como se tornou um Immortalis, Naty traduzia.
Tudo estava tranquilo até Cesar perceber que Gisele soprou alguma coisa no ouvido de Talita, o semblante dela mudou de contente para de nojo, por fim, raiva. Talita olhou para a Tainara que estava distraída, em seguida encarou o Cesar.
— Ah, não! — murmurou o rapaz consigo próprio.
Imaginou que Gisele acordou na madrugada e viu o que aconteceu com ele e a sua ex-namorada, pensou que a culpa foi dele por ter feito as luzes das borboletas de fogo mudarem a cor e despertá-la sem querer.
Talita continuava a encará-lo séria, comprimiu os lábios a olhar para Tainara, depois olhou para ele, se levantou e saiu. Antes, fez uma reverência ao Imperador e foi para o pátio redondo, Cesar também fez uma reverência e saiu atrás dela.
No meio do pátio redondo tinha uma fonte repleta de flores aquáticas, para onde Talita foi as pilastras ao redor estavam tomadas por heras vermelhas e por flores laranjas e amarelas, algumas pessoas negras da população passeavam pelo local.
— Alita, espera — gritou Cesar.
A garota se virou para ele bruscamente.
— Você a beijou? — ela aproveitou o ambiente para desabafar.
— Óbvio que não. Eu não gosto dela, nem suporto ouvir a hipótese de beijá-la, você é a minha namorada agora.
— Fala a verdade Cesar, por que você não a beijou?
Cesar abriu a boca para dar a mesma resposta com outras palavras, mas acabou estranhando o tom de voz dela.
— O quê? Como assim? Era para eu ter beijado?
Talita hesitou.
— Não foi isso o que eu quis dizer...
— Amor, por que você está assim?
— Porque você teve um encontro às escondidas com a sua ex...
— Não é sobre isso que estou falando, e eu não tive um encontro às escondidas, eu fui para a varanda da torre e ela foi atrás de mim. Você está diferente há dias, o que está acontecendo?
— Cesar, não mude de assunto.
— Você está falando o meu nome verdadeiro.
— E você continua mudando de assunto.
— Então diz aí, o que você quer saber?
Talita hesitou de novo.
Dessa vez, ela quem abria a boca para respondê-lo mas não saiu nada, então, ficou cabisbaixa e disse:
— Eu sei que vou sofrer, mas eu quero que você volte com a Tainara. — Antes que Cesar respondesse, ela levantou a cabeça e completou: — Porque eu pensei que você queria ficar com ela, mas é fiel a mim, agora vejo que não tem mesmo nenhuma chance de vocês voltarem.
— Alita?
— Você quer uma explicação?
Cesar fez que sim, a sua confusão era tamanha que ele ficou sem o que perguntar.
— Ah han! — exclamou.
Talita respirou fundo.
— Cesar, eu estava procurando um pretexto para terminarmos, não tem como a gente ficar junto, ambos sabemos que eu sou uma Escolhida e eu estava pensando em aceitar o Chamado ou não. Estava pensando por sua causa, porque quero ficar com você, não sei se é amor, se for, não importará a distância ou circunstância, eu vou continuar te amando, mas eu decidi que vou ser a Suma-Sacerdotisa. A Luz já sabia antes de mim, antes de virmos para Sipritiah, estávamos estudando na Basílica, a Luz me visitou em sonho e me disse que era para eu me preparar, pois, a Cidade dos Immunus em Kelengordi aguardaria a minha chegada.
— Na Cidade dos Immunus é onde fica o Templo dos Trealtas, a habitação do atual Sumo-Sacerdote — disse Cesar sem acreditar.
— Está entendendo?
— Alita, por que não me disse antes?
— Ou o quê? Teria ficado com outra garota?
— Teria te apoiado até o fim — essa resposta de Cesar partiu o coração de Talita, ela era ciumenta, mas nunca duvidou dele. — Quando foi que você deixou de me conhecer? — perguntou Cesar abatido.
