Capítulo 2

1986 Palavras
Lyla Acordei e Lucian não estava mais ao meu lado. A cama ainda guardava o calor do seu corpo, mas sua presença física havia evaporado. Levantei-me, sentindo o leve torpor de uma noite bem aproveitada, e fui ao banheiro. Fiz minhas higienes matinais, escovando os dentes e lavando o rosto para afastar o sono persistente. Saí do banheiro e liguei o computador. Enquanto ele inicializava, arranquei as poucas roupas que vestia e segui novamente em direção ao banheiro. Tomei um banho rápido, apreciando os preciosos minutos de relaxamento que consegui extrair da rotina frenética. A água quente escorria pelo meu corpo, levando consigo o cansaço e o estresse acumulados. Saí do banho e me vesti, optando pela combinação clássica: calça de moletom confortável e uma blusa larga do Metallica. Sentei em frente ao computador e comecei meus estudos. Precisava urgentemente encontrar uma forma de avançar no projeto da máquina do tempo, o mais rápido possível. A pressão era palpável, e a frustração constante me corroía por dentro. Depois de muita pesquisa e uma incursão nos conteúdos antigos da faculdade, uma ideia surgiu. Um lampejo de esperança em meio à escuridão da minha mente. Anotei tudo cuidadosamente, com a sensação de que finalmente estava no caminho certo. Satisfeita com o progresso matinal, peguei meu celular para pedir comida. Pedi o de sempre: um poke de salmão com shimeji. Almocei pontualmente às 12h30. A refeição, embora simples, me revigorou e me preparou para a próxima etapa do dia. Bebi água e saí para me exercitar. Já na academia do prédio, iniciei os exercícios do treino de perna. A disciplina era fundamental para manter o equilíbrio em minha vida. Sim, minha vida na maioria das vezes era sem moleza. Estudo, trabalho e exercícios. Às vezes me davam vontade de surtar, mas, no fim das contas, mantinham minha mente ocupada e focada. Era uma forma de canalizar a ansiedade e a pressão que me consumiam. Lucian Ly vem sendo mais afetada por esse trabalho do que eu. Provavelmente por sua necessidade intrínseca de se provar constantemente. Lyla odeia erros e é super profissional em tudo o que faz, por isso a admiro tanto. Sua dedicação e perfeccionismo são admiráveis, mas também podem ser autodestrutivos. Naquela manhã, após acordar e deixá-la dormindo, voltei para o laboratório e examinei suas anotações. Realmente, ela havia progredido. Se continuássemos nesse ritmo, terminaríamos o projeto em cerca de dois meses. Um prazo ambicioso, mas possível. Iniciei o trabalho focando na mensagem de erro que tanto a atormentava. Analisei o código minuciosamente, buscando a falha que impedia a máquina de funcionar corretamente. Mas, mesmo em meio ao foco no projeto, minha mente sempre retornava para ela. Para nós. Para o fato de que, apesar de compartilharmos noites intensas, conversas profundas e uma conexão inegável, Lyla nunca definia o que éramos. Era como se houvesse um muro invisível entre nós, uma barreira que ela se recusava a derrubar. Eu aceitava o que ela me dava, porque estar ao seu lado, mesmo sem rótulos, ainda era melhor do que não tê-la. Mas não podia negar que queria mais. Queria que ela me olhasse e visse não apenas um parceiro de trabalho ou um amante ocasional, mas alguém com quem pudesse construir algo sólido. Eu tinha esperança. Sempre tive. Porque, apesar de sua resistência, eu via em seus olhos que havia algo ali. Algo forte, algo real. E eu só precisava que, um dia, ela estivesse pronta para admitir isso. Lyla Depois de cumprir todas as minhas obrigações, me joguei no sofá e procurei algo interessante na Netflix. Optei por um filme de ficção científica, mais especificamente sobre aliens. Uma forma de escapar da realidade e mergulhar em um mundo de fantasia e