Capítulo 5

3567 Palavras
Sem esperarem, um vórtice como uma tromba d'água, só que de fumaça branca, dessa vez sem poeira dourada, se formou ao redor de Cesar, todas se afastaram, pois, as suas roupas e os seus cabelos esvoaçaram de uma maneira qual sentiram que podiam ser levadas pelo vento. O vórtice começou pelo cerne do rapaz, tomou todo o seu corpo e cresceu até ao teto do ambiente que era muito alto. Vários papéis começaram a voar por conta do vento forte. A tromba de fumaça branca tomou proporção e foi crescendo como um furacão até suspender o Cesar no ar e o chão e o teto começarem a rachar aos poucos. Pelo protocolo da Magia Universal, os Vinte e Quatro Anciões concederam a cada Castelo registrado em Dorbis o poder de bloquear portais como sistema de segurança, esse poder era propriedade da Chama Branca que era, na verdade, um Fogo Azul concedido pelos Trealtas aos Anciões e incrementado com a Luz Mágica pelo Sumo-Sacerdote. A tentativa de Cesar de abrir um portal desfaria a magia da Chama Branca que envolvia todo o Castelo. — Oh! Koléd tá Ic, nomtól lobós ázd bolól gén úzd, xó amdamtál ár gá zál ár Allogaj. Úl ár ogopól gén rúmt zoró níí (Oh! Garota de Ic, mande este rapaz parar com isso, eu já entendi que ele é um Allogaj. Ele vai acabar com a minha linda sala) — gritou o Castelão por causa do vento forte que fazia com que as suas vozes não se propagassem como queriam. — Tól móin, zopál móin gá azdól boló ofál, úl orkáun dál gá amdlól áun feldúz (Não dá, não sei o que está havendo, alguém vai ter que entrar no vórtice) — gritou Naty de volta. O problema era que ninguém tinha condições de fazer aquilo. — Úl ái ogopól gén úzd (Eu vou acabar com isto) — Teogáodo féz o seu bastão aumentar com magia e apontou para o vórtice. — Óumt móin (Ainda não) — gritou uma voz feminina atrás dele. Todas foram ver quem havia entrado naquele recinto em caos. Cesar, suspenso ar, sentia algo muito poderoso sair do seu corpo, uma energia muito forte que ele não sabia controlar, olhava para as suas mãos, e por usar o seu dom, viu que a sua aura era tão extensa que se fosse uma roupa, tomaria um espaço de três elefantes. Sem esperar, outra aura branca se aproximou dele, era uma mulher e usava magia para locomover-se pelo furacão, pois, a sua Pedra de Vírnam brilhava. Por dentro era mais tranquilo, o vento não era tão devastador. — Lobós, bolól gén úzd, úl dí tazdlíul zoró tá Gozdarón níí. (Rapaz, pare com isto, você vai destruir a sala do meu Castelão) — disse a mulher, mas Cesar não entendeu o uma só palavra, deixou de usar o seu dom para vê-la em cores, pois, tudo ficava azulado quando olhava o mundo de maneira astral. Cesar ainda não aprendera a controlar o poder que tinha. A mulher era n***a, tinha cabelos longos e lisos, porém, verdes como musgo, pequenas margaridas brancas os enfeitavam. Ela também tinham olhos de cor verde-musgo, um sinal perto da boca rosa e orelhas pontudas, como dos elfos, só que menores e da cor da sua pele. A mulher usava uma coroa de ouro moldada para se parecer com pétalas de flores e carregava um Cetro Real com uma Pedra de Vírnam encaixada. A mulher fechou os olhos, se concentrou e o atingiu com um feitiço: — Mildigi. Após estranhar por não ter resultado, ela o atingiu mais quatro vezes. Cesar sentiu o seu corpo pesar, mas o seu poder continuava descomunal, entretanto, o cansaço o fazia querer não sustentar mais, então, foi descendo para o chão e ficou de frente para a mulher n***a de cabelos verdes. O furacão foi se dissipando até sumir. O rapaz olhou ao redor e percebeu o caos que tinha causado. Papéis, móveis, plantas, tudo espelhado por todo canto da sala, e o pessoal distante se aproximou. — Zál ár Laxú Metrimna. Gáun zál dí, xefáun tá pár-zâ erúe-zâ? (Eu sou a Rainha Metrimna. Quem é você, jovem dos olhos bonitos?) — perguntou a rainha Metrimna. Cesar não disse nada, sabia que não adiantaria conversar, esperou por Naty. Mas olhava a rainha por completo, desde o seu vestido de folhas até as suas orelhas