— Cesar, eu não falei por m*l, desculpa. Eu sei que você é fiel, é que é difícil de acreditar, pensei que quando você visse uma oportunidade, aproveitaria, me desculpa, mas o homem é uma raça r**m, poucos se salvam, eu tive a sorte de te encontrar e tenho orgulho de dizer que você foi o meu namorado...
— Foi — Cesar repetiu desalentado o verbo interrompendo Talita. — Justo quando eu pensei que ia dar certo. Por que eu sou tão i****a?
— Não, meu amor — Talita o abraçou pela cintura por ser menor que ele, mas ele não teve forças para retribuir, apenas permitiu —, você não é i****a, muito pelo contrário, eu nunca encontrei um homem tão maravilhoso como você. Sim, você não é um mero rapaz, você é um homem, por isso que as meninas todas ficam loucas por você, todas as prodígios quiseram ficar com você. Eu sabia do meu destino e tentei não me apegar a ninguém — ela desencostou o seu rosto de peito dele e olhou para cima —, mas aí você apareceu, com esses olhos cor de girassol, eu não resisti, tentei esquecer do meu Chamado, mas está sendo mais forte do que eu. Eu sinto muito.
— Não sinta, é o seu destino, você tem o seu e eu tenho o meu, vamos prosseguir sem desviar, pode ser pior — Cesar colocou as mãos nos ombros de Talita educadamente para que ela o soltasse.
Talita entendeu o gesto e o soltou devagar e cabisbaixa. Ficou de coração partido.
É sempre necessário evitar algumas coisas no presente para fugir do sofrimento no futuro, pensava Cesar.
Ele foi para dentro e Talita continuou lá, a olhar as flores aquáticas na fonte.
Hora de se despedirem do Reino dos Campos de Sangue, as prodígios e o Allogaj estavam fora dos limites da cidade, do lado de fora da Grande Muralha de Evernoguongo VII de dois mil anos, e o Imperador Domdalil acompanhado por Gaubrak e vários outros guerreiros fizeram a escolta até o ponto de a******a de portais.
Alguns mamutes atravessavam o campo mais para frente e pararam para assistir a debandada, não era todos os dias que se via.
— Odá nóuz, bletúx-z, odá nóuz, Natybinle onúk níí, azbalól-ái fál féz éidl fás. (Até mais, prodígios, até mais, minha amiga Natybinle, espero vê-los outra vez) — disse Domdalil, abraçou apenas a Naty, com os demais ele fez uma reverência e copiaram-no.
Naty traduziu o adeus para Cesar e as meninas que pediram para agradecer em dorbiano. Ela ensinou e repetiram:
— Eplukót, Fééz Zepalomúo (Obrigado, Vossa Soberania) — saiu com um sotaque diferente e Domdalil pôs-se a rir.
Naty, Cesar e as meninas deram as mãos e sumiram num portal branco.
Chegaram a uma floresta tropical, na frente deles havia uma tenda da fronteira, foram se encontrar com um elfo vestido com roupas feitas de folhas gigantes, mostraram a permissão e atravessaram outro portal.
Agora estavam em cima de uma pedra úmida e porosa, parecia um seixo gigantesco e na sua ponta, atrás deles, tinha uma forma como um chifre de rinoceronte.
Estavam acima de uma ribeirinha, ao redor havia vários corpos d'água cheios de folhas e plantas aquáticas, atrás era uma tranquila queda d'água de um metro e meio que continuava o seu percurso como um riacho até a uma cidade distante, haviam várias casas feitas de madeiras, e a frente era um caminho de seixos sobre a água cristalina que levava até a um Castelo, a arquitetura era bastante comum, porém, era o Castelo mais belo de todos. Era coberto por musgo e plantas aéreas, flores de várias espécies decoravam a arquitetura.
— Realmente — falou Fabiana —, eu amei este lugar, lindo demais.