possibilidades. Creio que assisti até umas 18h00. O filme era envolvente, mas minha mente ainda estava focada no projeto. A cada cena, eu associava os conceitos científicos apresentados com o desafio da máquina do tempo. Tomei um suco e depois segui para frente do computador, onde joguei um jogo antigo chamado Ori and the Blind Forest. Finalmente consegui passar a fase em que estava empacada há dias. A sensação de conquista, mesmo que virtual, me trouxe um alívio momentâneo. Às exatas 20h00, pedi uma pizza de pepperoni com borda de catupiry. O jantar era uma recompensa pelo dia árduo de trabalho e estudo. Lucian me mandou uma mensagem às 20h45, pedindo contato via Hurt. Aceitei a chamada imediatamente, ansiosa por saber as novidades. Entrei na sala virtual e logo vi a cara de cansaço de Lucian. — Gata, é o seguinte: consegui arrumar o erro. — Ele disse, e senti um alívio me invadir. — Porém, eu meio que consegui… A máquina deu sinal de vida, mas dá um erro antes de realmente completar o processo. — p***a, é o melhor que temos em tempos. — Digo empolgada, e ele sorri. — Sim, mas estou pensando em deixar essa parte para você resolver e ir pensando em algo relacionado à volta. — Perfeito, Lu. — Tchau. — Ele diz com uma piscadela. — Até mais tarde. — Até. — Me desconectei da chamada de vídeo, sentindo a adrenalina correr em minhas veias. 03:40 Acordei para ir ao banheiro e ouvi um barulho na cozinha. Dei de ombros e segui para o banheiro. Ao sair, fui em direção à cozinha, atraída pelo som do micro-ondas. — Te acordei? — Ele diz sem olhar para trás. — Não, apenas acordei para ir ao banheiro. — Lucian me encara e sorri. — Gostou do sabor que escolhi? — Digo me referindo à pizza. — Você sempre acerta, amor. — Ele pisca. Abri a geladeira e peguei água, enquanto Lucian sentava e comia sem tirar os olhos de mim. Sentei à frente dele e encarei seus olhos castanhos. — Você fica sexy com cara de cansaço. — Digo, e ele engasga, em seguida, engatando em uma gargalhada. — Você é incrível, Ly. — Ele diz em meio ao riso e engasgo. — Eu sei, eu sei. — Pisco. Ele se ajeita na cadeira e me encara, dando batidinhas em sua coxa. Levantei-me e sentei em seu colo. — A pizza estava deliciosa, mas eu duvido que esteja tanto quanto você. — Sinto luxúria em sua fala e quando o encaro, só confirmo minhas suspeitas. — Você só vai saber se provar. — Provoco. Seus olhos brilham, ele afasta o prato que antes estava comendo. E com um impulso, me coloca sobre a mesa. Seu sorriso sacana estava à mostra agora. — Eu sempre quis te f***r aqui em cima. — Ele murmura, enquanto seus lábios traiçoeiros beijam meu pescoço. Os arrepios tomam meu ser. Enquanto sua língua desce do meu pescoço para próximo do meu colo, Lucian, como um bom cafajeste que é, arranca minha blusa com rapidez, me deixando apenas de sutiã e um shorts fino. Agora, seus beijos ágeis e quentes estão no meu colo, descendo para o meio dos meus s***s. Ele é rápido, tirando meu sutiã com avidez. Gemo quando sua língua quente toca meu bico sensível. A essa altura, eu estou completamente molhada e pronta para ele. Mas ele faz questão de confirmar, levando suas mãos ao meu shorts molhado. — Hmm, está sem calcinha… — Ele resmunga entre um gemido de satisfação. — Já esperava por isso, amor? — Sempre. — É o que eu consigo dizer. Ele massageia ali com um sorriso satisfeito em seu rosto. Gemo alto, ele sabia exatamente onde tocar para me enlouquecer. — Lucian. — Gemo, súplico, para que ele pare de me torturar, e ele ri. — Calma, eu quero brincar um pouco. — Ele mordisca meu pescoço. — Se ajeita para mim, quero te chupar. Ele é sempre explícito, assim como seu olhar, sempre me olhando como se fosse me devorar. Me arrumo em cima da mesa, colocando meus braços para trás e