pontudas e entender que ela era uma elfa-híbrida com humana, por fim, olhou a sua coroa e fez uma reverência. — Zál mén tár Rasec, Noxazdót, voról móin ár rumkí mééz. Zál ár tá Gorbis, Terra (O nome dele é Rasec, Majestade, ele não fala a nossa língua. Ele é de Gorbis, Terra) — avisou Naty. Também a reverenciou e as meninas imitaram o gesto. — Ablunút-z Vauduzául-zâ tá Gorbis azdól nóuz betalés-zâ éi zál ár éidl géus? (Os Feiticeiros Oprimidos de Gorbis estão mais poderosos ou ele é outra coisa?) — questionou a rainha. — Onpóz. Láor-nomául, azdól vauduzául-zâ tá Gorbis irdún-nomául nóuz betalés-zâ, nóz zál móin zunbráz vauduzául Rasec, zál Allogaj (Ambas. Realmente, os feiticeiros de Gorbis estão mais poderosos ultimamente, mas Rasec não é um simples feiticeiro, é um Allogaj) — respondeu Naty. — Zamdúl ái noxúo gá amferfál Gozdár níí zál baldilpót. Gá azdól ár boló damdól vosál? Fúl féz genblenadál ná? (Eu senti a magia que envolve o meu Castelo ser perturbada. O que ele estava tentando fazer? Vieram me comprometer?) — a rainha não se importou em saber sobre o rapaz, preocupou-se primeiro com o seu Castelo. — Móin, Noxazdót, damdól ár blefól boló Gozdarón díí gá zál Allogaj, boló batút tár nasné. (Não, Majestade, ele tentou provar para o seu Castelão que era um Allogaj, a pedido do próprio.) A rainha olhou para trás para encarar severamente o seu Castelão. Ele se envergonhou, pediu perdão e disse que só queria ter certeza, pois, nunca viu um Allogaj antes. — Boló zopú enáun gá gemzakúl odlofál tá-zâ bazé-zâ amjalkól, zál úzd daríz (Para um homem sábio que consegue enxergar através das pessoas, isso foi tolice) — ela olhou de volta para Cesar e as meninas. — Tafál boló gá éml tá fusúd fééz boló Láum níí? (A quê devo a honra da vossa visita ao meu Reino?) — Páun, dál-méz lér tá bobár gá azbrugél dité, nóuz Gozdarón kíoltól ár ú okél zopál móin zá tél boló amgemdlól ár (Bem, tínhamos um rolo de papel que explicava tudo, mas o Castelão o guardou e agora não sei se dá para encontrá-lo) — disse Naty. — Glál gá gemzakúl ái, zé tél ná ín numíd (Creio que eu consigo, só me dêem um minuto) — o Castelão desatou-se a procurar desesperado pelo rolo de papel. Não entendeu por que aquilo estava a acontecer com ele, sempre foi cauteloso, eficiente e premeditava os seus passos. Naty não esperou pelo papel e explicou toda a situação para a rainha que ouviu atentamente cada palavra e deu crédito. — Gozdarón (Castelão) — gritou a rainha. — Zún, Noxazdót? (Sim, Majestade?) — Teogáodo parou de procurar pelo papel enrolado para atender a sua rainha. — Nomtól-órkaun blabolót pomgád, béuz, dál méz vázd exá. Asizdúl Allogaj tá Rís-zâ áun Láum níí. Zál úzd tá fál lól. (Mandem preparar um banquete, pois, hoje teremos festa. Há um Allogaj das Luzes em nosso Reino. Isto é raro de se ver.) — Zún, Noxazdót (Sim, Majestade) — confirmou Teogáodo e se retirou da própria sala. Mal sabendo eles que a maior das raridades era a Talita, mas não estavam prontos para terem essa conversa. — Vugól-méz klód-zâ pozdomdá, Noxazdót, nóz dál méz móin dánb, blazusól méz voról gén Nabyla. Dál méz éudé túo-zâ obamóz boló lazkodól Laxú mééz (Ficamos bastante gratas, Majestade, mas não temos tempo, precisamos falar com Nabyla. Temos apenas oito dias para resgatar a nossa rainha) — disse Naty. — Umvarús-nomaúl, úl Nabyla anpeló, baltéol ná bél asuxamzú-zâ tá Gozdarón, dál ar vosál zakilómz níí bél óm-zâ níumd-zâ. Nóz zá bláegiból móin, ferdól exá éumt Nabyla. Zá dufál ái neté tá genimugól boló ár, fúl ar áun nasné umzdomd. Amgíomdé úzd, tazgomzól féz, genál féz, vugól féz boló femdót, zál gós tá féz. (Infelizmente, Nabyla foi embora, perdoe-me pelas exigências do Castelão, ele tem feito a minha segurança por muitos anos. Mas não se preocupem, Nabyla volta ainda hoje. Se eu tivesse um modo de comunicá-la, ela viria no mesmo instante. Enquanto isso, descansem, comam, fiquem à v*****e, a casa é de vocês.) — Vugól méz dét-zâ clód-zâ, Noxazdót (Ficamos todas gratas, Majestade) — Agradeceu