Depararam-se com uma vegetação rupícola, o Castelo foi construído em cima de uma ribeirinha, logo atrás havia uma cachoeira, a metros de distância, uma ponte ligava uma caverna no meio dela com o Castelo.
A beleza era quase indescritível e a graça da paisagem era que várias libélulas do tamanho de pequenos helicópteros pousavam na água daquela maneira curiosa.
As criaturas tinham uma cor azul metálica e refletiam de maneira bela a luz do sol, estavam sendo montadas por elfos armados, que eram os soldados do Castelo.
Visitantes era comum ali, por isso, não se importaram com a chegada daquele pessoal, até mesmo acenaram para elas que retribuíram o aceno alegremente.
— É só eu que estou me sentindo escolhida, gente? — questionou Gisele.
— Estou me sentindo minúscula também — disse Talita.
— Bem-vindos ao Reino das Libélulas — saudou Naty.
Andaram por cima dos seixos empilhados, desde o fundo até a superfície da ribeirinha cristalina, para chegarem nos portões do castelo que estava cercado por um mata de galeria, uma floresta úmida e saudável.
Todas perceberam um clima estranho entre Cesar e Talita, a garota sabia disfarçar muito bem, mas ele era mais transparente. Resolveram não questionar.
— Gente, eu tenho medo de cair na água — disse Tainara a segurar-se firme em Belisa. — Não sei nadar.
— Será que vou ser do m*l se eu empurrar ela? — murmurou Talita no ouvido de Gisele.
Como eram as últimas e Tainara a antepenúltima, ela acabou ouvindo e fingindo que não, mas ficou sem graça.
— Se fosse comigo eu já tinha empurrado lá da torre — falou Gisele.
Ambas riram da situação, óbvio que estavam a brincar, mas Tainara levou a sério e segurou Belisa com mais força.
— Calma, Inara — disse Belisa a rir. — Você não vai cair.
Chegaram aos portões com os pés molhados, uma alavanca fez o primeiro portão subir e passaram por um corredor para chegarem ao outro, quando foi alavancado, um véu mágico como uma cortina de cetim transparente com efeito de arco-íris dançava lentamente em sua frente.
Dava para ver as pessoas negras do outro lado.
— Este é o sistema de segurança daqui, assim que atravessarmos, nossos objetos mágicos vão sumir — avisou Naty.
Atravessaram.
O Castelo era do tamanho de uma rua, a sua cidade estava muito distante para guardá-la, nesse caso, era o maior de todos os castelos de Syanastiah. Diferente do pessoal do Reino dos Campos de Sangue, as pessoas de lá não tinham a pele tão retinta e usavam roupas feitas de plantas, vendiam plantas, consumiam plantas e frutas, eram mais pacatas, ou menos agitadas, mas a beleza, era de se admirar.
— Para onde vão os nossos bastões? — perguntou Cesar.
— Para a sala do Castelão — respondeu Naty. — Ele é o responsável por muitas coisa aqui e faz tudo com quase nenhuma ajuda. Ele é um Sapiensis.
— Aqui não tem um Arauto? — questionou Fabiana.
— Não, o Castelão cuida de toda a administração do Reino.
— E cadê o rei deste Castelo Paz e Amor? — quis saber Gisele a fazer o gesto de paz e amor com os dedos.
Naty não entendeu a expressão, mas respondeu:
— É rainha, e provavelmente deve estar na Câmara Real, onde ela passa a maior parte do tempo, vamos para a sala do Castelão, quem sabe ele possa nos informar sobre Nabyla.
Cesar e as prodígios andaram por becos e vielas daquele lugar enorme para chegarem ao destino final, no topo do castelo.
Antes do Salão Real estava a sala do Castelão que era iluminada pela luz do sol a refletir no teto translúcido.