inclinando o quadril para frente. Ele arranca o tecido fino, finalmente me deixando nua. Ele beija a parte interna da minha coxa, subindo até onde realmente interessava. Sua língua quente e suave encosta ali, me fazendo tremer. Ele a desliza no ponto certo, chupando e mordiscando ali, me deixando próxima do ápice. — Não para… — Esse foi o aval para que ele continuasse com uma velocidade ainda maior, me levando ao êxtase. Meu orgasmo vem com tudo, e não seguro nenhum gemido, gritando. — c*****o. — Ele resmunga. — Eu preciso realmente te f***r agora. — Sorrio. — Não era você que queria brincar? — Digo, tentando recuperar o fôlego. Ele ri e arranca as roupas, vem até mim e me beija, enquanto me penetra devagar. Gemo em seus lábios quando ele começa a se movimentar. Ele vai devagar, me fazendo gemer e querer mais. — Lucian. — Imploro mais uma vez, e ele aumenta a velocidade de suas estocadas. — Se você continuar gemendo assim, não vou durar muito tempo… — Diz com dificuldade, e eu mordo sua orelha. — Não vou conseguir chegar lá de novo, então não se preocupe. Ele geme e continua em um ritmo rápido e gostoso. Não demora muito e ele chega lá. — Deliciosa. — Ele diz entre suspiros. — Que tal um banho? — Sim, por favor. Tomamos um banho cheio de mãos bobas e carícias. Logo depois, adormecemos de conchinha. Sexta-feira, 8:00 da manhã Acordo em um pulo quando o despertador toca. Corro em direção ao banheiro, tomo um banho rápido e visto a roupa deixada por mim no dia passado. Saio do apartamento, deixando Lu ainda dormindo. Pego meu carro e sigo em direção ao Starbucks, onde pego meu cappuccino de doce de leite e um croissant de frango com catupiry. Volto para casa o mais rápido possível, pois vejo que esqueci meu caderno de anotações. O dia já começou bem… Penso ironicamente. Estaciono na garagem e corro em direção ao elevador, batendo o pé freneticamente como se isso fosse fazê-lo ir mais rápido. Quase atropelo meu vizinho assim que a porta se abre, pois saio correndo, gritando um “bom dia” de volta para ele. Já no meu apartamento, Lucian me olha zombeteiro enquanto corro em direção ao meu escritório. Pego o caderno, dou um selinho rápido no maior antes de sair e corro para a garagem. E no fim das contas, descubro que minha correria não adiantou de nada. Quis ir mais cedo para adiantar as coisas e voltar mais cedo para sair com o Lu para alguma boate, mas todo meu esforço foi em vão ao ver a avenida parada. Bufo enquanto aproveito para ir comendo as coisas que comprei e tomando meu café. E para melhorar ainda mais o dia, queimo minha língua, pois estava muito quente. Divertido. Quando finalmente chego, eram praticamente 11:30. Subo pelas escadas para ir mais rápido. Quando chego ao meu andar, encho minha garrafinha de água, assustando um estagiário que não me viu chegar. Ele me cumprimenta sem graça. Entro na sala onde está a máquina, ligo os equipamentos e começo meu trabalho. 20h00 — Ly. — Meu chefe aparece. — Já está todo mundo indo. É sexta e você ficou o dia todo nisso. Por que não sai e deixa isso para segunda? — Eu já vou, chefinho. Só vou rodar a última vez a aplicação. — Digo esperançosa. — Acho que agora vai! — Okay, boa sorte. — Ele sorri. — Tchau, tchau. — Tchauzinho. Assim que ele sai da sala, coloco a aplicação para rodar e, de primeira, não dá nenhum erro. Porém, a tela de carregamento continua. Vou próximo da máquina para ver se algo acontece. Nada. Olho novamente para a tela, achando que falhei, e nos milissegundos em que me viro para a tela, vejo uma confirmação em verde. E depois disso, tudo aconteceu muito rápido. Luzes coloridas ao meu redor e, do nada, simplesmente mato. A primeira coisa que veio na minha cabeça foi: “FODEU!”
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