Capítulo 5

1254 Palavras
Dário Há um clarão nos olhos de Serena — primeiro curiosidade, depois luxúria... e então, diretamente, raiva — quando ela percebe a algema de metal que a prende à cama. Ela tem uma habilidade quase assustadora para observar os detalhes, e isso... isso definitivamente não vai passar despercebido. O fato de eu estar a observando silenciosamente nos últimos dez minutos, enquanto ela revira minha sala de jogos particular, me dá uma ideia bastante clara do porquê sua família a mantém no escuro. — Se vai se enfiar pelos cantos e fuçar nos meus pertences, meu doce, ao menos deveria saber quando alguém está te observando — digo, com um tom seco. — Eu não estava bisbilhotando — ela responde com indignação, o olhar faiscando. — Tire esse maldito punho de cima de mim agora, Dário. Como sua esposa, eu exijo isso. Isso me arranca um sorriso inesperado. Me aproximo, enrolando um braço ao redor de sua cintura. Cada movimento dela é um convite silencioso, e meu corpo responde mesmo que eu tente resistir. Meu p*u endurece com facilidade, mas eu me esforço para manter o controle. Ainda assim, não posso deixar esse momento escapar. — Como minha esposa... exijo um beijo em troca da sua libertação. O sorriso irônico que curva seus lábios, seguido por um revirar de olhos quase imperceptível, me diz que ela está começando a gostar desse jogo. Um leve suspiro escapa de sua boca quando ela fecha os olhos e se inclina em minha direção. Há tensão. Desejo. E uma guerra entre lógica e impulso que ninguém vencerá esta noite. Eu a beijo. Nada como o beijo na igreja, formal, frio, diante de testemunhas. Este é real. Este tem gosto de posse e perigo. Minha língua desliza entre os lábios mais suaves que já toquei. Quando nossas línguas se encontram, uma represa rompe dentro de mim, liberando tudo o que lutei para conter. Meu corpo trai a ordem de me manter afastado. Não se apaixone por Serena Mancini. Ela é uma lâmina afiada. Vai se aproximar demais. Vai se cortar. Vai me cortar. Mas meu cérebro se desliga. Meus instintos tomam o controle. Levo a mão aos seus cabelos — exatamente tão macios quanto imaginei. Meus dedos acariciam sua nuca, a parte de trás de sua cabeça. Solto a algema, mas isso a desequilibra, fazendo-a cair sobre a cama. Estou pronto para prová-la. Para tomá-la. A doce serena. Ela se arqueia contra mim, o corpo pequeno e firme pressionando o meu enquanto o beijo se intensifica, agora como marido e mulher. Meu p*u, agora completamente ereto, pressiona contra minha calça, roçando sua virilha. Quero me enterrar nela, sentir cada centímetro seu me envolver. E então ela geme. Meu nome. — Dário. Porra. Me afasto como se tivesse levado um tiro, passando a mão pelos cabelos, recuando até encostar na parede. Minha respiração está pesada, e a dela também. — Precisamos de regras. — Concordo — diz ela, ainda ofegante, os dedos tocando os lábios carnudos. — Regra número um: não me beije assim se não vai terminar o que começa. Ela vai me matar com essa boca. — Você não faz ideia de como é difícil não terminar. Os olhos dela descem pelo meu corpo, parando na minha calça. Ela morde o lábio inferior. — Consigo ver exatamente o quanto é difícil. Reprimo o impulso de tomá-la ali mesmo, de rasgar cada peça de roupa. Ter que segurar isso está me consumindo. — Não me distraia, meu doce. — Eu poderia dizer o mesmo. Pode me contar o que esse acordo vai beneficiar? Eu seria uma esposa muito melhor se soubesse o que está acontecendo lá fora. Seu tom muda. A tensão s****l dá lugar a uma energia mais fria, mais estratégica. Um lembrete do que está em jogo. — Tommaso ouviu dos soldados que os Rinaldi estão se movendo em direção aos nossos dois territórios. Estão pressionando as lojas a pagar por proteção. Se recusarem, serão destruídas. Ela absorve a informação em silêncio. — Alguém foi verificar as lojas? Dou de ombros. — Soldados de rua cuidam disso. Eu sou o véu que mantém a organização na sombra. O dinheiro que usamos para manter os negócios legítimos à luz do dia. — Sim, você é tão poderoso e todo imponente, mas será que vocês têm soldados confiáveis o suficiente para checar isso direito? Não deveria haver notícias? Quantos negócios já foram queimados? — Vou verificar com Tommaso. Tenho contatos na mídia. Posso pressionar para obter informações. Com tantos celulares e câmeras hoje, se ameaças estão sendo feitas, alguém registrou. Ela inclina a cabeça, avaliando. — Como você tem tantos contatos? Você falou da minha irmã, agora da mídia. O que exatamente você faz pela família Castellano? Se algum dia te perguntarem isso, diga que sou um gerente de crises. Fora isso... sou um fantasma. Nas últimas semanas, pedi mais favores do que em toda a minha vida. A fuga do seu irmão sacudiu Nova York, e a internação do meu pai enfraquece nossa imagem. Outras Famílias vão tentar nos esmagar. — Aquele desgraçado não é meu irmão. Pietro Esposito é escória. Deveria ser jogado num tambor de ácido. E ainda teve a cara de p*u de deixar minha irmã na cadeia no lugar dele. — Mancha de merda, hein? — Literalmente. — Independentemente de Pietro, muitas peças ainda precisam se encaixar. Esse acordo é a primeira — uma trégua para mostrar aos Rinaldi que não estamos sozinhos. O casamento solidifica isso. A demissão de Pietro enfraqueceu sua rede de proteção legal. — Ele deixou minha irmã pagar por tudo. Que tipo de homem faz isso? E o Shay ainda acredita que ele vai mudar e ser um bom marido? Ela precisa acreditar em algo para sobreviver na cadeia. Mas nós dois... precisamos de um plano. Quando as coisas se acalmarem, garantiremos que essa aliança sobreviva — mesmo que o casamento não. — Então... você anularia isso? — Apesar do que pensa de mim, meu doce, ou deste quarto... não sou tão c***l quanto você imagina. A não ser, claro, que você queira que eu seja. — Nosso casamento não é a única coisa que precisa ser fortificada. Precisamos eliminar qualquer aparência de fraqueza. Antes que percamos mais. — Posso ajudar com isso. Visitar os estabelecimentos que já caíram. Ver arquivos, conversar com funcionários. Pode haver uma ligação entre os alvos. — Boa ideia. Dante vai te acompanhar. Ela revira os olhos. — Só vou precisar do Dante porque você demitiu o Salvatore. — Sua família está cheia de passivos. Seu pai sem um subchefe. Seu conselheiro — seu sogro, diga-se de passagem — sumido. Assim que checar os antecedentes do Salvatore, decido se ele volta. Por enquanto, nosso casamento é o que mantém respeito nas ruas. Seu pai reforça o território dele. E eu, o meu. — Entendo — ela suspira, olhando para a cama. — Voltando às regras... nada de amantes. — Não tenho tempo para uma esposa, quanto mais para uma amante. E quero que você se sinta confortável com a forma como te toco em público. Regra três: não se afaste de mim. Posso ser rude quando demonstro afeto, mas um tapa na b***a ou um beijo deveriam ser permitidos. — Falando em tapas na bunda... Ela estica o braço e pega o chicote que tinha derrubado quando a algemei. — Qual é a sensação? — Regra número quatro: não entre nessa sala nem faça perguntas... a menos que esteja pronta para terminar o que começarmos.
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