Um homem n***o estava sozinho, sentado à mesa no centro de uma galeria em cima de uma passagem que dava para o pátio do Castelo, ele escrevia com uma caneta de graveto de bambu e o seu pote de tinta era uma planta-jarro, Nepenthes ampullaria.
O homem, quando viu o pessoal chegar naquele recinto cheio de documentos e plantas, ele desceu às escadas pelo seu lado direito e se aproximou para recebê-lo.
A sua túnica era uma planta Sarracenia de cabeça pra baixo, já parecia um vestido sem pontos, as suas ombreiras eram uma parte da planta carnívora Dioneia, com os seus espinhos que pareciam ser os seus dentes, e usava um chapel que era uma folha moldada em cilindro com uma haste na ponta, semelhante a uma gavinha, que terminava num pequenino pote bojudo.
— Eró, Láum tá Ruparír fusudómd-z, zál-ái Teogáodo, Gozdarón tá Loxú Metrimna, vurú tá Trimna, vurú tá Aína. Zál rikól ázd tá brám bós, noxúg-z pozdóin-z zál móin balnudút-z. Pozdóin-fééz-z zál tafervút-z ozún gá boldúl-féz (Olá, visitantes do Reino das Libélulas, eu sou o Teogáodo, o Castelão da Rainha Metrimna, filha de Trimna, filha de Aína. Este é um lugar de plena paz, bastões mágicos não são permitidos. Os vossos bastões serão devolvidos assim que partirem) — o Castelão fez uma referência e o pessoal também o reverenciou.
— Eró, Gozdarón Teogáodo. Zál-méz tá Umnari ú fúl-méz boló ogú bél umtugozóin tá Unbalót tá Evernocongo, Dondalidil tá Láum-Unbalú tá-z Gónb-z tá Zomk (Olá, Castelão Teogáodo. Somos de Umnari e viemos para cá por indicação do Imperador de Evernocongo, Dondalidil do Reino-Império dos Campos de Sangue) — Naty entregou ao Castelão um pequeno rolo de papel que continha todas as informações necessárias.
O Castelão leu o papel com muita atenção e depois foi guardá-lo numa gaveta especial. Enquanto ele andava, a sua túnica feita de plantas carnívoras arrastava no chão e as meninas da Terra não conseguiram ficar sem observá-la.
— É só eu que está esperando os ombros dele se fecharem e comerem a cabeça? — falou Gisele e as meninas riram.
— Shhh! — pediu Naty a sorrir para não fazerem comentários. — Ele é um Sapiensis, pode entender o que vocês falarem — explicou Naty a sussurrar enquanto o homem voltava para elas.
— Ai, c****e! — exclamou Gisele.
— Záld. Úl gíol tá féz genuké boló Gonoló? Zál orú emtá azdól Laxú ogenbomúot bél Nabyla ú betál tá féz amdlól obamóz ín (Certo. Qual de vocês vai comigo para a Câmara? É lá onde está a rainha acompanhada por Nabyla e apenas uma de vocês poderá entrar) — avisou Teogáodo.
— Ín? (Uma?) — reclamou Naty. — Betál móin zál téuz? (n******e ser duas?) — ela apresentou o Cesar com as mãos. — Blazusól-ái oblasamdól ázd xefáun boló Nabyla. (Eu preciso apresentar este jovem para Nabyla.)
— Zúmd níumd, zál lákl-z. Zál féz ogú azdlomú-z, zopál-méz móin zá bromaxól-féz órké gémdl ázd bozuvúg Láum (Sinto muito, são as regras. Vocês são estranhos aqui, não sabemos se planejam algo contra este Reino pacifico) — ele apontou a mão para o Cesar. — Ázd Potensis, gén-zaldás, úl móin. (E este Potensis, com certeza, não vai.)
— Gá? Belgá? (O quê? Por quê?) — perguntou Naty a franzir o cenho.
— Zál Potensis móin gemvúefár-z, betál ár-z vosál orkí-z váudúz-z záun noxúg pozdóin (Potensis não são confiáveis, podem fazer alguns feitiços sem bastão mágico) — explicou Teogáodo.