Naty. Aquela conversa terminou, a rainha levou os hóspedes para conversarem na sua Câmara Real. A Rainha Metrimna levou o pessoal para a sua Câmara que ficava depois do pátio, passaram por uma a******a retangular — que se abria com magia — escondida na Câmara Superior que dava para uma escadaria, desceram por uma espiral e chegaram a um espaço muito bem organizado, com móveis objetos para decoração, era rústico e floral. O teto era iluminado por vagalumes gigantes que acendiam a sua luz naquele lugar escuro quando alguém se aproximava. Estavam espalhados por todo o lugar, mas não saíam da sua posição. A parte onde tinha iluminação diferente era numa área onde tinham dois largos estrados acolchoados, como dois sofás, um de cada lado. Também havia um divã na parede do fundo e uma mesa redonda no centro, um lustre que eram ovos transparentes pendurados por fios de tamanhos diferentes que se assemelhavam a teias de aranha era o que iluminava a área. Dentro dos ovos, algumas larvas fluorescentes se moviam preguiçosamente. A rainha apontou o seu cetro para a parede do fundo e a atingiu com um feitiço: — Trarigardi. A parede ficou completamente transparente, como se fosse feita de vidro e a luz de fora iluminou tudo, o lustre se apagou automaticamente. Estavam debaixo d'água. — Uau! — exclamou Gisele. Ela e Fabiana se aproximaram para admirarem a paisagem aquática mais de perto e dois Proteus anguinos gigantes passaram por elas tão tranquilos que nem sabiam que estavam a ser observados. Os Proteus tinham a cor de salmão e os seus olhos eram da cor rosa. — Zál ázd-zâ xukámd-zâ Protheus noxúg-zâ glúodíl-zâ gá bledaxál opudód ázd ofál zamdám-zâ tá óm-zâ, zál ín tár-zâ Animacae tá okí, gíold irdún Animacae laxuzdlót áun nímt ázd, nóz zopál mumkáun bolotául tár, zinúl ú obolazál ár kíomté zánbl gál (Estes Proteus gigantes são as criaturas mágicas que protegem este habitat há centenas de anos, um deles é um Animacae da água, o quarto e último registrado neste mundo, mas ninguém sabe o seu paradeiro, ele some e aparece sempre quando quer) — informou a rainha e Naty traduziu para o seu pessoal. — Estou maravilhada — disse Belisa. — A beleza plácida deste lugar é singular. — E lá vai a professora Belisa falando outra língua também — comentou Gisele, as demais meninas riram. — Vugól féz boló femdót, bazéor, azbrelól féz rikól, blazusól ái gemfalzól áun baldugiról gén Naty (Fiquem à v*****e, pessoal, explorem o lugar, eu preciso conversar com a Naty em particular) — disse a rainha. Naty traduziu e ambas saíram dali para um lugar mais reservado. Fabiana, Gisele, Tainara e Belisa admiravam o cenário embaixo d'água, viram que as pedras quais andaram por cima para chegarem ao Castelo eram seixos empilhados, não havia nada que pudesse os ligar, a não ser a magia. — Alita, posso falar com você em particular? — perguntou Cesar. Talita virou-se contente para ele e lhe abriu um belo sorriso, uma saudade que sentiu como se ele estivesse longe por muito tempo. — Sim, mas onde? — Vamos explorar. As meninas perceberam que eles entraram mais para dentro da Câmara escura que ia se iluminando com os vagalumes e fofocaram, Tainara decidiu não participar, ela também se afastou, mas para outro canto, na verdade, queria segui-los. Cesar e Talita andaram sem rumo e foram encontrando passagens com mais salas vazias, porém, mobiliadas. — De onde vem o oxigênio daqui? — perguntou Cesar para puxar assunto. — Estas plantas nas paredes, nos jarros, elas liberam oxigênio e respiram gás carbônico, nós fazemos o contrário. — Ah, é! Não tinha reparado nas plantas — ele sabia sobre aquilo, mas andar naquele silêncio era constrangedor, então quis puxar um assunto. Mais a frente, encontraram um corredor com várias portas, entraram em uma e se depararam com um quarto bem arrumado, pronto para ser ocupado por um hóspede. Se fosse na Terra, seria um hotel cinco estrelas. Eles se encararam, olharam para a cama e se encararam de novo. Sem mais nem menos, começaram a se