— Nóz Rasec zál móin Potensis. (Mas o Rasec não é um Potensis.)
— Dóin xefáun gén ázd klói arafotuzún tá noxúo? Zá zál móin Potensis, betál amdóin zál zé-nomául Allogaj. (Tão jovem com este grau elevadíssimo de magia? Se não é um Potensis, então pode ser somente um Allogaj.)
— Zál ár asód-nomául Allogaj (Ele é exatamente um Allogaj) — disse Naty.
O Castelão ficou boquiaberto com os olhos fixos em Cezar.
— Éidl Allogaj áun-ázd nímt? Bél Trealtaz, azdól gá boló ogendazál? Nóuz fás, zál Umnari opamzéot bél Imufálz, gemdumámd emtá zál zazámd bél-zámd tá bebirozóin tá-z dláf-z. Belgá zál ázd gemdumámd fusót? Úzd zál móin melnór. (Outro Allogaj neste mundo? Pelos Trealtas, o que está a acontecer? Mais uma vez, Umnari é abençoado pelo Universo, um continente onde sessenta por cento da população é das trevas. Por que este continente é visado? Isto não é normal.)
— Gozdarón, bél-vofél. Blazusól Allogaj zál oblasamdát boló Nabyla. (Castelão, por favor. O Allogaj precisa ser apresentado para Nabyla.)
— Belgá úl móin ár zé? Voról móin rumkú mééz? Zál móin tá nímt ázd? Hum! (Por que ele não vai sozinho? Não fala a nossa língua? Não é deste mundo? Hum!) — resmungou o Castelão. — Immunus tá nímt éidl zál azgerút bél noxúo tá rís-z boló zál unblakmótgenéé zá ofál móin ogú Immunus zivuzúamd (Um Immunus de outro mundo foi escolhido pela magia das luzes para ser impregnado, como se aqui não houvessem Immunus o suficiente) — ele olhou com curiosidade para Naty. — Gené dál féz saldás gá zál ár Allogaj? Betál opamzéot zál móin utamduvugót boló zál móin bél orkáun gén tén tá utamduvugól. (Como vocês têm certeza de que ele é um Allogaj? Um abençoado n******e ser identificado a não ser por alguém com o dom de identificar.)
— Zál imúg azbrugozóin boló gá fál-méz vosál ár odá exá. (É a única explicação para o que vimos ele fazer até hoje.)
— Vosál dí, galál ái fál (Faça, eu quero ver) — pediu Teogáodo para Cesar.
— O que ele quer? — perguntou Cesar para Naty.
— Ele quer que você faça alguma coisa para provar que é um Allogaj — respondeu Naty.
— Como?
— Gené? — traduziu Naty para Teogáodo.
— Motó tá isól pozdóin éi éidl gíorgál noxúg epxád (Nada de usar bastão ou qualquer outro objeto mágico) — respondeu Teogáodo.
— Ele disse que você n******e usar um objeto mágico — traduziu Naty.
Cesar fechou a cara e cruzou os braços.
— Estou cansado disso — os seus olhos ficaram totalmente brancos.
— Gá azdól ár boló vosál? Zál úzd tén? (O que ele está fazendo? Isto é um dom?) — perguntou o Castelão.
— Zún (Sim) — afirmou Naty.
— Isól tén zukmuvugól móin gá zál ár Allogaj. (Usar um dom não significa que ele seja um Allogaj.
Naty traduziu aquelas palavras, mas de repente, o corpo de Cesar começou a fumegar, uma fumaça branca saía do seu corpo.
— Gá? Azdól ár... Azdól ár... (O quê? Ele está... Ele está...) — o Castelão soube na hora o que Cesar tentava fazer, porém, as meninas que ficaram confusas.
Cesar tentava abrir um portal lá dentro, era a única coisa que ele fez sem usar bastão mágico.