beijar. Beijaram-se como se fosse a última vez, como se o mundo fosse se acabar, sentaram na cama e o clima esquentou, Talita queria gritar toda vez que Cesar beijava e mordiscava o seu pescoço. Eles então se deitaram, Cesar ficou por cima dela, e por impulso, pegou na bainha da camisa para retirá-la, mas se interrompeu ao olhar para o rosto da garota. Ela mordia os lábios de d****o e ele já sabia qual seria o próximo passo. Apenas o abdômen de Cesar estava a mostra, depois ele foi abaixando a camisa lentamente, saiu de cima dela e se sentou na outra ponta da cama. "Por que parou?" gritou Talita em pensamentos. — O que foi, amor? — foi o que ela disse, quase um sussurro. — O seu Chamado, esqueceu? "Sim, completamente" pensou. — Não, jamais, a gente não ia chegar a esse ponto. Ia? "Com certeza" pensou Cesar. — Não, não quero que você contradiga a Luz, seja lá o que ela seja, na verdade, eu nunca entendi isso muito bem. — É complicado. — Deixa lá, o que eu queria mesmo falar com você é que... Sinto muito por ontem. Me desculpe. — O quê? — Talita ficou confusa. — Você não fez nada. — Eu fui imaturo, te tratei com frieza. — Meu Deus, Cesar, você existe? — Por quê? — Cesar riu da pergunta dela. — Eu estava toda errada e você me pede desculpas? A cada dia que passa fica mais difícil eu querer aceitar este Chamado. — Não quero que você renuncie nada por minha causa. Eu estou feliz por você e sei que você será a melhor Sacerdotisa de todos os tempos. Talita apenas conseguia encarar o rapaz, boquiaberta. Estava prestes a encher o ego dele quando alguém abriu a porta, era a Tainara e Talita se levantou da cama com tanta cerimônia que parecia que o próximo passo seria avançar no pescoço da intrusa. Cesar se levou também, mas preocupado com o que Talita poderia fazer. — Eu não posso acreditar que você veio até aqui invadir a minha privacidade com o Cesar — Talita cuspiu cada palavra. — Você está testando a minha paciência, garota? — Calma Alita — pediu Cesar a estender as mãos para ela, então olhou para a indesejada. — Inara, na moral, sai daqui, deixa de ser inconveniente. — Gente, me desculpa, eu não queria interromper nada, mas por favor, ouçam o que eu tenho o dizer, eu só quero me desculpar com vocês. — Está desculpada agora sai — Talita gritou. — Mas... — Sai — Talita empurrou Tainara para fora e fechou a porta. — Meu Deus — Cesar fingiu preocupação, mas não resistiu e começou a rir. — Você está rindo? Viu o que aquela menina fez? — falou Talita furiosa. — Esquece ela, vamos pensar em nós agora — Cesar não parava de rir. Talita começou a andar de um lado para o outro, o que não tinha de altura tinha de raiva. — Ah, não! Ah, não. Está desculpada é o c****e — inesperadamente, Talita empurrou Cesar na cama, se apressou em abrir a porta e saiu correndo por aquele corredor atrás de Tainara. Ela sabia que Cesar poderia impedi-la de fazer aquilo, se encontrou com a rival no início do corredor e a puxou pelos cabelos. — Ah! — Tainara soltou um grito mais agudo que pôde. — Socorro! — gritou pelo corredor. — Sua p*****a, vou te ensinar a deixar de ser v***a — Talita estapeou os dois lados do rosto de Tainara a deixar as suas bochechas vermelhas. Não teve a chance de bater mais, Cesar a pegou pelo b***o e a suspendeu no ar, nem sabia que estava tão forte assim. Estava mudando e nem se percebia. — Para com isso, sua maluca — Cesar continuava rindo, apesar de não ter desejado que aquilo acontecesse. Levou Talita para longe da outra que chorava no chão. Talita havia arrancado uma madeixa do cabelo de Tainara que estava sendo socorrida pelas demais meninas, ouviram os gritos e foram acudir. — Isso é para você aprender a não dar em cima do namorado das outras, vaca — xingou Talita e Cesar a levou de volta para o quarto e a colocou de volta na cama. — Talita do céu — disse Cesar com as mãos na boca, queria esconder o riso. — Coitada! — Hum! Coitada sou eu que aguentei a perturbação desta menina desde que entrou para esta equipe, eu não sou tão paciente assim. — Você era quando te conheci, o que aconteceu com você? Talita ofegava, depois, sem olhar para Cesar, começou a chorar. — Eu sinto que a minha mente vai explodir, Cesar, não consigo suportar. — Hei! — Cesar se ajoelhou de frente para ela sentada na cama, dessa vez, preocupou-se muito. — Não chora — ele a acalentou limpando o seu rosto das próprias lágrimas. — Vai passar. — É muita pressão que estou enfrentando. Não tenho tamanho para tudo isso, só eu sei o que estou enfrentando. — Eu sei, eu sei — Cesar se levantou e a puxou para um abraço apertado e reconfortante. — Vai dar tudo certo no fim. — Não sei mesmo por que fui Escolhida. — Você quer que eu responda? Você é inteligente, útil, prestativa, destemida, trabalhadora, sincera, poderosa, acolhedora... São muitas qualidades. E brigona — Cesar riu e a fez rir também. — O Universo te escolheu, eu te escolhi, as feiticeiras te escolheram, você sempre é escolhida, porque é especial. Talita parou de chorar, Cesar fazia ela se sentir muito importante, e isso era o suficiente. — Sabe, foi Gisele que não me deixava em paz dizendo que Tainara merecia uns tapas na cara — confessou Talita. — Eu sabia — disse Cesar como se tivesse desvendado um enigma. De qualquer maneira, ambos riram da situação, depois, foi só a paz. Talita e Cesar tiveram um tempo digno para se amarem, contudo, o que um precisava saber sobre o outro não era mais novidade, não conversaram mais nada todo esse tempo, apenas se admiravam. Ele sabia que não a teria mais em algum momento, ela precisava daquele tempo com ele, precisava desanuviar a sua mente, precisava pôr tudo para fora, se renovar. O Destino colocou algo em suas mãos e ela precisava se sentir preparada. Perceberam que estavam tempo demais no quarto quando a barriga de Cesar começou a roncar. — Vamos ver se tem alguma coisa para comer? — falou Talita. — Agora mesmo — Cesar se levantou da cama a esfregar a mão na barriga. — Fome da peste. Eles saíram do quarto, passaram pelo corredor e voltaram para a sala, encontraram a Naty e a Tainara a conversarem, as outras meninas ficaram ao redor a tomar parte. Tainara estava com os olhos vermelhos e expressão de abatida, como se tivesse chorado muito. — Alita, preciso falar com você, urgente — disse Naty severamente. — Me acompanhe, por favor, temos um limite de tolerância em nosso g***o. — Tudo bem, eu entendo — respondeu Talita de maneira compreensível. Naty levou Talita para uma área distante das demais, quando ninguém mais as via, a líder desfez a carranca e segurou uma comemoração. — E então? Como foi? — perguntou em sussurro. — Ela apanhou muito? Talita já conhecia a Naty, sabia que algumas coisas ela desprezava mais do que outras, e quase riu alto daquele comportamento. — Olha, infelizmente, só levou duas bofetadas, mas Cesar me impediu. — Sempre o Cesar, o menino do coração de ouro. Ela nem ficou de olho roxo. — Você viu? E agora está ali dando uma de vítima. — Eu vi, preciso ser imparcial quanto a isto, mas ela mereceu. Vamos encerrar este assunto, tenho uma coisa para falar, finja que eu te dei um sermão daqueles. Alas voltaram para o pessoal, Talita voltou com a expressão mais triste que pôde e Tainara ficou convencida. — Gente — Naty começou a discursar —, finalmente estamos aqui. Eu contei para a rainha toda a nossa história, os fatos sobre o Reino de Ic que se espalharam de modo diferente, e ela comprou a nossa briga. Ela me deu a certeza de que Nabyla voltaria, e me disse que ela própria irá convencê-la a resgatar a rainha por nós, quando a guerra for declarada, ela vai ajudar. — Naty mostrou uma corneta mágica feita da madeira da Árvore Sagrada que eles têm numa câmara superior, estava entalhada com escrituras antigas da antiga língua de Dorbis. — A rainha quer que comemoremos a nossa vitória hoje, ela acredita que o Destino pode fazer acontecer se confiarmos desta maneira. — Então vamos — falou Cesar, ele estava mais confiante que qualquer uma.
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